terça-feira, outubro 31, 2006

Caro Anónimo

"Faça-se um referendo sobre quem pode e não pode ter colunas em orgãos de comunicação privados! Já! E depressa!"

Oh meu caro anónimo.

O seu fanatismo ideológico e a sua, digamos, "falta de agilidade" intelectual, a conclusão manipuladora e o tom ameaçador da mensagem não me surpreendem.

Fica uma lição que lhe dou. Resta-lhe depois descobrir quem eu sou, apanhar-me na rua e dar-me uma tareia, ou pior. Uma atitude consequente com a sua forma de estar na vida:

Eu defendo a competição típica de uma economia de MERCADO e não a corrupção típica de um capitalismo MONOPOLISTA.

Para além disso, vivo num país onde a liberdade de expressão é SUPOSTAMENTE protegida.

Os jornais PRIVADOS, precisam de RECEITAS. Estas RECEITAS são, directamente ou indirectamente, pagas por LEITORES.
A não ser, claro, que estes jornais sejam financiados para servirem como meios de PRESSÃO e PROPAGANDA, ao bom estilo Comunista, ou Nazi, escolha o que prefere.
Se os leitores o consentirem, essa será muitas vezes a escolha dos ACIONISTAS.


Num regime LIBERAL e de MERCADO, tenho todo direito de fazer as críticas que fiz e de dizer aos LEITORES dos ditos jornais:

Vocês ( e eu ) PAGAM aqueles jornais. Tenham uma coisa em conta: perguntem-se sobre qual o critério para que fulano ou sicrano escreva lá regularmente: quem é, o que o recomenda, onde estudou e quem lhe pagou os estudos, quem lhe paga o ordenado, em que grupos de interesse se move.

Sobre o conjunto de colunistas de um jornal interessa perguntar quão representativos são dos variados sectores e grupos de interesse da sociedade.

A tão afamada CORRUPÇÃO também passa por estas coisas!

Depois de fazer esta análise passei a comprar cada vez mais os jornais económicos.

Com dinheiro não se brinca e a propaganda é perigosa: é muito difícil mentirmos aos outros sem acabarmos a mentir-nos a nós próprios.

Se mais fizessem como eu talvez as escolhas de colunistas fossem mais cuidadosas e talvez os nossos jornais, ditos generalistas, reflectissem um leque de opiniões mais variado e não se ocupassem a dar credibilidade a certas ideias e pessoas, descredibilizando outras, talvez menos convenientes e menos lucrativas para os ACIONISTAS.

segunda-feira, outubro 30, 2006

O mundo Islâmico

"Da Indonésia ao Marrocos, os povos muçulmanos estão em evervescência, levando as nações ocidentais [...] a se confrontar com problemas de singular dificuldade. [...] A mais intratável de todas as dificuldades [...] foi a Palestina. Desde a Declaração de Balfour, em 1917, tenho sido um fiel defensor da causa sionista. Nunca achei que os países árabes tenham recebido de nós nada mais do que imparcialidade. À Grã-Bretanha, e unicamente à Grã-Bretanha, eles deveram a sua própria existência como nações. Nós os criamos; dinheiro britânico e consultores britânicos marcaram o ritmo de seu progresso; armas britânicas os protegeram. [...]
Como nação mandatária, a Grã-Bretanha foi confrontada com o espinhoso problema de combinar a imigração judaica para a sua terra natal com a salvaguarda dos direitos dos habitantes árabes. Poucos de nós poderíamos censurar o povo judeu por suas opiniões violentas sobre esse assunto.
Não se pode esperar que uma raça que sofreu praticamente o extermínio seja inteiramente ponderada. Mas as actividades dos terroristas, que tentaram alcançar os seus objectivos através do assassinato de funcionários e militares britânicos, foram um odioso acto de ingratidão que deixou marcas profundas. [...] não foi de surpreender que o governo britânico viesse enfim lavar as suas mãos desse problema e a deixar que, em 1948, os judeus buscassem a sua própria salvação. [...]
A violência contagiosa ligada ao nascimento do Estado de Israel, vem desde então agravando as dificuldades do Oriente Médio. Vejo com admiração o trabalho feito ali para construir uma nação, para reconquistar o deserto e para receber inúmeros desafortunados, provenientes das comunidades judaicas do mundo inteiro. Mas as perspectivas são sombrias.
A situação de centenas de milhares de árabes expulsos de suas casas, sobrevivendo precariamente na terra de ninguém criada em torno das fronteiras de Israel, é cruel e perigosa. [...] Os líderes árabes de maior visão não conseguem enunciar conselhos de moderação sem ser silenciados aos gritos e ameaçados de assassinato. É um panorama tenebroso e assustador de violência e loucura ilimitadas. Uma coisa é certa. A honra e a sensatez exigem que o Estado de Israel seja preservado [...]


