sexta-feira, dezembro 31, 2010

Deutschmark(t)

O dilema invisível de Merkel é que a economia alemã vive à custa dos gastadores.

quarta-feira, dezembro 29, 2010

Quiz de inverno português: calor e temperatura



Qual a largura deste prédio de classe média no Campo Grande em número de assoalhadas?

domingo, dezembro 26, 2010

BBC

Os canais tv abertos parecem existir apenas para martelar publicidade ao estilo de vida consumista ou ao consumo de si próprios. A informação, fora do que as direções compram às agências noticiosas internacionais, não existe (exercícios de reportagem como a entrevista de rua não passam de formas reles de encher chouriço). A cultura é um planeta fora do sistema solar.
Ter-se, em tempos, abolido o pagamento de licença de televisão, não me parece ser coincidência. Ser essencial, hoje em dia, pagar serviço de cabo para entretenimento (filmes, séries) em horários decentes ou notícias da fonte, ainda menos. Mais ainda quando este produto privado terá um custo médio de cerca de 550.00 anuais (considerando os vários operadores e produtos existentes - não inclui canais codificados). Sintoma de desenvolvimento ou decadência? A resposta vem em baixo.


Custo da licença de televisão na Europa, EURO/ano:
-Albânia, 6.30
-Roménia, 12.00
-Malta, 34.00
-Bósnia e Herzegovina, 36.00
-Eslováquia, 42.00
-Montenegro, 42.00
-Grécia, 51.60
-Polónia, 53.00
-Macedónia, 57.00
-Croácia, 100.00
-Itália, 106.00
-República Checa, 110.00
-França, 116.00+impostos
-Eslovénia, 132.00
-Bélgica (Valónia), 149.67
-Irlanda, 158.00
-Reino Unido, 176.00
-Áustria, 203.16 a 262.56
-Alemanha, 204.36
-Finlândia, de 208.15 a 215.40
-Suécia, 210.00
-Noruega, 270.00
-Dinamarca, 288.00
-Suiça, 292.00
-Islândia, 346.00

Países europeus sem licença (canal aberto "gratuito"):
-Bélgica (Flandres)
-Chipre
-Hungria
-Países Baixos
-Portugal
-Liechtenstein
-Luxemburgo
-Mónaco

Tirado daqui. Ver mais atualizado ali.

sexta-feira, dezembro 24, 2010

Eighties kick ass 7



boa maneira de finalizar. alvorada de nova era.

Eighties kick ass 6



(uma obsessão minha)

Eighties kick ass 6

Eighties kick ass 5



tocado ad nauseam na pick-up.

Eighties kick ass 4

Eighties kick ass 3


(just because I love her nose)

Eighties kick ass 2

Eighties kick ass

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Perspetiva de uma jovem tory sobre a civilização portuguesa

-Há muito racismo cá.
-Bom, não acho que haja mais que em outros países... Por que achas isso?
-Porque todos os meus colegas são mais ou menos brancos e todas as senhoras da limpeza, jardineiro e cozinheiras são negros. Por falar em cozinha, o que é "pizinoosh de coentradá"?
-Pig trotters.
-...
-Que é?
-Não vais gostar.
-Diz...
-A minha mãe tinha-me dito que aqui é parecido com a Inglaterra de há trinta anos atrás.

De longe, a melhor série de médicos de todos os tempos.

quarta-feira, dezembro 22, 2010

A fúria do açúcar

A pitoresca jogada das cadeias de distribuição (e de certos e determinados interesses estrangeiros), que levou ao aumento do preço e da importação de um produto de nenhuma necessidade, parece uma versão de merceeiro do papel das agência de rating e da "confiança dos mercados" no desempenho da economia portuguesa.

Alvitres estratégicos

Bom, bom era se houvesse alternativa europeia aos hubs intercontinentais do norte que tão inúteis como dispendiosos se tornam quando a neve lhes perturba o tráfego desta maneira.
Sei lá, por exemplo, numa cidade mais ou menos a meio caminho entre os Estados Unidos e a Ásia, e onde os invernos são pouco rigorosos.
Digo eu, que não percebo nada disto.

terça-feira, dezembro 21, 2010

Perspectiva de uma jovem tory sobre o Natal português

Porque é que as pessoas penduram panos de cozinha* encarnados na varanda?

*"tea towels", no original

sexta-feira, dezembro 17, 2010

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Momento de publicidade institucional

A Polisport é líder europeu de porta-bebés para bicicletas.
Obviamente, exporta quase tudo o que produz.

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Os doidos varridos

Acabar com o salário mínimo é pouco. Eu proponho algo ainda melhor: acabar com o conceito de salário em absoluto. O trabalho deveria ser pago apenas quando, como e em quanto se quiser. Um mês são 400 euros, passados quinze dias leva para casa dois maços de tabaco, etc.
Exatamente «ao gosto e ao paladar de cada um». Só assim pode o Estado ser impedido de «substituir a liberdade individual e contratual». Não é?

terça-feira, dezembro 07, 2010

Tornado em Tomar faz 29 feridos

Rai's parta os monopólios, pá!

domingo, dezembro 05, 2010

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Oh, yeah



Mafiosos amadores, já sabem de que lhes vale o "ibérico" e onde o podem colocar.

A epopeia europeia

Em 1986, governantes presentes e futuros chegaram a equiparar a entrada do país na (então chamada) Comunidade Económica Europeia com a partida das naus para a índia.

