domingo, novembro 30, 2008

Que saudades do Vasco Lourinho

Primeiro, desprevenidos, chamaram-lhe Mumbai; umas horas e um par de comentadores depois, redescobriram Bombaim.

A informação noticiosa portuguesa transformou-se numa rábula de António Silva, num papagaio desassombrado que vai traduzindo com autoridade o pouco que entende da cê-éne-éne à família lá das berças. Sem cultura, sem vocabulário, sem brio, sem vergonha. E, ao contrário do Leão da Estrela, sem graça nenhuma.

Para compreender o que se está a passar na Tailândia (2)



Q&A da BBC News, e o in loco de Jonathan Head.

Sensibilidade cultural ou Aquelas mentiras todas, afinal eram todas verdade

Eu também sou a favor da sensibilidade e especificidade culturais.

Tenho todo o respeito pelas formas próprias de democracia e pelas especificidades das sociedades Asiáticas, que as tornam incompatíveis com modelos de democracia alienígenas e importados do Ocidente.

Mais! Eu chego mesmo a ser a favor da defesa de sensibilidade e especificidade culturais do próprio Ocidente!

No Ocidente nós respeitamos os Direitos Humanos e a propriedade intelectual. Não obrigamos as empresas estrangeiras que se estabelecem entre nós a partilharem o capital com empresas locais.

Vamos defender a nossa especificidade cultural, impondo restrições ao comércio e entrada de capitais oriundos de países que não respeitam a nossa especificidade cultural e com os quais temos, muito por causa disso, um défice crescente na balança comercial.

Não se trata aqui, claro, de defender os Ocidentais e os seus interesses.

A atitude aplaudida no momento é loar a saída de milhões de Asiáticos da pobreza e aplaudir ainda mais o empobrecimento do Ocidente, fruto, claro, da Democracia e da Liberdade, que tanta importância tirou aos "irmãos mais velhos", àqueles senhores sábios que nos diziam o que fazer (porque a política não é para pessoas decentes) e que agora tanto se excitam com a antevisão de um possível regresso da sua importância, ante o Asiático e galopante triunfo dos seus congéneres.

Para compreender o que se está a passar na Tailândia (1)


Combustões, o in loco de Miguel Castelo-Branco

sábado, novembro 29, 2008

"Cavacogates"

João Miranda, cronista do Blasfémias, cronista do DN, e investigador em biotecnologia nas horas vagas (sem linque conhecido), prossegue uma interessante campanha de auto-promoção procurando, incansável, interstício onde possa encunhar aquele enredo cavaquista que ele próprio engendrou.

Na última "cacha" que li, Miranda acusa Cavaco Silva, enquanto candidato presidencial e a partir de notícia do Público, de ter recebido apoios em contado de accionistas e administradores do BPN.

Esta epifania não deixa de ter graça. Que, para salvaguarda do mito republicano, toda a gente olhe para o lado sempre que se fala em independência partidária do presidente ainda vá; o episódio Alegre apenas serviu para exemplificar, outra vez, como a canalha se entricheira na partidocracia, mesmo que seja a do outro. Afinal, há um todo um modo de vida a preservar.

Agora, seremos todos tão ingénuos, como João Miranda quer fazer crer, que ninguém saiba que as campanhas são financiadas por uma mole de investidores com interesses tão variados, podendo ir da vaidade inócua de uma comenda no 10 de Junho a um lugar em comitivas empresariais ou um ouvido compreensivo em caso de emergência?

A mera diversificação dos activos em carteira leva alguns dos filantropos a financiar irmãmente as partes rivais. Alternativamente, a filiação obriga à concentração de capital. Que é o mesmo com se financia o partido dos seus olhos noutras ocasiões. Partidos que estão impedidos de financiar campanhas presidenciais para garantir a independência do futuro presidente.

