domingo, dezembro 30, 2007

Nós, os Zarconianos

José de Pina, das produções fictícias, afirmou que todos aqueles que acham que existe aquecimento global deviam ganhar uma viagem para um qualquer outro planeta à sua escolha.

Pessoalmente, escolho o planeta Zarconian. Se não conseguir voltar de lá com o aspecto do José de Pina, espero pelo menos voltar com a sua subtil e sempre desinteressada ironia.

Palavras que me arranham os olhos e os ouvidos 2

Reviralho. Ver "Bilhete de Identidade" da Maria Filomena Mónica. Partes interessantes do livro: todas aquelas que falam do Vasco Pulido Valente e do João César Monteiro.

A melhor força policial de 2008

A ASAE. Desculpem lá mas, ainda que as leis por que se regem sejam um disparate pegado e devam ser revogadas o mais depressa possível, alguém tem dúvidas acerca da sua eficiência?

Para quando uma ASAE a fiscalizar obras públicas? Isso é que era...

Em antecipação: os melhores jogos olímpicos de Berlim '36 de 2008

Olimpíada de Verão de Pequim.

Claro que há uma diferença de escala enorme, e de tecnologias ao dispor, mas o espírito está lá.

O melhor negócio da China de 2007

A desacreditação da democracia formosa pela E.U..

O maior segredo de polichinelo de 2007

(embora já venha de trás)

A fuga massiva de portugueses para a Europa.
Se a tolíssima campanha de outdoors fosse por lá conhecida, seríamos em breve chamados de 'imigrantes do país d'oeste'.

O pior partido político português de 2007

PNR

O melhor blogue de 2007

Verdade ou Consequência

O melhor filme de 2007 - nacional

"Call girl", António-Pedro Vasconcelos

(e nem o vi)

A melhor notícia de 2007 - nacional

O melhor primeiro filme de 2007

"As vidas dos outros", Florian von Donnersmarck.

A melhor notícia de 2007 - internacional

A abolição da pena de morte no estado de Nova Jérsia.

O melhor especialista em corrupção nacional de 2007

João Cravinho

O melhor James Bond de 2007

Vladimir Putin.

O melhor disco de 2007

Difícil, mesmo que só me apeteça a pop. Posso dizer dois?

"Wincing the night away", The Shins
"Myths of the near future", Klaxons

O melhor livro de 2007

"House of Meetings", Martin Amis

terça-feira, dezembro 18, 2007

inquérito

As miúdas do Oito e coisa pediram-me para divulgar este inquérito.
Serve o mesmo para obter dados que servirão a uma tese de doutoramento em psicologia clínica.
Eu já fiz e não doeu.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Entretanto, na "primeira e única sociedade não-aristocrática do mundo" (*)

No The New York Times, 16XII07.

QUOTATION OF THE DAY

"I might as well just close down the house and go sleep on the steps.
HENRY WREN, a tenant at 1277 Morris Avenue in the Bronx, whose apartment, in one of the worst-kept buildings in the city, has been without steady heat or hot water for months.


(*) segundo Henrique Raposo, do blogue da revista Atlântico

domingo, dezembro 16, 2007

A internet acha que o MAI não é de confiança

O endereço "http/queixaselectronicas.mai.gov.pt" (sic, DN), para fazer queixas à PSP pela internet, devolve a seguinte mensagem:

"The certificate for this website was signed by an unknown certifying authority."

Prémio "O materialismo dialéctico do século 21 andou na escola austríaca"

JoaoMiranda no DN de ontem:

Quem actualmente manda na escola são os professores e os funcionários, que escolhem os conselhos executivos, e os burocratas do Ministério da Educação, que decidem o que é que os conselhos executivos podem fazer. O contribuinte, na prática, não manda nada. Quem paga não manda, quem manda não paga. (...)

Os encarregados de educação já participam na eleição do conselho executivo das escolas.

JoaoMiranda organiza, como sempre, o seu raciocínio à volta de dados que favoreçam a conclusão preferida. Mas nem isso é importante tendo em conta a subversão do costume: para JoaoMiranda não há cidadãos, apenas contribuintes.

(publicado em simultâneo como comentário no blogue da revista Atlântico)

sábado, dezembro 15, 2007

Prémio "e não se pode trocar de população?"

Henrique Raposo no blogue da revista Atlântico:

"Qualquer país gostava de viver ao lado desta Holanda que fala castelhano. Mas Portugal, reconhecidamente, não é um país normal. É uma esquizofrenia com mais de 800 anos."

Presume-se então que a Bélgica não é uma esquizofrenia de 200 e tal anos e goza de uma riqueza que, sempre que que nasce, é para todos.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Da superioridade moral dos comunistas



(tirado do musical "Avenue Q")

terça-feira, dezembro 04, 2007

Uma gaivota voava, voava...

quem se entusiasme com as vitórias de Chávez nas eleições e referendos. E esqueça que Putin usa ainda piores métodos sem deixar de obter os mesmíssimos resultados.
São eleitos e isso basta-lhes.

Esgotada assim a democracia, o tirano será o rei, por supuesto.

domingo, dezembro 02, 2007

Para não chatear ninguém

É para isso que eu escrevo neste blogue, claro.

Eu enfio a carapuça que a Clara Hilário Quevedo aqui há tempos ofereceu na revista "Atlântico".

Já agora: porque é que cada vez mais as gajas escrevem acerca de blogues, sociedade, relações humanas e assim e cada vez escrevem menos sobre política, economia, diplomacia, etc?

Onde é que anda a Eng.ª Pintassilgo?

Ainda a época Natalícia

Nas peixarias dizem que a globalização dos mercados retira poder aos governos nacionais.
Curiosamente, o princípio não se aplica aos governos da Rússia e da China, dois dos países mais beneficiados pela situação económica actual.
Aplica-se sim, ao governo dos Estados Unidos, pela simples razão de que quem quer ser eleito Presidente precisa de arranjar um bilião de dólares.
A globalização tira poder a um presidente destes, claro.
Mas não basta limitar ou restringir os financiamentos partidários e os custos das campanhas. O financiamento das carreiras políticas é practicamente impossível de ser proibido e oferece, a quem aceite os fretes, prémios tão generosos como a Presidência da Comissão Europeia.
Na Europa, os estados democráticos esvaziam alegremente os seus poderes em benefício de uma não entidade, parecida com o Sacro Império. Desta forma acreditam escapar ao nojento escrutínio dos eleitores, menos dóceis e susceptíveis a manipulações (por enquanto) que os robustos patriotas do Texas.
A Inglaterra passa ao lado deste esvaziamento, claro. Produtora de petróleo, nunca a sua tradicional estratégia de dividir e enfraquecer (politicamente) a Europa foi tão bem sucedida como agora.
Acho que é preciso fazer qualquer coisa.

A estória da Carochinha

Acreditar que a inovação e as tecnologias de ponta equilibram uma balança de pagamentos frente ao dumping no preço das commodities é a mesma coisa que acreditar que a economia Indiana do século XIX/XX seria capaz de compensar a importação dos bens industriais baratos produzidos em Inglaterra.

Realpolitik

O realismo, nas relações internacionais, não deve ser confundido com ganância (imprudência) ou desespero (fraqueza).

sábado, dezembro 01, 2007

Dia da Renovação

Das Cortes de 1641 saiu a nova doutrina: o poder provinha de Deus através do Povo, que, por sua vez, o transferia para o Rei. Em caso de usurpação ou tirania, o Povo tinha o poder de destituir o Rei, precisamente como aconteceu com Filipe III.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Emoções puras!

Não interessa se é bem cantado ou não.

A velha e a nova.

Trabalho de equipa

A canção tem de ser perfeita para que vários artistas a possam cantar em conjunto.

quarta-feira, novembro 28, 2007

E já agora, porque não prendê-la?

«Perante a persistente intenção de usurpar um mandato que lhe não pertence, o PCP reafirma que o respeito por princípios éticos e políticos pautados pelo elementar critério de dignidade pessoal e respeito pelos valores colectivos, exigem que Luísa Mesquita coloque à disposição do Partido que a elegeu os lugares que exerce em sua representação, restituindo assim o mandato à força política e ao projecto que lho facultou.»

O 'centralismo democrático' colcado claramente acima da Constituição da República.

Via Arrastão.

terça-feira, novembro 27, 2007

Momento de altíssima cultura


A canção da mosca-do-vinagre.

ATENÇÃO: contém referências a "The Other Place".

domingo, novembro 25, 2007

quinta-feira, novembro 22, 2007

Uma pergunta blasfema

Depois de aceitar sem reservas que um tribunal inglês perceba mais de geofísica que o conjunto dos cientistas que escrevem para a Nature ou Science, concordará também João Miranda com um tribunal português quando este decide que o HIV se transmite na cozinha?

sábado, novembro 17, 2007

Assim se vê a força do PRD

Benvindoà esfera.

segunda-feira, novembro 12, 2007

O arruaceiro sentou-se à mesa do rei

A idéia era serem todos iguais para melhor conversarem. Havia até um moderador consensual, como é normal nestas ocasiões.
Perante a timidez desse último, o arruaceiro mostrou porque nunca será rei, mesmo querendo; o rei, por seu lado, mostrou porque nunca será arruaceiro, mesmo que outros tenham querido que o fosse.