Na altura, dada a euforia do momento, ninguém se riu.
Hoje em dia, dada a gravidade do momento, ninguém se lembra.

quarta-feira, dezembro 01, 2010

O Pesetero

Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, garante que a candidatura de Portugal e Espanha ao Mundial de futebol de 2018 está na luta pela vitória na eleição de amanhã, em Zurique, e que, se sair vencedora, será "um bom negócio" para o país. Madaíl defende ainda que Portugal receberá 20 a 21 dos 64 jogos

Extratos da entrevista de Mandril ao Público, hoje, dia 1 de Dezembro.

Quais serão as principais diferenças face ao Euro 2004?
A principal diferença é que todo o eixo de desenvolvimento será feito de Espanha, mas haverá bases de apoio em Portugal, para poder acompanhar tudo isto.

Ia dizer que Portugal é o apanha-bolas mas mais parece um caddy à espera de gorjeta.


Portugal desta vez não terá de fazer investimentos avultados, mas tem ideia dos custos que caberão ao país?
Os custos que vamos ter são mínimos, comparados com os do Euro 2004. E o retorno vai ser de muitas centenas de milhões de euros, não só do ponto de vista de apoios da FIFA, como também de tudo o que vai ser a promoção do país. É uma excelente operação do ponto de vista económico e financeiro para Portugal. Todas as receitas de bilheteiras, televisão, mesmo dos jogos em Espanha, serão divididas numa relação de 30 por cento para Portugal e 70 por cento para Espanha.


É a lógica do fura-vidas: fazer o mínimo para sacar algum.

O segundo jogo do Mundial será onde?
Será provavelmente no estádio de maior capacidade, o Estádio da Luz, onde haverá uma segunda cerimónia de abertura, mais pequena e com menos custos, o que não é inédito, porque já aconteceu no Euro 2008 com Áustria e Suíça.

Só que, ao contrário do que este esperto-saloio quer fazer crer, o jogo inaugural do Euro 2008 foi mesmo na Basiléia, Suiça.

Uma meia-final será também no Estádio da Luz?
Isso ainda não sei. Ainda vamos definir onde será a meia-final e o jogo do 3.º e 4.º lugares. Mas é uma excelente oportunidade de Portugal participar num grande evento e de ser publicitado a nível mundial.

Jogo inaugural? Claro que não. Final? Estais loucos! Meia-final? 3º ou 4º lugar?? Só se a generosidade castelhana o permitir...
Esta excelência que enche a boca com a "candidatura ibérica" é mesmo um negociador de primeira água. Não se poderá exportá-lo para Espanha?


Em algum momento foi ponderado ampliar o Estádio da Luz, como foi pensado aumentar os do Algarve e de Braga?
(...) se amanhã Benfica, FC Porto ou Sporting resolverem aumentar as suas capacidades, podemos fazer ajustamentos. Mas isso não é fundamental neste momento. O importante é convencer a FIFA de que podemos organizar o melhor Campeonato do Mundo de sempre, até porque somos os únicos que oferecemos toda esta extensão de praia, no Atlântico e no Mediterrâneo.


Pelo menos esta alimária aqui é coerente, o importante não são os estádios. Afinal, o nosso papel é de, nas suas palavras, "prestar apoio" a Espanha e servir umas imperiais nos intervalos dos jogos a quem se enganou no destino e veio cá parar à praia de Madrid..

Bravo!, Mandril, o espírito de Miguel de Vasconcelos permanece vivo em ti.

O Primeiro de Dezembro dos outros

Vem na BBC mas, infelizmente, não é só para inglês ver:

Bid chiefs Villar and Madail: "We have the backing of millions of fans of this wonderful sporting spectacle. We have presented a single bid with a single centre, which is Madrid. It's as if the whole of Iberia was one country."


É impressão minha ou a brocha espanhola passou por cima da pincelada portuguesa?

quinta-feira, novembro 25, 2010

Adultério com uma estrangeira esquálida, metida nos livros e de esquerda. Se tivesse ficado em casa, ainda estava vivo.



As mulheres são, de fato, mais inteligentes que os homens.

quarta-feira, novembro 24, 2010

Outros fofos



Em França, teria havido canhões d'água, coquetéis molotov, paralelepípedos no ar. Na Grécia, bombas em esquadras de polícia, grevistas abatidos à queima-roupa. Em Espanha, toureavam-se.

Olhem-me para as imagens de cima com atenção. Ainda se ouve um solitário "fascistas" atirado aos jovens do corpo de intervenção da PSP mas é reflexo condicionado e não tem adesão. Aquilo só faltava umas mines para parecer o casados contra solteiros e até o entusiasmo posto no título do vídeo é lindo.

Os Portugueses são o melhor que há no mundo.

segunda-feira, novembro 22, 2010

Foi tão fofo

Preparo-me para voltar ao analógico

Ah!, a pesporrência!

Isto que se segue lembra-me o Nino Firetto dos telediscos mas sem graça e em versão FCSH.



(e no final musical, a prova como uma vozita medíocre pode dar cabo de um bom arranjo instrumental)

Aumenta o fosso entre Portugal e os países desenvolvidos

Nestas pífias manifestações anti-NATO não houve multidões de preto (ou multidões que fosse), carros incendiados ou violência policial.
E até os vidros do Hard Rock Café, que estavam ali tão a jeito, passaram a cimeira incólumes e descansados da vida.
Que terceiro-mundismo, pá.

quarta-feira, novembro 17, 2010

Os tomates

Um novo grupo de ateus surgiu na sociedade. Chamados de "novos ateus", eles não se contentam em guardar para si mesmos seus conceitos. "Numa cruzada ativa, furiosa e intensa, eles tentam convencer os religiosos a pensar como eles", como escreveu o colunista Richard Berstein"

Curiosamente, este texto pode ser lido em folhetos não solicitados, colocados na nossa caixa do correio após recusarmos a entrada a simpáticas velhinhas testemunhas de jeová.