Enfim, uma risota.

quinta-feira, novembro 27, 2008

sábado, novembro 22, 2008

As melhores são as velhas

Cidadão estaciona no lugar reservado ao ministro das Finanças/presidente da Sociedade Lusa de Negócios (conforme o século). O polícia, condescendente, intervém:

-Ó amigo, não deixe aí a viatura que o "dr." Cadilhe pode aparecer a qualquer altura...
-Não se preocupe, sr. agente, que o carro tem alarme.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Saudades dos eléctricos

Esta posta do Menos1carro fez lembrar-me uma evidência: o carro é o melhor aliado dos grandes chópingues contra as lojas tradicionais. Não só o tráfego intenso empurra a peonada para fora do centro das cidades como estes se transformam em locais de passagem rodoviária para as compras no subúrbio a caminho de casa.

Se eu sou capaz de ver isto, tenho a certeza que alguém na CML também é, não?

Instruções de instalação do cartão SIM da Virgin Mobile aqui há atrasado

Pull me out
Push me in
Turn me on.

A corporação


A Plataforma Sindical dos professores recusou a "comissão de sábios" independentes (qualificativo que por cá nunca encontrou merecedor) sugerida por António Vitorino.
Não há surpresas: para os sindicatos a Educação pertence-lhes, o seu objectivo confunde-se com os interesses próprios. O Povo não é para ali chamado.
Noutros tempos chamavam a isto "corporativismo".

quarta-feira, novembro 19, 2008

Duran Duran Ordinary World directors cut

Cantada por Somn Lennon. LOL!

Antes que comecem as más-línguas

Dias Loureiro, administrador executivo da Sociedade Lusa de Negócios que ocultou das contas oficiais operações de aquisição de empresas off-shore, foi ministro da Administração Interna e não da Justiça ou Finanças.

Não há, portanto, incompatibilidades a denunciar.

terça-feira, novembro 18, 2008

L'ennui



And I call you baby I will and I do
Persuade you in though I know that we're through
I let you think that I'm yours when I'm not
Keep you here though I'm ready to drop the last line

A grande bosta já cá chegou

Depois do investimento feito no lóbi para a proibição do tabaco, a cadeia de cafés que são a negação de um café, Starbucks, abriu a "primeira" (!) loja em Portugal.
Numa ousada operação de marquetingue, a bica vai ao público a 1.20 euros.

Quando é para encherem um sítio de atrasados mentais estes americanos não dão hipótese.

Prémio Dardos

O Claro, uma das principais referências desta casa (e José Mateus um dos nossos sete leitores que não vem cá ter por acaso) teve o bom gosto e a fineza de distinguir o VoC como "um dos blogues que contribuem de forma significativa para o enriquecimento da cultura virtual, através da veiculação de valores culturais, éticos, literários, pessoais... premiando os blogueiros que demonstram a sua criatividade através do pensamento vivo e através das formas de comunicação que utilizam para o expressar."

(a baba corre eflúvia, digo-vos)

Segundo se lê, "estes selos foram criados com a intenção de promover o salutar convívio entre os bloggers e como forma de demonstrar carinho e, reconhecimento por um trabalho, que agregue valor à Web."

Ora bem, quem recebe o “Prémio Dardos”, e o aceita, deve:

1. Exibir a respectiva marca /imagem;
2. Lincar o blogue através do qual recebeu o prémio;
3. Escolher quinze (15) outros blogues aos quais atribuirá o "Prémio Dardos".

(quinze para nós é um número catita pois dá cinco a cada de nós, não é, Luís?).

Passo a indicar os meus escolhidos, por ordem aleatória:

Tempo contado, de J. Rentes de Carvalho, um fabuloso contador de histórias;

Dragoscópio, porque o autor é completamente doido como eu nunca vi e é um gosto passar a vista por aquelas arengas;

O Cinco dias (reconstruido), porque sou fã número um do António Figueira;

O Carmo e a Trindade, um blogue colectivo e transversal de cidadania em Lisboa;

Finalmente, o Timor online, por ter sido quase a única fonte de informação desde a independência que se tem preocupado em denunciar a tentativa de transformar aquele país em mais um caso Fidji ou Salomão.