Winston Churchill, 1957

sábado, outubro 28, 2006

Aborto: proibição total...


... Na Nicarágua.

A lei aprovada ontem garante que ali não haverá mãe em risco de vida nem violação de menor que excepcione a regra; vai tudo a eito e comem todos.

A idéia peregrina, num país onde todos os anos vão à faca num vão de palhota 36 000 mulheres católicas, começou por ser impingida ao governo pela filial local dessa igreja mas demorou pouco para que até marxistas empedernidos se arrogassem a lucrar com a aparente popularidade da medida.

Com efeito, o ex-ditador Daniel Ortega declarou o seu apoio a esta lei "da vida", o que lhe valeu a tomada da dianteira na corrida presidencial em curso. Resta saber se isto chega para que os antigos contras votem nele ou para conquistar as boas graças da administração Bush.

Sem dúvida, o Terceiro Mundo ocidental no seu melhor. E um exemplo para todos nós.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Jacinto Lucas Pires

Há por aí alguém que consiga dar-me uma pista que me ajude a desvendar a sibilina razão para que o cavalheiro em epígrafe tenha assento permanento numa coluna do Diário de Notícias?

terça-feira, outubro 24, 2006

Véus há muitos


"Apenas um Estado laico pode proteger os direitos das mulheres", diz-nos o título de um artigo publicado no The Guardian do dia 17.

(no também permitiu que eu tenha chegado lá via Esquerda Republicana)

Num jornal que fez desaparecer da língua inglesa a forma feminina de muitas profissões, Polly Toynbee usa a segregação sexual visível no niqab e hijab das mulheres muçulmanas para atacar o apoio financeiro dado por Blair às escolas anglicanas ou católicas - visto que o leva a subsidiar também, multi-culturalismo oblige, intitutos islâmicos de ensino.

A pirueta é compreensível, e não é por ela que o argumento perde validade. No entanto, ele há uma ou duas preposições cuja consistência inspira cuidados.

Não tenho dúvidas, como diz o(a) senhor(a), que o véu seja "profundamente divisório" e que tenha sido "desenhado para que assim seja". O que não acredito é que o seu uso resulte exclusivamente de uma educação religiosa, subsidiada pelo governo ou pela família.

Num país como o Reino Unido, contando com 800 000 mulheres nascidas e criadas na fé do Profeta, apenas 10 000 tapam a cara.
A coisa tem obrigação de chocar o estrangeiro incauto mas para choque civilizacional sabe a pouco. Ainda para mais, e dados os antecedentes culturais das mesmas, parece-me duvidoso que à maioria desta infeliz minoria algum dia tenha sido permitido frequentar qualquer escola, religiosa ou não.

Também concordo em absoluto com o(a) autor(a) quando diz que "face de nenhum cidadão pode ser considerada indecente por causa do seu sexo".
Mas é precisamente aqui que a porca torce o proverbial rabo.