A geração Jamie Oliver

Noto, não sem que me cause problemas de digestão, que a populaça que se insurge mui nacionalisticamente contra o último acordo ortográfico é a mesma que continua a dizer "chefe" mas agora escrevendo "chef".
Deve ser mais "fino".

Muito contente com o anúncio do noivado do príncipe Guilherme



Finalmente teremos um membro da família real britânica do qual valerá a pena ver as fotografias em topless.

"Manda quem paga"

A história da contenção orçamentaçal implica não contribuir para projetos co-financiados pela EU.
E que acontece à compartição europeia? Volta para os respetivos contribuintes líquidos.
Ah, pois!

(como bem vê J.M. Ferreira, Córtex frontal)

sábado, novembro 13, 2010

Meu querido Alentejo

Manifestação convocada e autorizada.
Sob escolta regulamentar de carros-patrulha, cinco bravos rapazes empunham a faixa da praxe e percorrem a pé os duzentos metros de rua entre as escolas do centro de Beja. Não partem vidros, não atiram pedras, não pegam fogo a carros nem tapam a cara.
O que defendem, contra o quê reclamam, não é importante. A missão foi cumprida.
Há quem goze, faça pouco. Pois. A cidadania não é para meninos.

sexta-feira, novembro 12, 2010

Hoje estou com os azeites

Aqueles microcéfalos que falam e escrevem do "desperdício do Estado Social" em Portugal, como se o nosso tosco e empobrecido sistema tivesse algo que ver com os direitos usufruídos pelos cidadãos de qualquer país desenvolvido, deveriam passar umas férias prolongadas na companhia dos mais de trinta milhões de miseráveis americanos que vivem de senhas de comida, da extraordinária assistência médica (sim, é piada) e da liberdade de usar armas.

quinta-feira, novembro 11, 2010

In Flanders Fields


In Flanders fields the poppies blow
Between the crosses, row on row
That mark our place; and in the sky
The larks, still bravely singing, fly
Scarce heard amid the guns below.

We are the Dead. Short days ago
We lived, felt dawn, saw sunset glow,
Loved and were loved, and now we lie
In Flanders fields.

Take up our quarrel with the foe:
To you from failing hands we throw
The torch; be yours to hold it high.
If ye break faith with us who die
We shall not sleep, though poppies grow
In Flanders fields.


John McCrae (1872-1918)

quarta-feira, novembro 10, 2010

6.8%

Mas se a procura* é duas vezes maior que a oferta, isso não faria a coisa duplicar de preço?
Digo eu, que não percebo nada de "economia de mercado".


* 30% comprada pela banca portuguesa. Na Irlanda isto seria adding insult to injury. Felizmente, e para pesar de muita gente, não estamos na Irlanda.

terça-feira, novembro 09, 2010

Que deus guarde os espanhólitos

Houve uma determinada quantidade de títulos de dívida soberana irlandesa que amadureceu este Setembro. Em concreto, 55 mil milhões dele.

Para os poder pagar (os credores são bancos franceses, ingleses e alemães) a Irlanda pediu mais dinheiro emprestado ao BCE. É esta a origem da pequena descida para 7.6 de juros sobre default mas também, porque se endividou para pagar dívidas, do agravamento da crise.

E por que é que o governo irlandês não teve dinheiro para pagar e teve de pedir emprestado? Porque anteriormente atirou com mais de 30 mil milhões de euros para salvar o banco Anglo e mais de outros tantos ainda para os restantes bancos. Como, inteligentemente, não trocou esta esmola por ações, quem paga a fatura são os contribuintes (até ao ano 3000).

Comparado com estes quase 70 mil milhões de euros deitados fora - dados a idiotas que, de acordo com as suas próprias crenças em capitalismos da treta, mereciam insolvência e o olho da rua -, o corte de 15 nas despesas é uma perfeita futilidade. Ainda para mais quando o défice é de 32-trinta-e-dois-32% do PIB.

Ora, perante este quadro de inimputabilidade geral e tendo em conta que comer é mais importante que tudo o mais, os contribuintes irlandeses preparam-se para seguir o elevado exemplo dado pelos seus governantes e credores e deixar de pagar as suas hipotecas. Só que, quando isto acontecer, não vai haver bailout que safe a banca. Quanto mais não seja porque o dinheiro acabou.

Isto é, o "melhor" na Irlanda ainda está para vir...


Agora a nós. Porque é que o "contágio" é absolutamente subjectivo? Porque tal como nós, a Irlanda é pequenina e pouco influente. Se isto acontecesse aqui ao lado, aí sim, era um grande sarilho. Por isso, e por uma vez, deus guarde os espanhólitos.

quarta-feira, novembro 03, 2010

Não podia passar sem passar

Só é cego quem não quer ver

Os comentários no Frankfurter Allgemeine foram um passar a mão pela cabeça do rapaz para que ele se porte bem.

sexta-feira, outubro 29, 2010

El Mundial del 2018 o 2022

Na imprensa internacional, a candidatura de Espanha ao mundial de futebol é suspeita de beneficiar de corrupção de federações de futebol terceiras.

Na imprensa nacional, ninguém opina seriamente sobre o assunto. Nem sequer se ouve uma putativa declaração de distanciamento por parte dos seriíssimos dirigentes da FPF.

Não se pode proibi-los?

Não gosto de autedóres nem de murais.