E passo a palavra ao Aardvark e ao Luís (a papa já está feita, basta lincarem a esta posta).

segunda-feira, novembro 17, 2008

Imprensa de referência

Um comentário num jornal online levou ao comentário pedagógico no Jugular (naturalmente, que as caixas de comentários dos jornais online são de fugir). No original, o autor insurgia-se contra a existência de notícia sobre alguém, na sua opinião, desconhecido.

Melhor retrato da imprensa portuguesa não há: como o jornalismo internacional é uma cópia do que se publica de véspera no estrangeiro (nem sempre devidamente traduzida) e como o nacional tem a oportunidade e profundidade de tratamento que lhe é permitida pelos acionistas, grupos de pressão ou cultura do jornalista, o leitor médio exige uma imprensa sem qualquer papel pedagógico, inovador ou provocador. Em resumo, habituou-se a que os jornais estejam limitados a "falar do que todos já conhecemos" e até se irrita se o tentam educar.

domingo, novembro 16, 2008

Valha-nos S. Paulo

Nas últimas postas, o Dorean ligou a emigração crescente com a (falta) de educação dos Portugueses.

Para o Dorean, a falta de crescimento económico do país é consequência da falta de educação e causa da emigração crescente e inevitável (para já).

Concordo com a segunda parte da tese. Tenho mais dificuldade em reconhecer fundamento à primeira parte.

Comecemos pelo fim (será?). A emigração crescente é um produto inevitável da economia. Na economia, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Se Portugal vende menos do que compra e se o investimento estrangeiro não compensa esta diferença, então, num mundo de livre circulação de bens, capitais e pessoas, são os Portugueses que se vão embora. Empobrecem e enfraquecem o país mas enriquecem-se a eles próprios, e fazem muito bem.

Mais importante que Portugal ser forte é os Portugueses serem felizes.

A 1ª parte da ideia do Dorean é mais contestável. Partilho inteiramente da sua urticária em relação ao pouco interesse dos Portugueses pela educação e pelo conhecimento. Mas questiono que a solução para os prolemas económicos do país passe pelo aumento da educação (qualificações) dos Portugueses.

Pelo contrário, defendo a ideia, antipática e pouco urbana, de que o aumento do nível de educação dos Portugueses é uma causa, e não uma consequência, do progresso da economia.

Aliás, acho até que isto acontece em todo o lado, com excepção dos países comunistas, onde o aumento dos níveis de educação não parece ter trazido nenhuma melhoria visível na economia.

Não vou insistir em exemplos anedóticos, baseados em países que têm tido ultimamente crescimentos de dois dígitos na sua economia e que têm tudo menos recursos humanos qualificados.

Não vou também examinar a especificidade da economia Inglesa. Limito-me a lembrar duas coisas: O Reino Unido é um país exportador de petróleo e a língua Inglesa é, por si, um factor inevitável de geração de receitas e de atracção de emigrantes, nomeadamente de emigrantes qualificados (e começa aqui a contradição).

Vou antes pegar no fundamento da coisa. A ideia é que a economia Portuguesa é fraca porque a produtividade é baixa. A ideia seguinte é que a produtividade da força de trabalho, sem dúvida o maior gerador de riqueza num país sem recursos naturais, é baixa porque a educação é baixa.

É um facto que a produtividade de economia Portuguesa é baixa. Mas eu sustento que essa baixa produtividade é, em primeiro lugar, um produto da geografia. Nomeadamente da localização remota do país.

A dimensão natural dos mercados da economia Portuguesa é pequena. É mesmo a menor da Europa. E isso mede-se de forma simples. Num mapa da Europa, tracem-se circunferências centradas em Lisboa (ou no Porto, se se fôr bairrista). Usem-se raios de 400, 700 e 1200 quilómetros.