Começa a ser frequente lêr na imprensa britânica comentários de mulheres que, embora nunca até à universidade (laica) tenham usado qualquer tipo de cobertura ou sido pressionadas pela família para o fazer, resolvem subitamente fazer uso do expediente para melhor se esconderem de olhares indesejados.

É muito triste que sintam tal necessidade mas, como diz a divisa da rainha delas, "honi soit qui mal y pense".

Não quero com isto dizer que não existem, na mais ingénua das hipóteses, as tais dez mil situações aberrantes de opressão que o Estado britânico, por admitir e financiar um tipo de ensino confessional, pode vir a multiplicar.
Mas parece-me mais consonante com os valores de quem defende a dignidade de ser humano contra qualquer crença ou doutrina que esconder a cara numa sociedade que se quer laica é nada mais que um comportamento anti-social e nenhuma justificação existe que nos obrigue a aceitá-lo num local de trabalho.

Digo eu, que tampouco me agradaria andar de autocarro com um motorista - homem - de balaklava.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Brit Pop Art


"Lata de comida para bébé sobre mesa de fórmica", técnica mista.
Saar Drimer, 2006.

domingo, outubro 15, 2006

O Gabinete do aiatóla Khamenei

Desde cedo temi que, dada a falta de compreensivismo multiculturalista que grassa neste país, a polémica levantada pela suspensão sem vencimento de uma empregada da British Airways pudesse levar alguns espíritos católicos a retirar ilações a ferrobrás.

Agora mesmo vi que as minhas expectativas anteriores acabaram por se confirmar.

Assim, achei por bem dar aqui voz ao mandamento novo que nos chega da pátria da revolução xiíta (e não "xiita" como às vezes escreve por corruptela a plebe ignara): podem a partir de hoje contar neste sítio com ligação permanente ao Gabinete do aiatóla Khamenei(*), no qual todos os dias o cavalheiro em epígrafe se esforça por esclarecer toda a dúvida litúrgica que os desamparados na rede lhe colocam.

A bem do diálogo entre civilizações.

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(*) Com os devidos salamaleques a Francisco José Viegas pela sugestão.

terça-feira, outubro 10, 2006

"Os Sulitários" na FNAC


Apresentação do último livro de Paulo Barriga pelo próprio:

"Caríssimos amigos, companheiros e assim,

O último livro aqui do vosso estimado, Os Sulitários, uma espécie de epopeia poética em torno do homem do Sul, vai ser apresentado na FNAC Chiado, no próximo dia 21 de Outubro, Sábado, por volta das 17H00. As fotografias são do João Francisco Vilhena e a edição da Fundação Alentejo-Terra Mãe.
Que lá esteja presente é o que mais se estima. A coisa é rija."


Apareça, homem!

A anedota do dia vem da Austrália

(peço desculpa pela ausência de tradução. O negrito é meu)

Ramos Horta happy with Aust troops in E Timor

ABC - Tuesday, October 10, 2006. 11:24pm (AEST)

East Timorese Prime Minister Jose Ramos Horta says he and his President Xanana Gusmao have agreed that Australian troops in East Timor should not be replaced by UN peacekeepers.

Dr Ramos Horta is in Australia to try and increase foreign investment in East Timor.

In a lecture at the University of New South Wales, Dr Ramos Horta said he will not ask the UN Security Council for a peacekeeping force when they discuss the issue again, because he is happy with the current arrangement.

"The UN is overstretched so I propose, my President and former Prime Minister agree, that we should continue with the current force arrangement with Australia," he said.

"Their professionalism, the effectiveness of the force, their strict respect for East Timorese suggest we should continue."


Ah, por mera coincidência surgiu agora um relatório de um instituto "independente" que aconselha Xanana e Alkatiri a não participarem nas eleições de 2007. Para evitar mais conflitos, ao que dizem. Ora bem...
A lista de entidades que compõem o conselho consultivo de tão desinteressado organismo pode descobrir-se aqui. Destaco a Chevron mas há outros com o mesmo nível de filantropia.

domingo, outubro 08, 2006

Anna Politkovskaya, 1958-2006


Morta ontem em sua casa porque falava demais.