São saloios no abuso de cores e na ortografia, ofendem o espaço público pelo tamanho e a vista pela imposição, tapam arquitetura e paisagem.

Amplificam exponencialmente o que é tribal e anti-democrático na publicidade, pois são inevitáveis e permanentes. Obrigam-nos a vê-los, quer queiramos quer não.
Ainda que nada do anunciam nos diga respeito, conclamam-nos continuamente à ação, mandam-nos escolher pessoas, gritam partidos ou produtos sem apelo nem desculpa. Não há mudança de canal, estação de rádio ou autocolante em caixa de correio que nos safe.

Em resumo, são uma forma de publicidade abusiva, suja, feia e autoritária.
Não se pode proibi-los? A civilização agradece.

Perguntas estúpidas, respostas igualmente inteligentes

E se uma das condições para a China nos comprar a dívida fosse a restauração da pena de morte? Quantos diriam que não?

quarta-feira, outubro 27, 2010

Compro o que é nosso ®

A AEP tem uma campanha chamada "Compro o que é nosso" para promover a escolha de produtos nacionais em detrimento de equivalentes estrangeiros.

Por si, é algo meritório. Se for bem sucedida, sempre ajuda a reduzir as importações. Lembremo-nos que a maior parcela da dívida nacional cabe aos particulares.
Só não percebo é por que uma ideia que é tão simples de aplicar é sempre processada com tanta complicação e despesa para ser posta em prática que acaba por ser completamente ineficaz.

Já temos sítio na internete. Já vi anúncios na televisão. Ainda não vi mas desconfio que, como é costume, há por aí entrevistas, panfletos couché para entupir as caixa de correio, autocolantes nos vidros dos cafés de esquina, etc.
Mas o pior é aquele logótipo horrível - mais um - ao qual julgam que nos habituaremos à força de spots publicitários e que, para se justificar e na melhor das hipóteses, virá a ser incluido nas embalagens ou estará à vista (?) nas prateleiras de supermercado.


Esta gente (seja governo ou indústria) já vai na enésima campanha do género desde o 25 de Abril e ainda não aprendeu que publicidade não é branding e que educar o público não é vender um sabonete.

Desde há muitos anos que outros países têm tido campanhas parecidas e são inacreditavelmente simples e eficazes. "Campanhas" é um termo que uso para estabelecer o paralelo pois não se tratam de campanhas esporádicas ("olá... estamos em crise, toca a armar uma campanha!") mas sim de visibilidade contínua e por prazos prolongados.

Principalmente, a forma de atingir a maior fatia demográfica possível sem necessidade de iniciativas e divulgações que só ajudam à confusão do público, é precisamente não criar logos inúteis mas sim usar elementos visuais que lhe são familiares e cujo sentido é óbvio (é a minha definição de logótipo...).
Isto é, o melhor logo para identificar produtos nacionais já existe e toda a gente o conhece sem precisar de nenhuma explicação.
Qual é ele? Deixo-vos uma pista (isto está tudo ligado, pás):



ADENDA: Já que estou a prestar serviços de consultoria gratuitos, que tal a AEP e demais obrigarem os distribudores a identificar a origem dos produtos brancos? Aquilo do "produzido na UE" não me diz nada e não ajuda muito à campanha.

Perspetiva de uma jovem tory sobre a intelectualidade nacional

Sentados a ver o telejornal, aparece o João César das Neves a falar não sei do quê.

-Quem é este agora?

-Este dá aulas na universidade católica e escreve crónicas num jornal. É conhecido por ser contra o aborto e o casamento gay.

-E deixam-no escrever num jornal?

sexta-feira, outubro 15, 2010

Siga para bingo

Com um abanar de cabeça dos patrões, a novela do sr. Coelho chegou ao fim.

quinta-feira, outubro 14, 2010

"A mina dos segredos"

É a minha proposta para um novo reality show.
Depois, claro, tapa-se o buraco e já está.

Há vinte anos atrás, a minha banda preferida eram os Interpol

quarta-feira, outubro 13, 2010

De novo, a serpente

Quase no mesmo dia, ficamos a saber de motins (teoricamente anti-gay) em Belgrado; violência fora e dentro de um estádio de futebol em Génova; e da subida assustadora da extrema-direita nas eleições autárquicas em Viena.

Se os primeiros casos demonstram a marginalização crescente dos ultra-nacionalistas sérvios - reduzidos de criminosos de guerra impunes a bandos de hooligans alimentados a álcool - o último parece vir a tornar-se no mais bizarro paradigma de integração deste tipo de animais numa sociedade estrangeira.

Sabe-se que o líder do FPÖ, Heinz-Christian Strache, que se diz católico, tem vindo a conquistar o voto jovem entre as comunidades de imigrantes ex-jugoslavos (27% vota no "Partido da Liberdade", um movimento criado para impedir a imigração de estrangeiros) e não é raro enriquecer a sua retórica anti-islâmica com missas ortodoxas e condenações à UE e NATO pelas posições destas organizações na Bósnia ou no Kosovo.
E se esta segunda geração que lhe dá ouvidos, nascida durante o longo fim da guerra nos Balcãs, já não pode sonhar com a Grande Sérvia, é igualmente acompanhada por descendentes de croatas no ódio à comunidade islâmica (turcos, búlgaros, paquistaneses, etc). O discurso abertamente racista de Strache - o qual, para outras audiências, responsabiliza qualquer estrangeiro pela criminalidade (??) na Áustria - cai-lhes como mel na sopa e, não menos paradoxalmente, acaba por serem estes eleitores sem qualquer "sangue vienense" quem facilita a ascensão da serpente a uma posição de poder.