Ao redor de Lisboa, qual a população existente , nos raios indicados?

Para facilitar, quais as grandes cidades?

400 quilómetros ao redor de Lisboa estão o Porto e Sevilha. 700 quilómetros estão Madrid e Rabat! Com 1200 quilómetros chega-se a Barcelona e a grande parte de Marrocos.

Centrem-se agora esses círculos ao redor de outras cidades Europeias, nomeadamente das capitais.

Conclui-se facilmente que mais remota que Lisboa só Reikjavik, na Islândia.

Se, por absurdo, se movesse Portugal para o mar do Norte ou para o canal da Mancha, a nossa produtividade aumentaria rapidamente.

A situação geográfica torna a nossa economia fraca e as economias fracas dispensam recursos qualificados.

Um retorno à emigração serve para demonstrar esta realidade. Hoje em dia, a emigração Portuguesa não se compõe só de recursos não qualificados. Aliás, tu sabes isso muito bem, Dorean.

Os poucos que nos lêem pensem no número de relações que foram viver para S. Paulo, no Brasil ou que passam o tempo em ponte aérea com (S. Paulo de) Luanda.

Mas também a emigração para a Europa é diferente. Ela não inclui só pessoas sem qualificações. Cada vez mais ela inclui recursos qualificados. E isso acontece porque as economias Europeias têm mais necessidade desses recursos que a nossa. Porque são mais evoluídas.

Antes de chorarmos a nossa falta de educação, vale a pena olharmos com realismo para a nossa situação e identificar um modelo de desenvolvimento em que tenhamos vantagens competitivas.

Provavelmente o apregoado cluster do mar será um dos caminhos.

Mas, acima de tudo, vale a pena olharmos para as nossas forças e tirar partido delas, de preferência a chorarmos permanentemente as nossas fraquezas, tentando aparecer bem em todas as fotografias de todos os indicadores internacionais.

Entretanto, a emigração é uma das formas que as pessoas encontram para lidar com a fraqueza da nossa economia.

sábado, novembro 15, 2008

Teste-surpresa "Educação e demografia"

Considere dois países, Reino Unido e Portugal:
Em 2001, 39% da população britânica abaixo dos 30 anos detinha uma licenciatura.
Em 2001, 45% da população portuguesa abaixo dos 18-24 anos tinha abandonado o ensino obrigatório sem o concluir (*).

Identificar:
-qual o país com taxa de crescimento populacional positiva;
-qual o país com nível salarial médio mais alto;
-qual o país com menor crescimento económico no período de 2001 ao presente;
-quem emigra para onde em busca de trabalho não-qualificado e quem emigra para onde com o objectivo de gozar rendimentos.

_________________________________________
(*) No segundo caso, os dados são do Gabinete do Ministro da Educação, 6 de Março de 2003.

sexta-feira, novembro 14, 2008

É a emigração, estúpido!


"Portugal vai perder mais de meio milhão de habitantes até 2050, ao contrário da maioria dos países da Europa Ocidental, que terão um aumento da população nas próximas décadas. (...) Espanha, pelo contrário, sobe de 44,6 para 46,4 milhões.

'Não parece haver uma aparente razão para que a população espanhola aumente mais que a portuguesa. A natalidade de ambos os países tem sido mais ou menos a mesma', referiu ao DN o presidente da Associação Portuguesa de Demografia (APD), Mário Leston Bandeira.
"

No DN de ontem.

Ovos e tomates

Escreve o Ricardo S. Carvalho no Esquerda Republicana que já a 5 de Março escrevia:

«sou só eu, ou há aqui uma falha colossal na mensagem que os professores "em luta" querem fazer passar? vejamos, estamos a falar de uma classe profissional cuja principal tarefa é educar e, em seguida, avaliar. e que agora vem para as ruas berrar que ou não querem ser avaliados, ou não concordam com a forma como essa avaliação deve ser feita. sendo ainda que, nalguns casos de debates públicos, até o fazem sem muita educação para com os seus interlocutores... mmmmm... sou só eu, ou a mensagem que passa para os alunos é: se não estão contentes em vir a ser avaliados no final do ano lectivo, tudo o que têm que fazer é gritá-lo bem alto! e não se calem!(...)»