A democraticidade não brota miraculosamente da existência de eleições mas da cultura cívica de quem a defende. Tenha sido ou não eleito para o ofício.

domingo, novembro 04, 2007

Pelos bancos de jardim

Aqui há tempos, consultando online os movimentos da minha esquecida conta num banco português saltou-me um débito aos olhos: 12.50 euros por "comissões de gestão de conta". Por trimestre. Ora isto por ano dá... 50! Então eu empresto-lhes o meu dinheiro e ainda tenho de pagar por isso?
Como sou parvo, queixei-me. Por email também (somos todos modernos) a minha gestora de conta, uma 'dra.' Vanessa, respondeu-me dois dias depois, naturalmente ocupada que estaria a justificar os 12.50 euricos angariados (houvera sido mais lesta e eu desconfiaria da veracidade da medida).

Explicou então que a minha conta dava mais trabalho que outras porque eu não recebia o meu ordenado por ela.
Tive de concordar. De facto, isso tornava-lhe a tarefa de gestão mais difícil; como é que uma pessoa pode manipular o dinheiro de alguém sem saber quando e quanto o cliente irá depositar na sua própria conta? Para dor de cabeça já bem bastam as variações dos mercados de derivados.

Ora, na impossibilidade de lhes "domiciliar o meu ordenado", perguntei à Vanessa (isto tudo por email, para não me sair impertinente) o que poderia eu fazer para facilitar a vida ao banco e amenizar o seu dia-a-dia sem que fosse necessário assistir à delapidação compulsiva de parte do meu pecúnio. Assim, meia-hora depois tinha o telefone a tocar - no estrangeiro!: "salamaleques, patati-patatá, as alternativas são simples: aumenta o património ou reforça o seu grau de compromisso para com o banco".

Os montantes aconselhados remetiam as sugestões da excelsa gestora para as seguintes soluções: ou mato uma tia-avó daquelas e deixo a riqueza herdada à guarda do comprovado ladrão ou me endivido até ao pescoço, presumo que com um "crédito à habitação" de alto rendimento, para gáudio dos mesmos agiotas. Pena é que a compra de tês é negócio que nunca me fascinou pois prefiro pagar renda à mui simpática senhoria que aos tubarões do banco. Ademais, gosto muito de todos os meus ascendentes e não me passa pela cabeça fazer mal a ninguém.

Pensei no exercício em cartel que me impede transitar para a concorrência. Flecti nos records de lucro entre as empresas que a banca portuguesa sempre bate todos os anos. Absorvi a prepotência automática com que o cérebro lavado da recém-licenciada em qualquer coisa de inútil atirava propostas ao ar. Despedi-me atenciosamente da dra. mas não me dei ao trabalho de conter o riso. Aliás, duvido que percebesse por que o fazia.

OPAs e fusões não me despertam paixões; que o filho deste ou daquele se livre de compromissos com o dinheiro da batota generalizada também me é indiferente. Mas, não se pode depois ir lá e prendê-los a todos?

E já agora, precisamos da banca comercial para quê mesmo?

quinta-feira, novembro 01, 2007

Esse sabe-a toda

Um taxista lisboeta na noite de 26 de Outubro

É assim, meu amigo. Eles comem franguinho de aviário, bebem gasosas, andam muito engravatados e luzidios, mas depois não cumprem. Uma mulher gosta de homem machão. Eles quando são novos ainda remedeiam e, vá lá, duas vezes por semana e tal, mas depois já nem isso. E uma mulher gosta de homem machão. Um homem que a sastisfaça. Dá uma e depois mais, mesmo que ela já esteja toda partida. A mulher quer sempre. Mesmo que não lhe apeteça, basta abrir a perna, tirar a cuequinha. E se o homem é machão, ela nem olha para mais niguém. Já dizia o meu avô, que morreu aos 112 anos, é preciso ser homem a sério, fazer com que elas revirem os olhos, que fiquem sastisfeitas. Não é agora estes moços novos, de gravatinha e luzidios, que só bebem cola-cola e comem iogurtes. E frangos de aviário, que os pintos crescem em mês e meio, com comida a toda a hora e uma luzinha para os bichos não dormirem. E os homens comem aquela porcaria e andam ali todos espertos mas depois querem e não conseguem. Porque a mulher consegue sempre. Mesmo que não lhe apeteça, tira a cueca e já está. Ele cumpre, até ela não aguentar mais. Uma mulher gosta de homem machão. Mas eles, de gravatinha, luzidios, comem frangos de aviário, e quando são novos ainda remedeiam, duas vezes por semana, vá lá, mas depois não conseguem. Porque as mulheres estão sempre prontas, mas o homem? está quieto. E por isso elas livram-se deles. Agora se eles comerem grão e favas e bacalhau, isso é outra conversa, já dizia o meu avô, que morreu aos 112 anos e tinha partido a bacia aos 109 e ainda aguentou três anos, e ele ia a festas de casamento e dizia às moças novas: «arranjem homem que seja machão». E elas: «machão, como?». E ele: «um homem em boa condição física e que esteja sempre preparado, capaz de vos arregalar os olhos e de vos deixar sastisfeitas». E elas riam, mas ele ficava muito sério e dizia: grão, favas, bacalhau, dois copos de vinho. Tinto, amigo, tinto. As mulheres gostam de um homem machão. Um homem que as sastisfaça. Não é estes meninos de gravatinha, luzidios, que é de vez em quando, e elas isso não, se eles fossem machões elas nem olhavam para outro homem, até tinham ciúmes dele, «homem como este não há», nem olhavam para outros. Por isso é que elas agora se divorciam logo, porque a malta nova come frangos de aviário e iogurtes, e depois não dá. É como lhe digo, meu amigo. É como lhe digo.



Com a devida vénia ao Estado civil

Tablóides ingleses

Tony Parsons, colunista do Daily Mirror (*), dirigindo-se ao embaixador português:

"(...) And I would respectfully suggest that in future, if you can't say something constructive about the disappearance of little Madeleine, then you just keep your stupid, sardine-munching mouth shut."


Aqui.

(*) o jornal britânico de referência d'O Insurgente

quarta-feira, outubro 31, 2007

K.O. técnico



Stone Roses, She bangs the drums

quarta-feira, outubro 24, 2007

Não chega aos calcanhares da Madonna mas sempre tem mais conteúdo



Cornelius, Fit song

Aquecimento Global

Não, não discuto o aquecimento global. Nem preciso. Todas as medidas para o reverter trazem benefícios, independentemente da ocorrência ou não do fenómeno. Os mesmos que aprendemos na escola desde a descoberta do efizema pulmonar e que nos levavam no dia da árvore ao campo para plantar mais uma.

Daí que os argumentos dos detractores da "teoria", por mais inteligência ou infalibilidade que tentem botar na sua elaboração, me parecerem sempre um bocado pífios.

domingo, outubro 21, 2007

Recursos e tendências

O degelo dos glaciares no Oceano Ártico, sem dúvida causado pelo arrefecimento global, está a aguçar a dentuça das potências árticas para reclamarem espaços oceânicos para além do limite das 200 milhas, em via do grande manancial de recursos a ser explorados.

Se estas reclamações forem bem sucedidas,Portugal está em condições de reclamar todo o território oceânico delimitado pelo continente, Açores e Madeira com eventuais vantagens económicas para o país.

Será por isso que a Britânica Madeira e os Americanos Açores reclamam agora uma autonomia aprofundada?

Mais uma liberdade

Existem aqueles tolos que defendem o criacionismo como teoria científica. Fazem-no porque têm liberdade para isso.

Existem aqueles que os criticam e os ridicularizam. Fazem-no porque têm liberdade para isso.

Existem depois aqueles que criticam e ridicularizam aqueles que criticam e ridicularizam os criacionistas.

Mas o argumento destes últimos é estranho e bem Anglo-Saxónico: todos têm direito á sua opinião, por muito disparatada que seja, e todos são obrigados a "respeitá-la", isto é, a exprimir polidamente a sua discordância, mostrando um profundo respeito intelectual pelo interlocutor, mesmo que este esteja a defender que Fátima foi resultado de fenómenos com extra-terrestres ou que a luz do sol é preta.

Não podem caçoar dos palermas e os palermas podem, na sociedade, lidar com as suas taras da mesma forma que os outros lidam com a ciência.

Podem, por exemplo, fundar uma Universidade onde se ensina as inexistentes bases científicas do criacionismo.

Existe aqui uma supressão de liberdade, a liberdade de ridicularizar o que é ridículo. Mas esta abordagem tem ainda alguns efeitos interessantes: suprime o conceito de verdade objectiva, suprime a ciência, de um ponto de vista conceptual (exclusivamente um produto do método científico), e, ao premiar a ignorância, promove uma sociedade de palermas onde os aldrabões e vigaristas se mexem à vontade, dentro da lei e da legitimidade.

A ideia é confundir trigo com joio, para desorientar os tolos e os ignorantes.

Pura ideologia

O Claro, neste artigo, fala de quem ponha em causa a competência da engenharia na China e na Índia.

Pois é, acontece que a deslocalização da engenharia para a China e para a Índia não tem uma fundamentação de engenharia, ou mesmo financeira. Tem uma fundamentação ideológica, é uma espécie de vingança dos mercados de capitais contra os privilégios das classes médias ocidentais, que esses mercados consideram pura e simplesmente abusivos.

A política Portuguesa explicada às criancinhas

Tudo começou em Felgueiras, há uns anitos atrás.

Francisco Assis era presidente da distrital do PS do Porto, candidato a substituto de Jorge Coelho e normalmente considerado um político de qualidade, fora do circuito do futebol, rotundas e arguidos em casos que nunca acabam.