Com mais de um centenário

É errado dizer-se que há países mais desenvolvidos que o nosso porque são monarquias. Na realidade, ocorre exatamente o oposto: estes países são monarquias porque são desenvolvidos.

segunda-feira, outubro 11, 2010

A sabedoria popular fascina-me

Ontem, o medo, a ignorância e o preconceito foram mais importantes para um terço dos eleitores que viver na melhor cidade do mundo*.



Se isto é possível onde não há crise, nem desemprego ou criminalidade, é possível em qualquer lado.

domingo, outubro 10, 2010

10-10-10

Enquanto não for dez de Outubro de dez mil e dez, não me chateiem com datices escatológicas.

sábado, outubro 09, 2010

Liu Xiaobo, Nobel da Paz, Tiananmen

Aqui há uns anos, à mesa de um jantar de má memória, a nossa anfitriã, uma médica chinesa casada, educada e trabalhada em Cambridge, insistia que a censura que o seu governo impunha à internete servia para proteger o bravo povo chinês da pornografia ocidental.
Entre o momento em que tive a brilhante ideia de discordar e aquele em que se trocavam insultos de "fascista", foi um piscar de olhos e a soiré acabou mesmo mais cedo do que o planeado. Quando dei por isso estava a ser expulso da casa.

Ontem, a Great Firewall of China esteve mais ativa que nunca. Qualquer referência ao Nobel e a Liu Xiaobo que aparecesse no éter era sumariamente apagada. A cortina de fumo estende-se aos telemóveis "inteligentes" e não só, com mensagens de texto não chegando ao seu destino e iPhones subitamente transformados em iPods ao teclar daquelas palavras-chave.

E tal como essa anfitriã do passado, prevê-se que a parcela da população chinesa que ainda tiver algum acesso ao anúncio do prémio reagirá com indignação longamente alimentada pela propaganda nacionalista de Pequim. Tudo o que contradiga a versão oficial de excelência moral nada mais é que uma tentiva de demonização do seu país por um ocidente invejoso do progresso da China.

P.S.: Pobres diplomatas noruegueses, mais uns que carregam a tarefa de explicar a uma autocracia que não têm nem querem ter qualquer poder sobre entidades civis e independentes como o comité Nobel.

quinta-feira, outubro 07, 2010

Singularidades de um atraso de cem anos*

(ou "Ele há países onde ainda não chegou a ética republicana")




*título roubado ao Ricardo Schiappa do Esquerda Republicana

quarta-feira, outubro 06, 2010

terça-feira, outubro 05, 2010

Contas de merceeiria, pois então*




*Obrigado ao Miguel Carvalho, do Esquerda Republicana

De um coevo da revolução do 5 de Outubro de 1910

"De volta de dois meses de férias nas doces margens do lago Léman, cheguei a Lisboa na véspera da revolução.
Poucas horas depois de um breve tiroteio de barricada no alto da Avenida e de um lacónico bombardeamento proveniente de uma insubordinação de marinheiros a bordo de um navio de guerra, proclamava-se, perante Lisboa atónita e, imediatamente depois, perante a passividade do país inteiro, o triunfo dos revolucionários.
Este desenlace quase incruento é em sua aparente superficialidade o trágico desmoronamento instantâneo de todo um velho mundo. É o reviramento, com o de dentro para fora e com o debaixo para cima, de uma sociedade inteiramente desarticulada. É uma nação ferida de morte na continuidade da sua tradição e da sua história. Assim o afirmam os triunfadores, principiando expressivamente por arrancar do pavilhão que cobria a nacionalidade portuguesa a coroa real, mais da nação que de qualquer rei (...).

Pobres homens, mais dignos de piedade que de rancor, os que imaginam que é com um carapuço frígio, talhado à pressa em pano verde e vermelho, manchado no lodo de uma revolta num bairro de Lisboa, que mais dignamente se pode coroar a veneranda cabeça de uma pátria em que se geraram tantos grandes homens, a cuja memória imperecível, e não aos nossos mesquinhos feitos de hoje em dia, devemos ainda os últimos gestos de consideração a que podemos aspirar no mundo! Pobre gente! Pobre pátria!

Ao antigo reino, assim desfeito com o mesmo leviano descuido com que as meninas de Lisboa desmanchavam puzzles num jogo à moda do Inverno passado, sucedeu-se o regime de um Governo Provisório, ao qual, creio que unicamente por serem republicanos os indivíduos que o constituem, se chamou «da República».

A indiscutível evidência é que em tal Governo não concorrem por enquanto nenhuma das cláusulas que assinalam um regime democrático. Falta-lhes como base essencial a anuência prévia da maioria das vontades; falta-lhes pacto fundamental; falta-lhes estatuto regulador da sua acção dirigente e falta-lhes sobretudo, nas suas formas de proselitismo, de apostolado e de conciliação patriótica, o íntimo sentimento de simpatia, de indulgência, de bondade, de liberdade, de fraternidade e de igualdade, que é a chave de todo o poder popular.
(...)

Não me parece, portanto - repito -, que o Governo Provisório de Lisboa seja mais autenticamente o prefácio de uma liberal República que o da mais despótica tirania.
(...)

Entre a monarquia constitucional parlamentar e república parlamentar constitucional não distingo diferença, nem considero que ela exista, a não ser historicamente, entre o princípio da eleição e o da hereditariedade, tendo eu por tão precários os acasos do voto como os do nascimento.
(...)"