A minha primeira república

Houve discussão entre mim e outros no blogue Esquerda Republicana acerca da benevolência da Primeira República. Por ser tão grande, resolvi publicar aqui aquele que espero ser o último comentário ao que me foi dito por lá. Ficam assim também aqui para a posteridade meia-dúzia de factozinhos que ajudam desmistificam alguns dos argumentos que alimentam as visões mais românticas do período que se seguiu à queda da monarquia.

Vamos à biblioteca dos leitores incultos e rápidos. Tenho o cuidado de não citar nada que defenda a monarquia ou que tenha origem na pena de fascistas (e.g., VPV ou Hermano Saraiva).

Segundo a wikipédia, Afonso Costa tentou fazer do PRP o partido único da República. Não admira que outros menos ‘democráticos' tenham preferido constituir os seus próprios partidos. Os jornais que se lhe opõem ou são fechados ou são calados.
No consulado de ‘Mata-frades’ a liberdade religiosa da lei torna-se difícil e perigosa de pôr em prática.
A entrada cita o também conhecido reaccionário Fernando Rosas quando este chama a esse regime de liberdade "a ditadura do partido 'democrático'".

O dr. Afonso Costa é também o mesmo que, em 1912, retira o direito de voto aos chefes de família analfabetos quando 80% da população ainda o era. O sufrágio universal deixa de existir em Portugal ao contrário de países como a Alemanha, Itália, Áustria, Montenegro, Suécia e Suiça. O número de eleitores é agora igual ao existente no tempo da monarquia.

Como exemplo da bonomia sindicalista do regime, em 31 de Janeiro de 1912, forças militares e da carbonária tomam de assalto a União dos Sindicatos. Os presos são enviados para bordo da fragata D. Fernando e do transporte Pêro d'Alenquer e deportados. Os grevistas alcunham Afonso Costa de 'racha-sindicalistas'.

Do talassa www.presidencia.pt vem que Manuel de Arriaga, eleito presidente por colégio em 1911 e deposto ‘democraticamente’ por golpe militar em 1915, havia em 1892 discursado como deputado no parlamento de acerca da "descaracterização da Nacionalidade Portuguesa no regime monárquico", em 1892.' Não conheço o texto mas adivinho-o edificante para as gerações que hoje em dia celebram o humanismo republicano d’antanho.
Pelo meio, depôs o governo do camarada anterior sem consultar o Congresso (senado e deputados) e proibiu os deputados desse partido de entrarem no parlamento. Deu entrada à ditadura de Pimenta de Castro.

A 14 de Maio de 1915 o descontentamento das hostes leva, com toda a legitimidade democrática, alguns barcos de guerra a bombardear Lisboa. Os combates são violentos e os mortos às centenas. O General Pimenta de Castro é preso e substituído por Teófilo Braga.
Quando volta ao poder, Afonso Costa decreta a censura para todas as publicações.

Sigamos para bingo. De Sidónio Pais, outro grande democrata, todos conhecem um pouco. Na biografia de Machado Santos, esse grande reaccionário (o tal herói de uma Rotunda defendida por 400 contra 4000 tropas legalistas - onde estariam os 40 mil carbonários de que falava aqui Gil Gonzaga, não sei), encontra-se a lavrada a seguinte passagem do seu protesto contra Sidónio, na sessão de abertura do Senado, em 3 de Dezembro de 1918:

«...Factos revoltantes como este posso citá-los aos centos e invocar o testemunho dos dez mil e tantos presos políticos que se encontram nas cadeias, com a seguinte nota de culpa: «preso às tantas horas do dia tal pelo agente fulano»...

Mas… 'presos políticos'? Na livre primeira república das justiças sociais?? Calúnias!