Apesar das notórias ilegalidades praticadas pela autarca de Felgueiras, o povão ( poboum-e ) mostrou a Assis o que pensa da legitimidade, da lei e da justiça do estado Português.

Assis quase levou porrada e teve a sua carreira política acabada.

O PS aprendeu a lição que Jorge Coelho lhe deu, ganhou pela primeira vez a maioria absoluta na Assembleia da república e apoiou com sucesso nas últimas autárquicas tudo quanto era autarca arguido e suspeito da prática de crimes.

O PSD, herdeiro da honestidade ditatorial de Salazar, enveredou pela via contrária com Marques Mendes à proa e foi clamorosamente derrotado, principalmente nas eleições contra aqueles arguidos que se recusou a apoiar.

A eleição de Meneses voltou a mostrar o que as "bases" partidárias em Portugal pensam ácerca de coisas como legitimidade, lei e justiça.

A queda


Into dust, Mazzy Star

sábado, outubro 20, 2007

sexta-feira, outubro 19, 2007

Admiração

Cecilia Sarkozy pediu o divórcio. As razões oficiosas falam de abuso e maus-tratos; as oficiais, sem dúvida acordadas para a prossecução tranquila do mandato do (futuro) ex-marido, aqui.

A minha admiração por uma Senhora que não se vergou à hipocrisia dos costumes sociais e se despede de cabeça erguida de um anão furibundo.

quinta-feira, outubro 18, 2007

Imprensa de referência


Portugal é o único país que eu conheço onde se coloca sistematicamente e sem critério a loucura da bola na primeira página de jornais não-desportivos.
E fica tudo dito quanto à "imprensa de referência".

segunda-feira, outubro 15, 2007

Um petroblogue

Sempre passei o olho ao de leve por aquilo que o Pedro Lomba escreve e não posso dizer que me inspire reacções apaixonadas. Já das das sublimações do Pedro Mexia nunca fui menos que devoto madrugador.

E também porque o filme homónimo está no meu top 2, têm entrada directa para o top 40 e picos ali ao lado: o Gattopardo já está em linha.

domingo, outubro 14, 2007

Adeus


Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mão à força de as apertarmos,
gastámos o relógio
e as pedras das esquinas em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias:
os teus olhos são peixes verdes!
e eu acreditava.
Acreditava, porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.



Eugénio de Andrade, "Poemas 1945-1965"

Ora comentemos

Passei agora pelo Blasfémias. As caixas de comentários desapareceram. Recauchutagem ou renovação? Tomara que não tenham ficado ofendidos com a singela homenagem ali abaixo.

Todos diferentes, todos iguais

Depois das fianças do jovem Bernardino à Coreia do Norte, o Abominável Comentador das Neves faz do Irão exemplo da sua definição de democracia.

P.S: se continuam a dar tribuna pública à opinião de mercearia não se poderão admirar que não haja por cá algum jornal de referência para amostra.

sábado, outubro 13, 2007

A ciência à luz de um juiz biotecnólogo

A notícia caiu como uma bomba de fragmentação enriquecida a urânio empobrecido.
Na blogosfera dita "liberal", os apelos sucedem-se. Contra a ignomínia, chefiados pela voz do porta-voz dos investigadores em biotecnologia, JoaoMiranda, a fúria dos famélicos da terra sem direito a automóvel atira contra o comité internacional o supra-sumo juízo científico de um juíz de um supremo tribunal nacional: parece que o filme de Gore tem 9-nove-9 erros científicos. Não é dez nem é oito, são nove, ó freguesa.

(eu estou acostumado a erros menos exactos, do género +/-0.5 unidades à escolha, mas pelo que li, o aquecimento global não seria determinístico mas aleatório. Ora, como o mesmo não existe, a negação dessa afirmação será "o não aquecimento global é determinístico, não aleatório". E assim encontramos a exactidão dos números)

Mas a blasfémia dos politicamente correctos não se ficou por aqui. Imagine-se que os comunas da academia da sueca ainda por cima tiveram o desplante de premiar um painel científico da ONU. E isto não pelo método da sua actividade mas pelas suas... CONCLUSÕES.

É de ficar de boca aberta. Um prémio Nobel pelas conclusões de um estudo científico? Tudo política, como nos dizem os iluminatos. Se é assim, onde é que isto vai parar?? Qualquer dia ainda nos impingem com, sei lá, o Nobel da Paz a quem se opõe a testes nucleares ou o da Literatura dado a quem fez guerra.

51 ways

«If your lover has put on too much weight, get them to walk three miles in the morning and three miles at night, and by the end of the week the fat fucker will be 42 miles away.» - Jo Brand


(lido no B-site)

quinta-feira, outubro 11, 2007

Há 19 anos atrás...

Entrei numa discoteca e ouvi esta música, de uma banda que eu não conhecia.

Comprei o disco. E nunca mais voltei a ouvir as músicas que ouvia antes.

Pop Australiano passou a ser o meu estilo preferido de música

As certezas num copo de vinho

Som da maquete original

segunda-feira, outubro 08, 2007

Mota Amaral é favorável ao Criacionismo na escola

Aqui, via Esquerda republicana.

Agora resta saber se o cavalheiro confundiu os propósitos da resolução, afirmação institucional de princípio pelo indisputabilidade do método científico, ou se achou que se pretendia remover as aulas de religião e moral das escolas.

A seguir preocupadamente, já que se trata de um recente membro do Conselho de Estado.

E o prémio para a melhor t-shirt Che vai para...

Vi na rua e por isso não tenho imagem. Por baixo da estampilha os dizeres:
"Who the hell is this guy?"

domingo, outubro 07, 2007

Say hello, wave goodbye



You and I
It had to be
The standing joke of the year
You were a sleep around
A lost and found
And not for me I fear


(e quem não corre logo para a pista às primeiras batidas é mariquinhas)

sexta-feira, outubro 05, 2007

Quando?

É que a Madeira se torna independente de Portugal?

E quando é que Portugal se torna independente dos Açores?

Um grande abraço, como diria o Uva, a todos os meus bons amigos Insulares.

Um abraço bastante menos apertado, claro.

Porque é que Menezes ganhou?

Porque está muito bem acompanhado.

A sra. Rice esteve cá há pouco tempo e confessou publicamente que tinha o propósito de compreender a realidade da política Portuguesa.

E compreendeu.

Tortura

Obviamente que esta força policial me pode torturar sempre que quiser.

Do Claro, claro.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Gestão ou liderança

As escolinhas, licenciaturas e mestrados em Gestão que proliferam pelo mundo servem para criar uma nova Aristocracia.

Gente que percebe de números, EBITs e outras sofisticações do género mas que parece saber muito pouco de liderança.

Deixam esse trabalho sujo a sargentos e contramestres enquanto eles se divertem a ver gráficos que demostram por exemplo, que uma taxa elevada de burn-out numa empresa com custos elevados de mão-de-obra contribui para uma saudável contenção dos custos ( pelos salários que não se pagam a quem sai e pelo esforço extra e não pago exigido aos que ficam ).

Ás vezes contratam especialistas em recursos humanos que seleccionam recursos dóceis e se divertem a organizar jantares e a distribuir gadgets.

Depois, a coisa falha, e volta tudo ao início ( os especialistas de recursos humanos é que falharam, claro ).

O capital intelectual perdido não é fácil de medir ( especialmente se compensado pelo esforço extra de quem fica ) para além de que se evita que os sargentos, contramestres e operários ganhem poder negocial e perturbem o poder aumentado dos senhores gestores.

Poder traz sexo e sexo traz poder e aqueles que têm mais poder têm mais sexo e sobrevivem, não fossem as conspirações dos invejosos, tal como o demonstram os mais avançados estudos sobre as sociedades paleolíticas, publicados na Scientific America e noutras publicações Anglo-Saxónicas, altamente abalizadas por elas próprias e pelos Nóbeis que se atribuem a eles mesmos através de Universidades que se avaliam umas ás outras como as melhores, em estudos independentes publicados por elas próprias na Scientific America e noutras publicações Anglo-Saxónicas.

Os sargentos e contramestres lá vão gerindo o possível e sofrendo as consequências dos fracassos, deixando aos outros os proveitos dos sucessos. ( é um espectáculo triste ver um desses gestores tentar forçar o que não é forçável, sem saber o que está a fazer, desmotivando e desmoralizando a cada palavra que lhe sai da boca, dando, enfim, vários tiros no pé, dado que o problema está muitas vezes na sua própria gestão ).

Porque os sargentos e os contramestres são os verdadeiros líderes.

Numa sequência de extrapolações injustificadas, o abismo está mesmo aqui ao lado.

A única ponte sobre esse abismo é a perseverança. Explicar, explicar, explicar, persistir, demonstrar, não ter medo, reagir à intimidação e à pressão com firmeza, contra-atacar, pisar a zona de recuo, ameaçar, dar o lombo, ser competente, Ser Humano.

É neste dia a dia que se combate a globalização da ditadura, do medo e da desumanização, passe os lugares comuns.

É tudo assim? Claro que não!

Por enquanto.

De esquerda, eu? Claro que sim! Ou claro que não?

E os juízes com 26 anos?

Mais uma extrapolação injustificada.

Só para acabar.

Ainda não.

Estou com a pica toda!

Maldita cocaína!

Que infantil que eu sou.

Ainda bem.

Pena não ser o príncipe dos Eternautas.