Ramalho Ortigão, Janeiro de 1911
As Farpas II

O melhor e mais cáustico das Farpas vem depois, quando se descreve a desilusão e o descrédito da nova república, a pompa dos novos senhores ("o presidente novo em coche real, puxado a quatro por dezasseis relinchantes famílias aristocráticas"), a propaganda (Museu Republicano, um mausoléu de buiças, e a inacreditável apresentação ao ministro do Brasil da menina Deolinda Alves, de barrete e espada, como encarnação de récita da jovem república portuguesa), etc.

sábado, outubro 02, 2010

quinta-feira, setembro 30, 2010

My hero


(clique para aumentar)

Mitarbeiter sprechen



Já ouvi isto hoje umas sete mil vezes.

quarta-feira, setembro 29, 2010

Enrolos e brochas

Orçamento da empresa contratada pela imobiliária-armada-aos-carapaus-de-corrida: 2500 euros.
Orçamento do "particular": 250 euros + 50 de material.

(deste, ainda não percebi se atende por Misha e é amigo do Mario - que também não conheço - ou se acha que é melhor passar por latino em terras de extrema-direita e o outro é que se chama Misha)

Não parece difícil de decidir.
Mas ter de passar três dias fechado das oito às seis numa casa virada do avesso, de olho em três búlgaros da Anatólia e com tinta por todo o lado, já não é assim tão tentador.

terça-feira, setembro 28, 2010

Straw dogs

Já há remake desta fita poderosa para 2011. Estou curioso para saber se vão conseguir ser tão modernos quanto o Peckinpah em 1971.

quinta-feira, setembro 23, 2010

E mai nada

quarta-feira, setembro 22, 2010

Cona

Do latim 'cunnus', que é mais assertivo que a 'vulva' grega e não faz impressão na boca quando se pronuncia.
Estes já estão nesse dicionário universal sem controlo parental que é a wikipédia (aqui e aqui). Com a vantagem de ter fotos e tudo.

Isto tudo para dizer que não tarda muito começam a queimar livros.

Já somos dois


País possível

Já passou, já faz tempo, e não há registos, mas eu lembro-me bem dessa conversa, alta noite, noite dentro, cada um em seu hotel e em seu país, e a tentarmos inventar de madrugada um país possível onde vivêssemos os dois.

sexta-feira, setembro 17, 2010

Por motivos diferentes, claro

Os spams que recebo com maior frequência são, de longe, aqueles para aprender inglês e os outros para alongar o pénis.

Isto é mais que suficiente para uma tarde de ponderações.
Ora, caso necessitasse de ambas as capacidades mas só pudesse adquirir uma, qual escolheria? Pergunta fortuita na aparência, esconde na verdade um dilema de proporções nietzscheanas.

terça-feira, setembro 07, 2010

terça-feira, agosto 31, 2010

Este Miranda é um fenómeno

Pela lapidação, quando há suspeitas de homicídio.
Em qualquer outro caso, faça favor de se executar o condenado com método posterior à primeira revolução industrial.

aqui, para quem não conseguir acreditar.

No Algarve deve estar mesmo muito calor

Hóteis do Algarve exigem suspensão de campanha Guimarães 2012, capital europeia da cultura, porque consideram campanha ofensiva e insultosa. Tudo porque anúncio mostra praia algarvia vazia.

«A AHETA exige aos organismos envolvidos um "pedido de desculpas formal ao Algarve, aos algarvios e aos seus agentes económicos e, em última análise, aos portugueses, pela atitude difamatória e ofensiva desta campanha contra a principal região turística nacional e uma das maiores geradoras de riqueza do nosso país".»

A no-brainer

sexta-feira, agosto 27, 2010

Peço desculpa por interromper de novo o drama palestiniano

Após o fim do genocídio de quase um milhão de Tutsis no Ruanda, em 1994, mais dois milhões de Hutus procuraram refúgio do outro lado da fronteira que o seu país faz com a RD do Congo, temendo possíveis retaliações por parte das suas anteriores vítimas, agora no poder.

Mas aqui, em lugar de protegidos, esbarraram com os rebeldes do AFDL (o movimento criado por Laurent Kabila, pai do atual presidente congolês Joseph Kabila) os quais, em conluio com o novo governo Tutsi, entregaram a dezenas de milhar destes ruandeses a "justa" retribuição.

O resultado é, segundo primeira análise de um relatório da ONU, um novo genocídio.

Quero lembrar ao prezado leitor que o grosso da tragédia relatada já pertence ao passado. Passado recente mas inapelavelmente passado.

Na melhor das hipóteses, seguem-se um par de semanas de holofotes.

sábado, agosto 14, 2010

Estes manés papam tudo

Eu só gostava de saber é por que razão os palestinianos têm direito, coitaditos, a viver em paz no seu território e os libaneses, mui democraticamente, nem por isso.

O meu amor é verde

Já lá vão alguns anos e nunca percebi, não tenho coragem para lhe perguntar.
O petit nom que me dá será "little pea" ou "little pee"?

É nestas coisas que os cabelos fogem do peito e deixamo-nos estar como estamos.

domingo, agosto 08, 2010

sexta-feira, julho 30, 2010

Estou cá também estou ilibado

Nunca na vida pus os pés no Freeport ou Ikea*.

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Quando cheguei a Portugal depois da inauguração da primeira moviflor sueca, fartava-me de ouvir na rua "i-quê-á" para aqui, "i-quê-á" para ali e, durante algum tempo, andei convencidíssimo que tinham criado um qualquer novo instituto da qualidade alimentar ou automóvel, sem dúvida alguma, absolutamente essencial à vida dos portugueses.

quinta-feira, julho 29, 2010

Empresa farmacêutica portuguesa financia o ocultismo



Parapsicologia? PARAPSICOLOGIA?? Numa altura em que há cortes orçamentais em todos os setores considerados não-essenciais e a investigação científica se ressente, há uma empresa privada que se dá ao luxo de credibilizar e financiar os "prof.s" herreros e karambas? Estarão a gozar com os pobres? Ou não passará de gralha?