Entre 1919 e 23, a fome grassa no país, fecham cinco bancos e as greves e as bombas eclodem diariamente sem que deixem de ter resposta adequadamente musculada. Entre Julho e Setembro de 1919, os ataques dos anarquistas aos comboios e subsequentes descarrilamentos são tantos que o Governo para acabar com a crista coloca um vagão cheio de grevistas à frente da máquina. Sem grandes resultados.

Em 1925, ocupa outra vez a Presidência da República Bernardino Machado e a Liga dos Direitos do Homem protesta contra as deportações sem julgamento.

A ‘segunda’ república faz a sua primeira aparição com o golpe de Costa Gomes mas só se solidifica com o convite feito por todos os partidos a Carmona para que este governe em ditadura. Estavam criadas as condições para o nascimento do Estado Novo.

Por último, uma pergunta de algibeira: qual o político da republicano acima mencionado que trouxe pela primeira vez a eleição presidencial por sufrágio livre, directo e universal e quando é que esta teve lugar?
Pista: houve quem o alcunhasse de ‘rei’ mas também acabou em ditador assassinado.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Reses públicas

Se, antes de mais, defendermos uma forma republicana de governo, isto é, governo e representação parlamentar resultantes de eleições, e se a isto juntarmos uma impressa livre e uma Carta respeitando os direitos cívicos, só podemos lamentar as seis décadas de autoritarismo convulso ou latino-americano que se seguiram a 5 de Outubro de 1910.

A monarquia caiu porque houve um partido minoritário (12% nas últimas eleições do antigo regime) que tomou o poder pela força.

Aquela democracia era imperfeita? Era sim, tanto como hoje em dia o voltou a ser. Melhoremos a cidadania, então.
O resto - a questão da chefia do estado - não passa de um adorno constitucional ao qual a manada aspira, sabe-se lá por quê.

domingo, outubro 01, 2006

Estatísticas virtuais

O blogue de Marcelo Rebelo de Sousa (vêr o novo lacete nos Sabores da Semana), publicado via sítio do morno Sol, teve, até há coisa de 5 minutos e com 15 postas escritas, 151 comentários repartidos por 5019 visitas.

No mesmo endereço pode encontrar-se outra Rebelo, a Pinto da novela sexual: com apenas 2-postas-2, teve direito a quase tantos comentários quanto o professor de referência e a umas assombrosas 4103 visitas.

Acho que está feito o retrato do leitor típico do semanário.

Na Áustria, como cá


SE NÃO ESTIVESSEM PERMANENTEMENTE EM ESTADO DE DORMÊNCIA PERIFÉRICA, estas eleições interessariam mais aos portugueses do que lhes parece. Mais pelas ilações a tirar, claro está, que por benefício directo.

Também a Áustria passa por crises endémicas, também ali o euro precipitou o endividamento pessoal a níveis insustentáveis, tornando o consumo, para além do turismo, o principal responsável pelo grande crescimento económico do último ano. Também entre os austríacos, nenhum dirigente tem capacidade ou vontade de apresentar uma estratégia de definição nacional, limitando-se a classe política - à excepção dúbia dos Verdes ou dos nacionalistas do partido da 'Liberdade' - a gerir margens de contabilidade.

Será interessante ver como a percepção alpina desta realidade - muito maior que a nossa - irá condicionar o voto. Até agora, o debate foi dominado pelas doces do costume (Schüssel e a baixa de impostos, Gusenbauer e a criação de empregos num país com a segunda mais baixa taxa de desemprego da U.E.) mas o Partido Popular no governo pode muito bem vir a sofrer com os escândalos do costume: corrupção criada pela promiscuidade entre a classe empresarial e política.

Ah, e no que diz respeito a saudosismos e complexos de inferioridade, i.e., impérios perdidos e vizinhos poderosos com os quais nos confundem, os dois países teriam assunto para tertúlia regada a Grüner Veltliner e a Reguengos que duraria até de madrugada.
Salva-nos na disputa, como eu gosto de fazer lembrar ao meu amigo D., de ainda termos uma língua diferente da dos "outros".