Hasta!

Comovente!

A crónica de António Lobo Antunes, hoje, na "Visão".

Boa Dorean, dá-lhes!

Mas não te esqueças que as causas perdidas são sempre mais simpáticas e fáceis de abraçar.

Não me leves a mal.

Eu nem sequer caí no lodo suicida da chamada realpolitik.

Os 10 passos para o reestabelecimento da ditadura na Rússia,

segundo o Devaneios desintéricos:

1. Putin estabelece a imagem de líder forte, o único capaz de controlar a Rússia;
2. Ganha o apoio dos demais cargos supremos da política russa e obtém da da poderosa Igreja Ortodoxa a cuidada gestão dos seus silêncios;
3. Suprime a opinião pública afrontando as ONGs e perseguindo a Imprensa crítica;
4. Nomeia um delfim, politicamente irrelevante, para seu sucessor na candidatura à presidência - Victor Zubkov;
5. Abandona a presidência por impossibilidade constitucional de se candidatar a novo mandato:
6. Putin anuncia sua disponibilidade para ser primeiro ministro;
7. Zubkov ganha as eleições presidenciais e, se quiser, tem poderes constitucionais para delegar poderes no Primeiro Ministro (que será, provavelmente, Putin)
8. O partido de Putin - o Rússia Unida - ganha, por via eleitoral, controlo total da presidência, governo e Duma (que conseguirá se mantiver a actual proporção de mais de 300 deputados favoráveis em 450) tendo poder para fazer qualquer alteração à Constituição russa; A actual força principal força opositora só tem, segundo as sondagens, 7% de intenções de voto;
9. Se o presidente ficar incapacitado ou se demitir, será o primeiro ministro - Putin? - que herdará automaticamente o seu cargo como, aliás, aconteceu com Boris Yeltsin, tornando-se novamente presidente da Rússia;
10. A Rússia passa a ser uma ditadura.

O sexto ponto desta caminhada foi hoje anunciado.

Liberdade para a Birmânia


Free Burma!

quarta-feira, outubro 03, 2007

Maddie na ONU

O Conselho de Direitos Humanos da ONU reuniu sobre a situação na Birmânia. Num primeiro texto proposto pela China, os próprios manifestantes eram "condenados" pelos desacatos e aos mesmos era exigida "contenção" nos seus protestos. Posto isto e após a cínica aprovação indiana e russa, o comunicado do CDH "lamenta mas não condena" a brutal repressão do regime militar sobre os democratas do seu país.

"Lamenta mas não condena". Assim como quem olha para uma criança levar uma bofetada do pai e diz: "coitadinho do miúdo... Mas os pais lá sabem".

Este tipo de resolução define aquilo para que este organismo foi (re)criado: institucionalizar aquela visão multicultural de "humanismo" tão cara a regimes não-democráticos e, por tabela, servir de montra ao músculo diplomático dos gigantões, antigos e emergentes.

Quem lixa sempre, lá está, são os miúdos.

"A sucessão de Putin"


do Cinco dias.

Os nomes também contam

Myanmar parece nome de aldeamento em estância balnear para pedófilos.

terça-feira, outubro 02, 2007

Decisões de ano velho


Tindersticks, No more affairs

São duas da manhã de uma noite de insónia, temperada com chuva e regada a meia garrafa de Caol Ila.
Que outra coisa mais seria suportável ouvir?

Myanmar e Yagon

A repressão aos monges budistas teve no politicamente correcto uma vítima ocidental: onde antes a culpa do homem branco recomendava obediência à nomenclatura do complexo neo-colonialista, já a imprensa britânica recuperou o nome do país, "Burma", e da capital, "Rangoon", anteriores ao golpe militar de 1989.

Agora digam lá se Bombaim (literalmente 'baiazinha boa' em português de quinhentos) não será sempre mais bonito que Mumbai?

sábado, setembro 29, 2007

Bichos!

Agora, estamos entregues aos bichos. V V V V.

E esta era para ter sido posta no dia 11

Uma canção de Natal para vós

sexta-feira, setembro 28, 2007

As ditaduras e os monges



Numa sequência de imagens terrível, foi hoje divulgada ao mundo mais uma faceta da barbárie dos militares birmaneses: um fotógrafo japonês abatido à queima-roupa por um macaco vestido de soldado.

O regime ditatorial da Birmânia é tão intolerante que mantém presa há décadas um prémio Nobel da Paz. Tão insuportável que até fez perder a paciência a monges, ainda para mais budistas, ainda por cima orientais.

É daquelas ditaduras de opereta que, sem noção do ridículo mas com uma frustração sexual ultramontana, mudam o nome ao país e à capital sem que alguém perceba para quê.

A reacção da China, o principal parceiro comercial daquele país, está a ser interessante: ufanos, solicitaram à junta no poder em Rangoon (ou Yangon...) e aos manifestantes pró-democracia para que contenham os ímpetos.

Que os chineses têm algum poder de influência sobre os seus vizinhos (i.e., o mundo), já nós sabemos. Agora é óbvio que não se pode acreditar que o regime de Pequim (ou Beijing... Perceberam?) olhe para além da fronteira e tenha a humanidade de constatar que alguma coisa está bastante errada com o que ali acontece.

Afinal de contas, também o Dalai Lama era monge, budista e oriental e isso nunca lhe garantiu qualquer salvaguarda das garras dos ditadores chineses.

A civilização Europeia É superior às outras


Vídeo institucional, da responsabilidade da Comissão.
(via Claro, claro)

terça-feira, setembro 25, 2007

Dia europeu sem carros


Vem atrasado mas só queria dizer aqui que no dia europeu sem carros locomovi-me tal qual na maioria dos restantes dias do ano: de bicicleta e a pé.

O extremismo institucional polaco

Desculpem lá mas... Pá, sem querer ofender ninguém, as reacções de certos sectores da blogosfera espantam-me, não pelo extremismo da solução proposta para a Polónia (uma jactância que na forma está ao nível da dos visados), mas pelo voluntarismo da ignorância demonstrada.

Há milhões de polacos que gostariam de ver os homozigóticos afastados do poder e que, iguaizinhos a "nós", são tão democratas e civilizados quanto os suecos, cultivando um asco refrescante a qualquer género de intolerância.

Voltar-lhes as costas só porque há uns cães 'menores' com direito (legítimo) a um microfone, não seria a melhor estratégia para ajuda-los a expurgar da sociedade polaca esses resquícios de totalitarismo transvestido.

Pegai nos relatos da história, recentes e d'antanho, e mesmo sem ir muito longe vereis que o isolamento de um estado nunca conduziu à emancipação do seu povo. São mesmo precisos exemplos?

segunda-feira, setembro 24, 2007

E depois há os merdosos que as convencem que não, meu caro Pedro Mexia

Completamente mediano e um bocado merdoso

'Chega um momento em que quase todas as mulheres pensam isto dos seus namorados ou maridos: «It’s about being a good guy, Cody. A decent person. And you’re not... in the end, I’m with somebody who’s like all the other guys I grew up around. Not so terrible, but not very good, either. You’re just a guy. Just a normal guy... which means kind of shitty, actually. Completely average and a little bit shitty».(This is How it Goes, 2005, Neil LaBute)'


Cumprimentos,
DP

domingo, setembro 23, 2007

Essa é que é essa

"É que entre esta câzoada e o engenheiro das corridinhas, o país não hesita. Não por o engenheiro ser sublime, extraordinário ou coisa nunca vista. Não. O engenheiro não está a fazer nada de especial e o que está a fazer, faz porque estamos na UE e porque a economia não é gerível daqui. Sócrates navega à vista como corre e corre como navega à vista. Dá uma razoável aparência de mando e, atentas as circunstâncias de vida do homem médio português, sustenta-se no medo que esse homem médio tem de perder o que já tem."


No Portugal dos pequeninos.

E entretanto, cresce o amor da juventude alemã pela aviação sem motor

A gaffezinha do eng.º (sic) Sócrates, como relatada no sítio da Casa Branca:
(...) the question of Kosovo and the Middle West [sic] problem. I had the opportunity to tell the President how Europe can see with good (inaudible) the declaration on Middle East of President Bush, (...)

(via Oito e coisa, por sua vez via Glória fácil...)


E a bacorada do costume do eng.º (sick) Bush, analisada no Think Progress (think-tank americano... de esquerda)
I thought an interesting comment was made — somebody said to me, I heard somebody say, “Now, where’s Mandela?” Well, Mandela’s dead because Saddam Hussein killed all the Mandelas.
Vem com vídeo e tudo.

(também via Oito e coisa)

ADENDA À TOSCA COMPARAÇÃO: Já que falamos em minudências de arregalar os beiços, convém fazer notar que a transcrição das declarações do P.M. feita pelos serviços de imprensa da Casa Branca é profissionalíssima e só pode trazer ofensa a virgens de sacristia viciadas na reverência instituticional. E já todos compreendemos o resultado que esta atitude está a ter...

sábado, setembro 22, 2007

Inglês técnico

Middle West problems e tal...

Citado de memória

Voltou com um copo d'água na mão e um ar contemplativo mas decidido. Pousou o copo no criado-mudo e sentou-se na cama. Olhava com atenção para a frente, onde se diria que as palavras tomavam forma. Sem se virar, disse-me: "depois da paixão, uma relação precisa de ser trabalhada para ser mantida".