Que não lhe fica nada bem, não fica, mas a Bial, lá está a maravilha do mercado, pode ir à bruxa as vezes que quiser. Todavia, o regulamento foi aprovado pelo, digamos assim, regulador, a Fundação para a Ciência e Tecnologia! E isso já mexe com todos nós.

Que estará por detrás desta parvoíce?

quarta-feira, julho 28, 2010

Voltaremos depois dos nossos compromissos comerciais

Perguntas politicamente incorretas

Quando um estrábico fala com outro, também ficará na dúvida com que olho o interlocutor o vê?

terça-feira, julho 27, 2010

Dois em um

Estes dinamarqueses são mesmo totós. Já não basta pagarem sem reclamar os impostos mais altos do mundo (e.g., 70% de IVA nos popós) ainda engolem todo o tipo de parvoíces new age que lhes aparece à frente.

Olhem-me só para este delírio: bicicletas públicas com satnav recarregado a energia solar... Em Copenhaga, meu deus!

Não haverá por lá um Patrick de Barros para lhes explicar que eles não têm horas de sol que sustentem estas fantasias?

segunda-feira, julho 26, 2010

A internacional mirandesa

CIDADÃO CONSUMIDOR



(toda uma reeducação, aqui)

Spínola-Saramago, xis.

Trinta e seis anos depois, continuam a querer dividir-nos. Presumem-se donos das ruas e, numa variação abrilesca à praga do futebol, servem-se dos seus nomes para marcar território e exaltar irmãos de tribo.

Não há pachorra. As ruas não são de matilhas do norte, do sul, da esquerda soviética ou da direita macaca, são nossas, e a toponímia serve para recordar-nos tanto da intensidade como da variedade dos nossos sucessos (ou derrotas).

A única censura que se justifica a nomes só mesmo em benefício da sensibilidade do público quando, por exemplo, penso naqueles que me ocorre chamar a esse tipo de donos e respetivas mãezinhas.

quarta-feira, julho 21, 2010

Uma constituição sul-americana


Até melhor explicação ou informação, são estas as extraordinárias visões de revisão constitucional propostas pelo PPC/PSD:
-aumentar os poderes do Presidente da República;
-aumentar os mandatos do Presidente e da Assembleia;
-fim do Serviço Nacional de Saúde;
-fim da Escola Pública;
-liberalização dos despedimentos através da substituição da “justa causa” por “razão atendível”.

Dizem que, apesar da generosidade da última - porque, com certeza, terá em mente o fim dos contratados a "recibo verde" - estas são propostas vincadamente liberais, isto é, de direita.

Não sou grande estudioso de ciências pouco exatas por isso não tenho aqui à mão argumento fulminante do seu oposto ou confirmação. Mas uma coisa é fácil de perceber: estamos diante de uma deriva para o caudilhismo de quem manda e o salve-se quem puder para quem é mandado.

De modo que, qualquer que seja o lado ideológico de que esta propaganda se reclama, a bizarria vem certamente inspirada no modelo de sociedade daquelas repúblicas de bananas nascidas na viragem para o século vinte de má memória e que, no seu continente de origem ou lá para os lados do Cáucaso, para citar apenas dois casos exemplares, ainda persistem.

ADENDA: a bandeira acima foi tirada daqui e qualquer semelhança com esta é uma feliz coincidência.

quarta-feira, julho 14, 2010

off-shore cá dentro

Como é sabido, todos os países da União, independentemente da saúde da sua economia, fazem agora vários esforços para inverter as tendências de défice, quebra de PIB e crescimento da dívida. Nesses planos de contenção e recuperação das finanças públicas, o mais óbvio seria obrigar quem ajudou a criar esta crise a também carregar com o ónus da sua saída.

Através de impostos especiais sobre a atividade bancária, é isso mesmo que vai ser posto em prática na Áustria (extra €500M pa), na Alemanha, na França e na Hungria (cobrados a 3 anos). Também o mesmo se passará no Reino Unido (extra £2000M anuais, previstos), ainda mais ajudados pelo aumento para 28% do imposto sobre ganhos de capital. A Itália, mais tímida, limita-se a criar um novo imposto sobre bónus e opções de compra de ações.

E em Portugal? Em Portugal parece que irá haver um aumento do imposto sobre rendimento singular, em particular com novo escalão a 45% para quem ganha €150 000 pa (deve ser porque somos muitos e, ainda para mais, quem mais dificilmente escapa à inspeção)...
Já a banca, esse setor económico tão carente de subsídios e em risco de deslocalização, permanece ainda e sempre a salvo no paraíso fiscal português.

domingo, julho 11, 2010

A curiosa realidade alternativa do capitalismo português

Quando a PT foi privatizada, os investidores não se preocuparam com a golden share.

Quando o Estado manteve a empresa em monopólio, não houve santíssima liberdade de "mercado" que comovesse os acionistas privados.

Daí que, quando a golden share impede que "os fundos" milionários vão parar a investidores constituídos em 70% por bancos e empresas estrangeiras, há comentários do Sr.Berardo que só nessa realidade alternativa podem fazer todo o sentido.

sexta-feira, julho 09, 2010

Assim se vê a palhaçada que é este país

"não percebo como é que um gajo destes ainda é chamado para a selecção nacional... assim se vê a palhaçada que é este país."