De facto. Daí que não me cause espanto algum a bandalheira de ontem em Chelas.
Só lamento que, mais tarde ou mais cedo, não venha a ser apenas esta "classe" a fazer bom proveito da incúria que semeia.

quarta-feira, novembro 12, 2008

segunda-feira, novembro 10, 2008

Os Contentores no Cais de Alcântara e o Terminal da Trafaria

Não há falta de soluções que agradem a gregos e troianos. Texto completo no Claro.

"Os Contentores no Cais de Alcântara e o Terminal da Trafaria

A propósito deste muito emocional caso dos contentores em Alcântara e da Liscount, (...):

Carta do Prof. Brotas a Helena Roseta




2 de Novembro de 2008

Cara Helena Roseta,

Ouvi parte da sua entrevista televisiva, creio que na passada 5ª feira, e a minha assinatura (que não dei) foi solicitada para uma petição contra o aumento dos contentores no cais de Alcântara. Há neste assunto dois aspectos: o físico do alargamento da área do cais destinada aos contentores, e o político/financeiro, da obra ser, pelo menos em parte, paga pela Liscont, a troco do alargamento sem concurso público da duração da sua actual concessão.

Com respeito ao primeiro, há que dizer que uma vasta área bem servida por caminho de ferro, que era usada para movimentação e depósito de contentores, foi urbanizada na sequência da EXPO 98. Em consequência, os contentores espalharam-se por Lisboa e pelos arredores, e hoje, o cais de Alcântara, nitidamente acanhado, é, na cidade, praticamente a única zona onde podem estacionar e ser movimentados os contentores chegados e que vão ser embarcados.

A Administração do Porto de Lisboa e a Câmara sentiram-se, naturalmente, obrigados a resolver este problema que tende a agravar-se. A solução proposta foi a de aumentar, com terrenos ganhos ao rio e com a demolição de alguns edifícios, a zona destinada aos contentores e de deslocar para Santa Apolónia os navios de cruzeiros.

Esta solução, que tem inconvenientes vários, é uma solução provisória porque, se não for tomada nenhuma outra, dentro de alguns anos o cais de Alcântara estará de novo saturado. Contra ela manifestam-se desde já alguns cidadãos?. Mas o que é que propõem? Nada fazer?

Acontece que, no estuário do Tejo, há uma outra zona altamente propícia para a construção de um grande terminal portuário. É a zona da Trafaria, onde já está instalado um terminal para graneis cerealíferos, um dos dois maiores da Peninsula Ibérica, e que pode ser facilmente ampliado para outras valências, sobretudo se a obra for conjugada com o fecho da golada (ligação por terra ao Bugio) uma obra absolutamente necessária para proteger as praias da Caparica e garantir a boa entrada da barra do Tejo. (...)

O problema do terminal da Trafaria é não ter, neste momento, caminho de ferro. (...) Mas, basta uma linha com cêrca de 10 km para o ligar à linha que passa na ponte 25 de Abril, com o que fica ligado a toda a rede ferroviária nacional e, depois, à rede europeia quando for feita a linha de bitola europeia do Poceirão a Badajoz.

É habitual analisar as grandes obras públicas do ponto de vista da relação custo/benefício (...):
1- A ligação do cais da Trafaria à rede ferroviária existente.
2- O fecho da golada.
3- A ampliação do terminal portuário da Trafaria para outras valências.