Fiz uma careta e preparava-me para reagir de um salto, como alguém a quem espetam um alfinete no rabo. E foi precisamente com esta imagem que acabei por transmutar o esgar em sorriso amarelo. Afinal, aquela mulher não era a minha.


In The Picture of Dr. John Gray, J.T. Barrett

(tradução minha)

Destaque da semana



“em Portugal, ainda se julga que a cultura é dizer asneiras com distinção e que a distinção é o afivelar de um ar afectado”

Parabéns

Ele há coisas que uma pessoa lê e depois pensa: "podia ter sido eu mas não o teria escrito melhor".

Dois anos de leitura diária de Estado civil: parabéns, sim, e obrigado.

quinta-feira, setembro 20, 2007

A Turquia na UE

Defendia que a Turquia deve pertencer à UE.

Mas vendo o comportamento da Polónia, acho melhor não.

O Fernando é gay

Este videoclip foi realizado no âmbito do curso de cinema da Universidade Lusófona. Esta música interpretada pelos Pink Poetry é uma versão da música tradicional ribatejana Fandango e conta a história de um forcado que ao sair do campo para a cidade perde a sua identidade.

Um belo trabalho experimental, que aborda de alguma forma as angústias do homem moderno

Para tentar limpar a minha imagem

Eu não sou nenhuma das senhoras que dançam. Sou o primeiro cantor. A solista é a minha mulher.

Hoje sinto-me assim

Serás que pensam que eu penso que sou gay?
Ou era escusado estar aqui a tentar arruinar a minha reputação?

Um Macabeu que se preze dá conta de dois filisteus ou mais e ainda limpa as mãos à cortina. Capice?


The Maccabees, First love

terça-feira, setembro 18, 2007

Do outro lado do espelho


Humpty Dumpty sat on a wall,

Humpty Dumpty had a great fall.

All the King's horses, And all the King's men

Couldn't put Humpty together again!


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(Masterpiece, Christeas, 2003)

Decifra-me ou te devoram

sábado, setembro 15, 2007

Belle and Sebastian - Sleep the Clock Around Live

Finalmente, uma questão pertinente

O dr. Vital Moreira volta a embirrar no Causa Nossa com as cores das camisolas da selecção nacional de futebol (via O insurgente).

Sr.dr.: por um lado, o sangue-de-boi presente aplica-se muito melhor ao carácter nacional e ainda tem a vantagem de fazer lembrar as barras das casas no Alentejo.

Para além disso, essa da farda dos desportistas ter de combinar com a bandeira é idéia à qual muito boa gente não faz caso.
Quer exemplos? Olhe, o pavilhão holandês não é laranja; o alemão não contém branco; na camisola de Itália sabe-se lá de onde vem o azul e idem para os calções espanhóis; et c, et c...

Um amigo irlandês confessou-me um dia que lhe dava vontade de abrir uma garrafa com verdadeira rolha de cortiça cada vez que via entrar em campo o bordeaux dos portugueses.
Já aquele vermelhão vivo da nossa república, pelo contrário, associa-o aos histriónicos anos oitenta e às lojas de produtos chineses.

(estas últimas são palavras do próprio, juro, que em tamanha polémica liberal-conservadora não meto a colher)

Spleen 2

"Deixei de ler", diz-me L., com uma voz desapaixonada. "Com livros maus não faz sentido perder tempo e os bons são insuportáveis".

quarta-feira, setembro 12, 2007

Momento de alta cultura sul-africana

Há uma empresa na África do Sul a organizar safaris de paintball em que a caça são meninas contratadas para o efeito. O equipamento das mesmas limita-se aos goggles e ténis para corta-mato e, caso o cavalheiro desportista consiga acertar no corpinho da jovem com um tiro que seja, "he can have his way with her".

Segundo me disseram, cada rapariga chega a ganhar o equivalente a 5000 euros por caçada. Nada mau para um dia passado a fugir de um boer sudorento.

(lamento mas não possuo link)

domingo, setembro 09, 2007

O preço das casas explicado às criancinhas (2)

Ana Bela Pereira da Silva, Presidente da Associação Portuguesa de Mulheres Empresárias, afirma que, entre muitas coisas, que a banca em Portugal é uma mentira, que não corre riscos, recusa créditos às empresas e ganha milhões com créditos pessoais totalmente garantidos.

(a entrevista ao Correio da Manhã aqui , via Claro)

Não é de todo verdade. À nossa banca interessa também sustentar as empresas de construção civil, pois a sua mercadoria é o mais custoso e inevitável objecto de consumo dos portugueses.

Idem para o Estado, pois, se a banca não arrisca a investir numa indústria mais produtiva, os ciclos de grandes obras públicas são a única política que os sucessivos governos conseguem imaginar para manter a economia viva. Financiadas pela banca e pagas com os nossos impostos.

Estado, banca e patos-bravos: uma aliança viciada a bem da Nação e onde todos ganham menos a própria, nós.

O preço das casas explicado às criancinhas (1)

Por que razão são as casas coisas tão caras?
A resposta é porque a grande maioria das pessoas não tem dinheiro para comprar uma.

Paradoxo nas leis de oferta e procura?

Vejamos: eu tenho um bem à venda por 1000 que todos querem mas pelo qual só podem humanamente pagar 10. A lógica de mercado diria que eu seria obrigado a baixar o preço até este coincidir com aquilo que a procura pode pagar.
Ou, de outra forma, se todos ou algum puderem pagar 2000, então isso já permite aumentar o preço da mercadoria de forma a acompanhar esse maior poder de compra e maximizar o retorno.

Que a imensa maioria apenas pode pagar 10 é um facto. Que acabem por comprar uma casa que custam 2000 é outro.

A distorção dos mecanismos do mercado, claro está, é feita pela banca.
Com virtual abolição de limites ao crédito, a procura enlouquece no desejo de posse e inflaciona os valores do mercado.

Tanto a própria banca como a oferta agradecem: a ambos interessa que o preço seja o mais alto possível. A maximização do retorno é superior através de um mercado descapitalizado porque este é descapitalizado.

À banca não interessa uma sociedade rica. Ou, por outras palavras, gente rica não alimenta bolsos de usurário.

Nation branding



Wally Olins, o patrão da Saffron Brand Consultants, em parte de uma entrevista para a Monocle acerca de um dos muitos conceitos de que foi pioneiro (*):

M: E que erros é que os países fazem?
WO: Pensarem que pode ser tudo feito em 10 minutos. Não pode. Leva 10 ou 20 anos. Eles pensam que se trata de uma campanha de publicidade; pensam que basta uma frase curta. Eles querem dizer coisas que não são verdade.

M: Então nation branding é um processo contínuo, necessitando de check-ups regulares?
WO: Os países deveriam ter um director criativo. Em 20 anos, será norma a existência de um departamento governamental dedicado ao tratamento da imagem do país: gestão de reputação; turismo; investimento externo directo.

M: Foi algo disso que você fez em Portugal?
WO: Começámos por ajudá-los com o turismo à volta de 1992. Depois passámos ao brand export e ao investimento externo directo. Tudo estava a correr lindamente mas, quando houve eleições, o que é que o novo partido no governo faz? Deitaram fora tudo o que o anterior governo havia feito. Este tipo de projectos não pode ser gerido por pessoas que estão no poder durante cinco minutos.

M: Portugal foi prejudicado por não terem permitido o seguimento de uma linha definida de nation branding?
WO: Sim, a imagem de Portugal sofreu com isto. Eu estive em Lisboa não há muito tempo e eles estavam a discutir nation branding outra vez e que Portugal deveria ser visto como a capital de IT do sul da Europa. Ora, sinceramente: de que raio estão eles a falar?

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(*) tradução minha

sábado, setembro 08, 2007

To be constituted arguido

Há um novo verbo na língua Inglesa: to be constituted arguido.

Em Portugal, toda a gente sabe o que é um arguido: é um autarca ou um dirigente de um clube de futebol, ou ambas as coisas ao mesmo tempo. Agora, o mundo inteiro vai saber que o casal McCann é arguido, tal como os autarcas ou os dirigentes dos clubes de futebol.

Os trâmites tortuosos da justiça Portuguesa chegaram finalmente ás bocas do mundo. Agora sim, a CNN, a SkyNews, a BBC, a ITV, o The Sun, etc. vão saber verdadeiramente o que é um reality show e vão poder transmiti-lo a par e passo. Os enredos do processo McCann irão alimentar horas, dias, de debates intermináveis de especialistas informadíssimos e vão gerar uma inestimável torrente de lixo noticioso.

Finalmente, o entretém noticioso que tanto tempo nos ocupa em Portugal, vai passar a atafulhar os media Ingleses.

Orgulhem-se. Temos mais um produto de exportação, o equivalente Português da novela Brasileira: o enredo complexo da justiça da República em acção.

Pobre miúda...

I Pagliacci

-Doutor, estou deprimido. Sinto-me derrotado e só, à minha volta medra a vulgaridade e a cobardia é recompensada. Temo que não seja possível voltar a ser feliz e já comecei a sonhar com situações de suicídio.

-Homem, então, recomponha-se! Sei exactamente do que você precisa: o grande comediante do nonsense, Pagliaccio, está em tourné e hoje à noite dará um espectáculo na nossa cidade; vá vê-lo e verificará que o segredo de tudo é nunca levar as coisas muito a sério.

-Mas, doutor...

-Sim?

-Eu sou Pagliaccio.