Há uma corrida contra o tempo. Se estas 3 obras forem decididas e construidas sem grandes demoras, o crescimento do trafego de contentores no cais de Alcântara pode ser travado e mesmo significativamente diminuido. As obras de expansão da zona dos contentores feitas agora em nada impedem que o cais mantenha, ou pelo menos venha a recuperar a sua função de cais turistico em frente do Museu de Arte Antiga.

Com respeito à questão político/financeira do aumento do prazo da concessão sem concurso público, uma outra questão preocupa-me muito mais. Foi o ter ouvido (não vi nada escrito) que se prepara a privatização do terminal cerealífero da Trafaria.

O que é que está, ou pode estar, em vias de privatização: as instalações actualmente existentes (que são as de um dos dois maiores terminais cerealíferos da Península Ibérica) ou a possibilidade de construir, com custos relativamente diminutos, um dos melhores portos da Europa, fundamental para o papel que Lisboa, cidade portuária, pode vir a ter no futuro.


Peço-lhe que se interesse por este assunto.

Com as melhores saudações

António Brotas"

sábado, novembro 08, 2008

The Last Shadow Puppets

Por falar em militarismo...

No mínimo, vale pelas pernas da patinadora.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Para a Madeira e em força!

O que se passa na Madeira foi e é atroz. Tanto que obriga a ouvir por aí vozes que, com fastio, entregam o território à "independência" (como se tal fosse possível).

Eu, militarista, integralista, conservador, digo o oposto: para a Madeira e em força!
E que se acabe de vez com esta palhaçada. Quem se deixa governar assim de facto não alcançou a autonomia de jure.

Sr. Presidente da República, a integridade da Constituição que jurou defender exige-o: cumpra o seu mandato ou abdique. Caso contrário, é preferível um rei; esse não tem partido.

Blood Red Shoes - I Wish I Was Someone Better

I really wish

Da superioridade da Europa

Muitas e transversais foram as loas à eleições na América e aos americanos, que "só ali é possível acontecer revoluções destas" e assim. Da minha parte, a única coisa que me impressionou foi a excelência da retórica capaz de multiplicar o número de eleitores activos (85%). Fora isso, nada ali causa inveja a nenhum europeu nem serve de lição de democracia para ninguém no mundo. Alguns exemplos aleatórios:

-as dúvidas levantadas quanto à idoneidade do processo de votação e contagem de votos levavam quase a imaginar a necessidade da presença de observadores da ONU;

-a cupidez doentia e hipócrita pela vida privada dos candidatos;

-a influência esmagadora do racismo, da xenofobia, do sexismo;

-last but no least, pago um jantar de lagosta (*) a quem me indicar um candidato a vice-presidente que estivesse convencido que "África" é um país. Juntas de freguesia e agrupamentos desportivos incluidos.



______________________________
(*) inspirado no Sorumbático

Meta-phishing

"11 - 2008

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Service. Abbey Group plc
"


(sic)

quinta-feira, novembro 06, 2008

Onde estavas tu no 19 de Dezembro de 2007? (ou, "Um blast from the past")

(sendo que o blast também é já do ano passado e alguém pô-lo no tube)
Quinze ou vinte anos depois descubro estes macacos no Songbird Club. Estavam vivos e ainda se recomendavam. Nada mudaram enquanto, para quem os ouvia antes, tudo mudou.
Ladies and germs, The Band of Holy Joy com Fishwives:

Prémio "o voto ao metro quadrado é que era"


"Um país às cores

Olhando para a América de 2008 e a de 2004, parece que uma das maiores diferenças é que a vitória Democrata não muda a cor de quase todos os Estados, ao contrário, por exemplo, do que aconteceu nas últimas presidenciais. Uma das razões é porque os democratas ganham nos Estados com mais população, claro. In any case...


publicado por Henrique Burnay às 01:58"


Tem graça que os australianos ainda não se lembraram desta.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Morreu Yma Sumac



A auto-intitulada princesa inca dava conta de quatro oitavas sem franzir um sobrolho.
Paz à sua divindade.

domingo, novembro 02, 2008

Felaccios - A culpa é do Socialismo

Felaccio nº1: A Freddie Mac e a Ferggie Mae (ou lá o que eram) foram entidades fundadas no New Deal. Como elas foram as responsáveis pelo sub-prime, a culpa do sub-prime é do New Deal. Como o New Deal é socialista, a culpa é do sub-prime é do socialismo.

Ou então: O Lehman Brothers faliu. Faliu, porque arriscou demais a comprar créditos de alto risco, que depois revendeu, cobrindo parte do risco em excesso. O Lehman Brothers faliu porque foi culpado pelo sub-prime. O Lehman Brothers foi fundado em meados do século XIX, em pleno auge do liberalismo. Logo, a culpa do sub-prime é do liberalismo.

Felaccio nº2: Os investidores privados foram obrigados a cobrir os excessos de risco assumidos pela Fredie Mac e pela Ferggie Mae (ou lá o que eram) devido às pressões sinistras e poderosas dos governos e da máquina estatal. Eles foram "obrigados" a fazê-lo. Logo, a culpa do sub-prime é da excessiva intervenção dos governos nos mercados. Não foi resultado da ganância e imprudência dos investidores e gestores privados.

Ou então: O Bin Laden destruiu as Twin Towers porque a política de George W.Bush e dos EEUU oprimia o mundo Muçulmano. Ele não o fez porque é um terrorista que pretende tomar o poder na Arábia Saudita. Ele fê-lo porque as criminosas políticas de Bush o obrigaram a tal. Logo, a culpa do derrube das Twin Towers é de W., claro.

Aos piadistas do Oliveira de Figueira

Produzimos menos que consumimos. Isso significa que parte do país anda a vender à outra o que ninguém faz. A bem de cada um fazer pela vidinha, tornamo-nos um país de "consultores comerciais", gerentes émebiados, percenteiros de ALD na garagem.
Estavam agora à espera que os nossos representantes fossem o quê?

Os países civilizados também têm universidades com "tectos de vidro"

Credere, Obbedire, Combattere

Em Portugal, o entusiasmo pela possível vitória de Obama é compreensível: para muita gente, e mais que outra coisa, esta representa o fim da era Bush e da política que aqueles trogloditas impuseram a um mundo onde não têm mandato. É certo que há um elemento histriónico a ajudar na conversão, como ficou provado com o célebre debate Kennedy-Nixon e o sucesso das respectivas prestações consoante a assistência era televisiva ou radiofónica. Nesse ringue de personagens, Barack aparece como uma espécie de Morgan Freeman rejuvenescido para salvar o planeta da catástrofe; com John McCain, percebo não haver heroísmos de passado guerreiro que o resgatem daquela postura esclerótica e vozinha de rato Mickey.

Noutro tipo de nativos, e talvez porque se julguem de direita, o esforço emocional e estilístico depositado nos ataques à candidatura democrata não consegue deixar outra impressão que não seja de ou pavlovianismo partidário (como se o partido republicano desse algum valor a lealdades de periferia), ou dor-de-cotovelo pela derrota anunciada (como se o partido democrático americano partilhasse alguma radícula que seja com a esquerda europeia). Defesa de programa de governo proposto pelo veterano de guerra, nem o cheiro.

Aliás, se houve tentativa de algum comentário mais construtivo para apoio da candidatura republicana durante esta campanha, aconteceu por causa de Palin. Infeizmente, a demência dos argumentos convence qualquer um (menos os próprios) que a apologia só poderia ser da autoria de alucinados para quem um alce empalhado ou o ceguinho do metro também seriam excelentes candidatos a vice-presidentes do mundo inteiro, desde que lhes fossem religiosamente apontados pelo glorioso GOP.

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Declaração de desinteresses: não voto nas eleições americanas e não apoio qualquer candidato.
Esta posta não tem qualquer referência directa ou indirecta às opiniões do Aardvark.