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Roubado e adaptado numa tradução muito livre do The Watchmen, por Alan Moore

A culpa das crianças

O que aconteceu, lembra-me algo que se passou comigo aos 13 anos, e cuja culpa carrego desde esse dia, sentindo ainda uma vergonha estúpida, uma vez que o acontecimento, em si, não teria gravidade alguma se tivesse sido assumido.

Fui passar uma semana a casa de uns tio-avós,muito sérias, muito rigorosas, (...) sentia necessidade de me portar bem.
Havia na casa uma boneca bailarina, um objecto que me chamava a atenção, e que manuseava com cuidado, pois sabia tratar-se de um bibelot de estimação. (...) Sem querer, uma tarde, no quarto de trás,(...) parti ou desloquei um membro à boneca.

(...) Tentei reparar a peça, mas não foi possível. Talvez pudesse ser reparada; creio que sim, mas não por mim. Senti um medo indescritível. Não queria que me ralhassem. Que me desprezassem. Condenassem.

(...) como é que havia de me ver livre daquilo? Olhando à volta, e num curto espaço de tempo, decidi escondê-la num armário embutido na parede, em cima, junto ao tecto, entre colchas e cobertores. Aí deixei a boneca entalada entre panos. Durante o resto das férias vivi assaltada pelo medo de que o meu crime fosse descoberto, e até à morte do meu tio, há uns dez anos, esperei que alguém me falasse na boneca que espatifei.

Tenho a ideia que todos os seres humanos se tornam crianças quando percebem ter cometido falhas muito graves. Têm medo, e o medo torna-os irracionais, maximizando a asneira. Somos todos muito parecidos. Há pessoas más, mas a maior parte de nós é apenas uma pessoa, o que já é demais.


Estranhos bichos, n'O Mundo perfeito
Destacado meu.

Tequila sunrise



A conversa seguia animada e eis que o anfitrião, depois de desaparecer por momentos ("ter-se-á juntado àqueles que insistiam na competição de limbo?", perguntavamos) traz alguns dos côcos que serviam à decoração caribe e, em pleno gozo da sua alegria inebriada, começa a atirá-los repetidamente contra o chão de pedra do jardim.
Partido o primeiro, o grupo entrou em êxtase e, jogando-se aos pedaços de casca espalhados pelo chão, todos devoravam sem cerimónias a polpa branca ainda lá agarrada.

A ocasião não podia ser mais perfeita e cantarolei os acordes iniciais do Also sprach Zarathustra.

Num ripostar amigável, alguém me atirou com um bocado de côco à cara. Olhei para o mesmo e, quase por instinto, agarrei numa lasca de madeira que estava por ali no chão e usei-a como cunha para destacar a polpa da casca e comê-la.

Nisto, B., que havia suspendido a comezaima para ver o que eu fazia, apontou para mim e exclamou: "Look, everyone: he has EVOLVED!"

quinta-feira, setembro 06, 2007

A felicidade a prestações

Ontem recebi um email absolutamente horrendo. O 'assunto' rezava assim:

"Conta Viva até 5.000 EUR, uma boa ajuda para quem quer ser feliz.
Sem perguntas nem burocracias."


No corpo da mensagem, a foto de um rapaz sorridente em pose de sucesso.

Que esta seja a perspectiva que o publicitário - e o usurário que o contratou - tem da vida não deveria despertar mais que um esgar de desprezo.

Mas deprime tomar consciência assim de chofre, e através um meio de comunicação tão pessoal, que se aqueles sebosos recorrem a este tipo de anúncio é porque há por aí circulam desgraçados em número suficiente que são sensíveis ao argumento.

domingo, setembro 02, 2007

Hoje passei o dia assim

À atenção dos desengajados da "Avante"


O PCP gosta de anunciar a "festa do avante" à orbe como se de um festival de rock se tratasse. Correspondendo ao tique, muito boa gente hoje em dia vive desesperada por animação e não se pode dar ao luxo de escrúpulos ideológicos que nem entende.

Pedindo desculpas por realçar o óbvio, a "festa do avante" é organizada por um partido político e é um acontecimento político. Os artistas convidados dedicam-se à música alguns mas ele há outros que mantém actividades menos divertidas.

Nesse segundo conjunto encontramos o braço armado do partido irmão colombiano: as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, FARC.

As FARC vivem das plantações de cocaína e da corrupção que impede a erradicação do tráfico de drogas e por isso mesmo sequestraram há cinco anos atrás a senadora e activista anti-corrupção Ingrid Betancourt (na foto, antes do crime).

Aquela que na altura era candidata favorita à presidência do país pelo partido "Os Verdes" (!) tem sido mantida em cativeiro desde então por ser dos poucos políticos com coragem para se opôr ao negócio dos cartéis e das guerrilhas.

Fica a lembrança para quando a boa disposição o/a convencer que aqueles tipos do PC não podem andar a comer criancinhas ao pequeno-almoço.

A comunhão humana



A necessidade mais básica do ser humano não é, como Freud mantinha, a satisfação da líbido mas sim o escapar da sua prisão de solidão e encontrar a união com outros. Só que:

"The unity achieved in productive work is not interpersonal (a razão para a relação é externa à relação); the unity achieved in orgiastic fusion is transitory (espectáculos, comícios, dança); the unity achieved by conformity is only pseudo-unity (e.g., estabilidade matrimonial). Hence they are only partial answers to the problem of existence. The full answer lies in the achievement of interpersonal union, of fusion with another person, in love."”

Erich Fromm, The Art of Loving

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imagem: Um dos muitos O Beijo de Constantin Brancusi (1912)

sábado, setembro 01, 2007

A última fita

domingo, agosto 26, 2007

A cultura sexual portuguesa dominante faz lembrar uma estatística GNR de fim-de-semana prolongado

"Há alguma coisa menos sexy que uma pessoa boazinha? Há: um frigorífico. As mulheres boazinhas irradiam o horroroso perfume da monotonia. Da seca. Do bocejo. Aos olhos masculinos, tornam-se atraentes apenas para algumas coisas: alguns homens, por exemplo, adoram mulheres boazinhas para lhes fazer confidências sobre as maldades que as mulheres mazinhas (por quem ficam sempre irresistivelmente atraídos) lhes fazem - e fazem muito bem feito".

Rapazes, cuidado: vive-se um clima de autêntica guerra civil.
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Tirado ao artigo de uma Ana Sá Lopes muito abaixo da série Vanessa, no DN de hoje. O resto, aqui.

O que é patente na questão dos transgénicos

O Dorean pôs o dedo na ferida do debate sobre os transgénicos.

Mas não foi suficientemente explícito.

As sementes dos produtos transgénicos são protegidas por patentes e essas patentes estão maioritariamente nas mãos de umas quantas multinacionais.

A utilização de sementes patenteadas levanta uma questão de poder e uma questão estratégica.

As patentes são legais e geralmente legítimas mas a União Europeia está atrasada neste domínio e provavelmente quer ganhar tempo até as empresas Europeias começarem a criar as suas próprias sementes patenteadas, protegendo assim a independência da sua agricultura.

Mas há mais alguns pontos curiosos neste debate.

Uma boa teoria conspirativa é a de que o SIS, ao ignorar o perigo lá do acampamento dos eco-turistas, ou lá o que era, acabou por permitir que o debate sobre os transgénicos fosse lançado em Portugal em condições favoráveis aos seus defensores (crime, violação de propriedade privada, bla, bla, bla).

A paranóia pode chegar ao ponto de se pensar que havia agentes provocadores infiltrados lá no meio dos eco-turistas.

É também curioso que os artigos que se escrevem nos jornais Portugueses normalmente ignorem completamente a questão das patentes.

Mas o que suscita mais desconfianças é o calibre dos argumentos de alguns comentadores da praça.

João Miranda, neste artigo, aparenta desconhecer esta diferença entre agricultura com transgénicos e agricultura biológica, o que é estranho, dado o seu background académico.

Helena Matos vai mais longe e, no seu estilo habitual, induz o leitor a pensar que os transgénicos podem ser uma solução alternativa ao petróleo, se usados para produzir biodiesel.

Qualquer especialista no assunto sabe que, com ou sem transgénicos, era preciso cobrir a superfície da terra com girassóis e similares para que o biodiesel pudesse ser mais do que um paliativo para a escassez de petróleo.

E é este tipo de argumentos que faz desconfiar. Principalmente vindos daqueles que defenderam tão agressivamente esse grande negócio sujo que é a destruição do Iraque.

A sua reputação precede-os.

No transblasfémias, claro.

sábado, agosto 25, 2007

Guerrilha ignara, pobre povo


Organismos com modificações no ADN. Artificialmente introduzidas, imagine-se. É o descalabro da ordem Natural das coisas.

Pois. Como diria uma bióloga amiga, ninguém que come um tomate - ADN e tudo - se transforma num tomateiro, pois não?

O problema dos transgénicos é outro e é meramente económico. O resto é palha vã, artificialmente modificada.

P.S.: às vozes que clamam contra a inércia policial, informo que o crime é público e é passível de denúncia; vá, você que sabe bem que é a si que me refiro, cumpra o seu dever cívico.

Um doce

quarta-feira, agosto 22, 2007

Fita da minha vida

Prevêm-se aguaceiros fracos e passageiros seguidos de boas abertas. O céu ficará totalmente limpo antes das próximas 72 horas.

terça-feira, agosto 21, 2007

Lol lol! O Atlântico mete tanta água ( no Mediterrâneo )

Ri à dôr de estômago com este artigo.

Já agora, o V-ou-C é um espaço livre de ideias, com excepção das minhas e das do Dorean.

Ou seja, é um espaço livre de ideias.

Mais uma vez, obrigado à revista Atlântico.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Portugal - Bélgica, golo do Quaresma

Este golo fenomenal do Quaresma levou o seguinte comentário no youtube:

0:20 sounds like the commentator sat on a dildo.

Vejam, ouçam e gargalhem.

Fitas do meu tempo... 8?

E dado que fiquei obcecado, mais destes virão.

Hot Chip, Colours

Da série Doctor's House

Mas na verdade


Já estou a escrever demais sobre mim e o que criou este tronco deformado.

A falta de um tutor apropriado, claro.


Ainda da wikipedia, Samuel Johnson:

Johnson was a devout, conservative Anglican, a staunch Tory and a compassionate man, supporting a number of poor friends under his own roof. He was an opponent of slavery and once proposed a toast to the "next rebellion of the negroes in the West Indies".[16] He had a black manservant, Francis Barber (Frank), whom Johnson made his heir.[17] He admitted to sympathies for the Jacobite cause but by the reign of George III he had come to accept the Hanoverian Succession. He remained a fiercely independent and original thinker, which may explain his deep affinity for John Milton's work despite Milton's intensely radical — and, for Johnson, intolerable — political and religious outlook.


terça-feira, agosto 14, 2007

Diógenes

Da wikipedia, sobre Diógenes:

At the Isthmian Games, he lectured to large audiences, who turned to him from his one-time teacher Antisthenes. It was, probably, at one of these festivals that he met Alexander the Great. The story goes that while Diogenes was relaxing in the sunlight one morning, Alexander, thrilled to meet the famous philosopher, asked if there was any favour he might do for him. Diogenes replied, "Stand out of my sunlight." Alexander still declared, "If I were not Alexander, then I should wish to be Diogenes." (In another account, Alexander found the philosopher rummaging through a pile of human bones. Diogenes explained, "I am searching for the bones of your father but cannot distinguish them from those of a slave.")

Mantendo as comparações no nível devido, sob qualquer ponto de vista.

De (poli)chinelos

O Dorean antecipou-se na ideia.

Há tempos que andava para escrever uma posta a lembrar que, no âmbito de um debate de ideias, insinuar ou afirmar que o antagonista é Comunista ou qualquer coisa que vagamente lembre ser-se de esquerda, anti-mercado ou anti-globalização é um sinal de perca de razão perfeitamente equivalente à aplicação do apodo de fascista.

E por aqui me fico.

Segredos de Polichinelo

Se a esquerda pavloviana dispara 'fascista' à primeira provocação, numa certa direita roem-se as unhas até aos cotovelos doridos por 'comunista' não obter o mesmo efeito e até parece que cegam com tal obsessão.

Tem isto que ver com a descoberta feita por portugueses leitores de jornais espanhóis que a Stasi mandava matar, indiscriminadamente, todo aquele que tentasse pular o Muro da Vergonha. É um facto conhecido de todos mas reafirmá-lo ajuda ao exercício maniqueísta e desvia a atenção de assuntos actuais mais difíceis de comentar.

Eu também fiz uma descoberta recentemente enquanto lia jornais estrangeiros: o número de crianças e mulheres violadas no Darfur é muito maior que as vítimas das kalashnikov no Muro e há milhares de seres indesejados que resultam e resultarão em permanente lembrança dessa vergonha.

Os nascituros não são uma consequência impensada mas sim parte de uma estratégia retorcida de etnicídio. Um miliciano será um criminoso com desejos selvagens contudo, para os líderes muçulmanos das janjaweed, o seu acto cumpre dois objectivos: impedir uma putativa entrada no paraíso à progenitora forçada (pois esta também é muçulmana) e prosseguir com a dita 'arabização' do país.

Daí que me pergunte sobre o que diriam essas vozes tão correctas acerca da vontade da Amnistia Internacional em alargar o seu mandato à defesa do aborto naquelas circunstâncias. E, se ainda houver indignação que baste, o que pensarão da ameaça por parte da Igreja Católica em retirar o seu apoio àquela organização humanitária como sinal de discordância com a sua recente tomada de posição.

Ou a vergonha é maior que o muro e vai ficar tudo em segredo?

Stone Temple Pilots - Creep

Pearl Jam, 2ªcategoria

Radiohead - Creep

Eu sei que já enjoa

Paranoid Android - Radiohead

Abaixo os Franceses!!

Abaixo! As calças, as cuecas e as saias.
Mantém-se apenas o soutien.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Hoje acordei à George Best


I spent a lot of money on booze, birds and fast cars. The rest I just squandered.

"Justiça de supermercado", no Dolo eventual

A propósito do homicida em série de Santa Comba Dão, diz-se que o condenado paga, mas não devia, o mesmo preço de 25 anos quer mate uma, quer mate cinco, quer mate quinze raparigas. Venha a pena de morte. Quem matar uma rapariga é condenado a morrer uma vez. Quem matar quinze raparigas é condenado a morrer quinze vezes.

Por Pedro Santos Cardoso

sábado, agosto 11, 2007

interpol - slow hands

Interpol: Evil

E outra canção vencedora de um festival da eurovisão

Afinal, esta foi mesmo a 15ª batalha decisiva, ao contrário do que se escreveu.

sexta-feira, agosto 10, 2007

"E reproduzem-se?"


Natalidade, por Francisco José Viegas:

(...) Não está posta de parte a hipótese de arrendar essa parcela do território. Ficariam com a bandeira portuguesa, sim. E até se mandariam professores. Mas, que diabo, seriam administrados por uma empresa privada que garantiria que o orçamento de Estado não geraria défices assombrosos com essa terra de ninguém que era bom entregar ao turismo rural e à “literatura fantástica” que se encarregaria de divulgar as suas potencialidades para os fins devidos.
Mas eu continuaria com uma dúvida: e reproduzem-se?

Aviso à navegação

O ócio só liberta quando é o que trabalho oprime.

Já não é só o Miranda das postas do alto

Se um extrapola a sexualidade portuguesa em vôos de calculada loucura, anda para aí meio mundo que se insurge metódica e furiosamente contra o sexo da estranja. No caso, holandeses.

quarta-feira, agosto 08, 2007

Olá Donale!

Nas palavras de uma grande pensadora dos nossos média, este país tem uma relação difícil com os seus emigrantes. Concordo e assino por baixo.

Inspirado por ela e pela canícula de outrora, deixei entusiasmar-me por um mail que anunciava:

"FESTA DO EMIGRANTE - voltei, voltei... voltei de lá!"

Data bem escolhida, 10 de Agosto, evidentemente para evitar conflitos de calendário com o sagrado dia 15.

Mas, lendo a descrição mais abaixo, os parolos são mesmo os organizadores:

"Grandiosa homenagem à diáspora portuguesa, às favas com chouriço e à música
popular...
O acontecimento mais aguardado do ano!!
Quermesse, bailarico pimba, tremoços, vinho a martelo, o estouvamento do
costume...
"

Mais parolo ainda para o efeito é o local escolhido, o Purex, num óbvio esforço de distanciamento de uma realidade que ainda os arrepia. Como quem sente necessidade de afirmar ao mundo que é moderno e urbano e europeu.

A verdade é que, quando o alvo da sátira é decalcado do cliché dos setenta/oitenta, cheira-me logo a snobismo de arrivista filho de emigrante.

Vade retro!

Isto devia tudo ser proibido

Seria um progresso

terça-feira, agosto 07, 2007

Antonioni e Bergman morreram

"Desde que me lembro..."
"O Mestre ainda..."
"E foi assim que descobri..."
"Das certezas existenciais..."
"Abriram-se-me os olhos para..."

Pronto, já está.


P.S.: confesso que o que me impressiona mesmo hoje em dia é a evolução que as sobrancelhas do David Hemmings tiveram. Telúricas, digo-vos.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Mais um exemplo

Do que eu escrevi aqui.

Neste artigo, a premissa dos grupos heterogéneos faz com a argumentação deixe logo a realidade para entrar numa qualquer dimensão alternativa.

Mesmo assim, o exercício, embora canónico, é imaginativo na transposição.

Até ao último parágrafo. Aí, aplica-se uma força de torção na argumentação para se poder atingir o resultado desejado.

Referir a este link.

Exercício: descobrir quais se aplicam ao dito artigo.

Blasfórmicos, claro.

E que tal?

Haver concorrência e poder mudar-se de Banco (Facilmente)?

Mercado! Does it ring a bell?

Mais uma vez, obrigado ao inesgotável Blasfâmias.

Na cartilha liberal.

Encontra-se sempre o que der jeito no momento.

Ora essa!

É melhor que o Borda d'Água.

O Hilário

Total

Q.E.D.

Do incontarnável (o erro é propositado) Blasfêmeas (o erro é propositado).

Brincar às críticas

Esta posta foi publicada no blogue da revista Atlântico.

E os comunicados empresariais, publicados às catadupas nos jornais, disfarçados de notícias?

Dêem-me contra-exemplos, vá, vá, vá!

São uns a aprender com os outros!

Afinal os profissionais de comunicação (propagandistas?) são os mesmos!

Sim! Também mato os (ditos) mensageiros!

Ou haverá mesmo uns e outros?

Do claro

Do Claro, chegaram-nos duas postas edificantes:

1. Sobre o mercado que temos.

2. Esta posta lembrou-me logo aquilo que eu disse aqui.

Fitas do meu tempo 5


Sexiest song ever...

Recordando tempos de karaoke que lá vão e não voltam mais, jamais: Pulp, Pencil skirt.

O gordo é uma anedota ortográfica por si só mas, que fazer?, este era o único vídeo disponível.

Fitas do meu tempo 4

We Are Scientists, Nobody moves, nobody hurts

Assim se julga.

domingo, agosto 05, 2007

A democracia e o catolicismo

Será verdade que a democracia é má para os países católicos? Que é sobre regimes autoritários que eles mais se desenvolvem?

Bem, se for verdade, isso pode sugerir alguma coisa sobre a ética católica, nomeadamente se comparada com a ética protestante.

Mas eu não vou por aí.

Começo por constatar que essa "verdade" tem várias confirmações históricas tal como tem vários desmentidos.

Mas há algo de significativo no facto deste tema ter voltado a ser abordado.

Dogmas

A existência de Deus é, sem dúvida, um dogma, no qual se acredita ou não.

Dogmas, cada um tem os seus.

Eu tenho um que me poupa muito trabalho: nunca tento desmantelar a argumentação de um Liberal, Neo-conservador, ou bicho do género. Para mim, ela tem sempre valor nulo.

Para eles a verdade é irrelevante, aquilo que conta é o interesse. Logo, eles argumentam apenas para defender os seus interesses. Como todo o racionalismo é forçosamente dogmático, eles baseiam-se em cada dia nos dogmas que mais lhes convierem para arranjarem a argumentação necessária para defenderem o interesse do momento.

Amanhã é outro dia.

Quem é quem é?

Que gosta de negociar em mercados e feiras?
Que foge aos seus deveres para com o estado, mormente no pagamento de impostos e cumprimento das leis?
Que, sempre que pode, usa e abusa dos serviços que o estado põe à disposição dos cidadãos, nomeadamente na educação, habitação, saúde e segurança social?
Que suja e estraga os sítios por onde passa, deixando aos outros o trabalho de limpar?
Que ostenta sem vergonha os luxos adquiridos por meios duvidosos?
Que berra e incomoda os outros que estão à sua volta sem se preocupar se eles estão ou não interessados em ouvi-lo?
Que rouba o próximo sem pudores, caso esteja para aí virado?
Que acha que o mundo é dos mais fortes e não hesita em brigar e agredir todos os que se lhe atravessem no caminho com todos os meios à sua disposição, mesmo que sejam ilícitos?

Acertaram: é o Liberal.

Fitas do meu tempo 3, correcção

O Paulo Duarte Barbosa chamou-me a atenção para a calinada da posta abaixo. Justifico-me com esta arrogância: em 1992, quando ouvia o Bone Machine, já nem me lembrava que os Ramones teriam existido e passou completamente ao lado mais tarde que teriam ainda gravado um último (?) álbum.

Em todo o caso, valeu a pena a intervenção também porque mal abri o seu Step Right Up, saltou-me aos ouvidos uma das minhas bandas do meu tempo: The Shins.

sábado, agosto 04, 2007

Fitas do meu tempo 3

Num vídeo à Lynch, Tom Waits melhorando o clássico dos Ramones.
Dedicado ao N e à JLA.

Stay around in my old hometown
I dont wanna put no money down
I dont wanna get me a big old loan
Work them fingers to the bone
I dont wanna float a broom
Fall in love and get married then boom
How the hell did I get here so soon
I dont wanna grow up

quinta-feira, agosto 02, 2007

pixies - where is my mind

jogo de futebol dos leitores do v-ou-c

Agosto!

Tempo de férias e lazer.

Convido os 25 leitores do v-ou-c para um jogo de futebol ( de 11 ).

A combinar/escolher:
hora
estádio
posições (árbitro, fiscal de linha, guarda-redes, defesa, etc)

Entrei em stresse!

Tinha um erro no meu último artigo, Portugal-Brasil, e estava com medo que o Dorean visse.

Portugal-Brasil

Há algumas semanas um Brasileiro amigo lembrou-me amavelmente (sem assento nem espaço para os parêntesis (plural confirmado no diccionário da Verbo)) que os Portugueses descobriram o Brasil, levaram a cultura e a língua e levaram de volta o ouro e os diamantes.

Como resposta, garanti-lhe que o ouro estava todo enterrado em Mafra.

Os Brasileiros alimentam um grande ressentimento em relação aos Portugueses.

Basta pesquisar um pouco na Internet para se confirmar que, literalmente, o ódio aos Portugueses é ensinado ás criancinhas no Brasil.

Eu percebo que os Brasileiros se ressintam por terem sido colonizados por Portugueses. E não por Ingleses, Franceses ou Alemães. Quanto aos Holandeses, segundo os vossos livros de história, vocês expulsaram-nos, muito antes de nós termos ido aí buscar ouro e diamantes.

O que havemos de dizer nós, Portugueses, que nos ressentimos tanto de sermos Portugueses.

Vocês culpam-nos de muitos dos males da vossa terra. Mas vocês são independentes há 7 gerações!

Já dava para ter mudado muita coisa e corrigido os males que nós deixámos. Pô!

Mas vocês têm razão. A culpa é nossa mas apenas porque quase todos vocês herdaram nossos genes e a nossa cultura é o elemento predominante na vossa.

Aí tá tudo certo! Vocês botam a culpa na gente da mesma maneira que o Português bota a culpa nos outros... Portugueses.

Mas aí não dá para mudar! Ou vocês começam botando a responsabilidade dos problemas em vocês e botam também a capacidade de mudar ou vão ficar na mesma.

Aqui é igual.

Só há uma diferença. Com todos os nossos defeitos, erros e crimes, nós já deixamos uma herança maravilhosa ao mundo.

Um país fantástchico, que ajudámoisse á criá e qui si chama Brásiu.

Um túmulo em Florença


How do I love thee? Let me count the ways.
I love thee to the depth and breadth and height
My soul can reach, when feeling out of sight
For the ends of Being and ideal Grace.
I love thee to the level of everyday's
Most quiet need, by sun and candle-light.
I love thee freely, as men strive for Right;
I love thee purely, as they turn from Praise.
I love thee with the passion put to use
In my old griefs, and with my childhood's faith.
I love thee with a love I seemed to lose
With my lost saints,--I love thee with the breath,
Smiles, tears, of all my life!--and, if God choose,
I shall but love thee better after death.


Elizabeth Barrett Browning, "Sonnets from the Portuguese", XLIII

quarta-feira, agosto 01, 2007

Cinzas (versão cínica)

Sorris.

O teu sorriso espalha as cinzas pelo chão.

Deixa estar que há de haver quem o limpe.

Português perfeito

Quem fala Português perfeito?

Os Portugueses, Brasileiros, Angolanos, Moçambicanos, São-Tomenses, Cabo-Verdianos, Timorenses, Guineenses e mais alguns curiosos de boa vontade.

Não necessáriamente por esta ordem.

Ferrari

Quero comprar um Ferrari.

612 Scaglietti, 320 Kms/h, 4,2s dos 0 aos 100, cinzento metalizado.

Para me passear na Quinta do Lago estas férias.

Telefono para Madrid, para o representante da marca. No mínimo, espero que falem Português perfeito, aceitem chamadas a cobrar e tragam o carro a Portugal para eu fazer o test-drive.

Senão, compro a Ferrari e despeço aquela gente toda.

P.S Acham que eu não tenho unhas para aquele carro? Eu corto-as antes do test-drive, não se preoucupem.

Ide!

E endividai-vos!

Tornar-vos-eis trabalhadores mais submissos e cidadãos conformados e frágeis.

Silly season

Agora que o "Verão" parece finalmente estar para ficar e na cidade circulam magotes de turistas séniores americanos e estudantes de línguas adolescentes, os bares e cafés entram em modo algarvio e não há empregado de mesa temporário que não se julgue em casa a receber os sogros.
Num dos poucos bistros ainda abertos após a penúltima sessão da noite, as cinco libras esterlinas de Islay duplo são-me servidas com cubo de gelo e insecto morto sobrenadantes. Confiando nos bons-modos da serviçal, remeto a encomenda à procedência para substituição pronta. Com uma rapidez aguçada pelo salário de gorgetas, o balão ainda gelado é devolvido sem mosca, sem cubo e com um sorriso mais do que indecente nos lábios.

Um vento cretino varre a esplanada construida a tempo da lei de costumes. Urge pagar, sair e fumar a cólera a caminho de casa.
Se me aparece algum jovem italiano ou espanhol a esganiçar à minha frente, vai ao pontapé para ao meio da estrada.

Sweet oblivion


Ela ali ao meu lado, a mostrar-me como o mundo lhe parecia todo ao contrário, às avessas, não sabia se torto em linhas direitas se direito por linhas tortas, sem saber como descer, como subir, como caminhar para a frente, trás, lados, sem haver um mapa que a guiasse.
Ela ali ao meu lado, a mostrar-me como era fácil não ser ela ali ao meu lado se fechasse os olhos por um instante e se deixasse levar na corrente daquela brisa que passava pelos nossos cabelos e simplesmente fosse...com retorno, sem retorno, infinitamente solta de quaisquer amarras.
Ela ali ao meu lado prestes a deixar-se cair.
Ela ali ao meu lado e eu agarro-lhe a mão porque sei que ela quer ir.
Ela ali ao meu lado a agarrar a minha mão porque quer ficar.


(do Oito e coisa, nove e tal)