Tirado da caixa de comentários de uma notícia no DN fazendo referência à possível presença do jogador Miguel numa festa de praia (não merece linque).

quarta-feira, julho 07, 2010

Eles roubam tudo e não deixam nada

Amanhã voltaremos a ouvir os alemães, sabe-se lá porquê, a cantar os parabéns ao imperador dos outros.
Aqui fica uma variação do "Pai da Harmonia" ao seu próprio segundo andamento, com a letra original aposta à partitura (1797). É a versão cá de casa, pois claro.

terça-feira, julho 06, 2010

Ó meuzzze amigozzzeze

O abominável comentador das neves estava bem era na Indonésia.

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via Esquerda republicana

Negócio da China, perdão, da Espanha

Se a Telesp só tem valor quando ligada à Vivo então que se troque os 50% da Vivo por 50% da Telesp+Vivo...

domingo, julho 04, 2010

Expatriados

Gente de todas as nacionalidades e profissões, têm duas coisas em comum: não pretendem integrar-se na sociedade em que vivem; e passam os sábados à tarde a queixarem-se uns aos outros sobre inferno que foi a sua manhã no Ikea.

sábado, julho 03, 2010

28ºC, heute am frühen Morgen

Não sabem a admiração que tenho pelas ciclistas de minissaia, pedalando a caminho do trabalho ou da universidade, joelhos alinhados no meio do calor matinal.
Estoicismo é nunca sacrificar a estética de todo o dia pelo conforto de duas viagens.

quinta-feira, julho 01, 2010

Two lovers



Um círculo desencontrado de quatro amantes, e não as duas/dois do título, cada um vendo no seguinte aquilo que o anterior vê nele: uma invenção pessoal de amor como escape voluntário e desesperado de si próprio.
No fim, parece que acaba bem. Mas aí a ilusão é nossa.

Depois de Closer e Revolutionary road, só agora vi o terceiro murro no estômago da década. Admito, mais suave que, por exemplo, o filme de Sam Mendes; mas nem por isso fez menos estragos.

Para neo-coninhas, ingénuos de pára-quedas e maluquinhos do liberalismo em geral

Do FT:

The irony of Portugal’s use of a golden share will not have escaped Telefónica and Madrid. Only five years ago, the Spanish telecoms group was protected by a golden share itself. But under heavy pressure from the European Commission, the Spanish government agreed to give it up as well as similar protection for three other groups.
(...)
Many of Europe’s largest companies have had golden shares at one time or another, from Volkswagen and Iberia to KPN and BAA.
(...)
One of the most famous recent golden share cases was with VW, the German carmaker protected by its own law. That law gave the local government of Lower Saxony a veto over big management decisions and the right to two board seats because of its 20 per cent shareholding. It gave the same rights to the federal government, even though Berlin did not exercise that power in recent years.
It was struck down by the ECJ three years ago but the German government then resurrected certain provisions to ensure that Lower Saxony and trade unions were protected and the new law has so far escaped renewed censure.


E acrescento eu que o articulista se esqueceu de mencionar a fatia de leão detida pelo estado francês sobre a EDF/GDF/Suez/etc ou, para voltar ao hemisfério sul, a posse indefectível pelo governo brasileiro da quarta maior empresa de energia do mundo, a Petrobras.
Mas isso são detalhes, não é? Só nós é que somos atrasadinhos e não compreendemos o enorme benefício nacional de deixar acionistas como os pobretanas do BES a pensar apenas com a carteira.

domingo, junho 27, 2010

Páre, SCUT e olhe

Amiga estrangeira:
-Não conheço o interior do país. é fácil apanhar o comboio em Lisboa para ir a Bragança?
Eu:
-Não há.
-Para Chaves?
-Também não.
-Mesmo do Porto?
-Nope.

Faz uma pausa e olha para o mapa e para o guia de viagem.
-Ok. Se calhar o sul está mais bem servido... Lisboa-Lagos? Não é interior mas...
-Sonhas.
-Mas são cidades assim tão pequeninas?
-Não, quase tudo capitais de distrito.
-Não pode ser! e não há comboio?
-Mas onde julgas que estás? na Europa? Aluga mas é um carro.
-Isso fica caríssimo!: aluguer; gasolina; portagens... Condutores portugueses!
-Talvez. Mas o nosso Estado poupou um dinheirão ao fechar as linhas. Olha, com sorte, ainda consegues fazer caminho em auto-estrada ou via rápida à borla e sempre poupas na portagem.
-Hum. Assim não sei...
-Évora tem comboio...
-Sim, eu sei. Já lá estive mais que uma vez.

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ADENDA: obrigatório ler esta posta de Daniel Oliveira.

quarta-feira, junho 23, 2010

Esta coisa dos feriados

Principalmente aquela macarronice do "da Família". Obrigue-se empregador e empregado a trabalhar somente das 8 às 16h00 e vão ver que não são precisos para nada.

terça-feira, junho 22, 2010

Tortugueses

Depois da demolição de ontem, a imprensa austríaca (eu sei que vocês nem dormem a pensar no que diz a imprensa austríaca) alcunhou a seleção das quinas de Tortugal, pois que Tor, entre outras coisas, também é "golo" em alemão.

Já em português isto soa-me a nome de terra de gente tortuosa, daí pensar que não está nada mal achado, não senhor.

segunda-feira, junho 21, 2010

Deve ser do clima

Quinze dias em África e já duas ou três seleções europeias são palco de confrontos entre rebeldes e dirigentes.

domingo, junho 20, 2010

Se não têm cuidado ainda acabam como o "i"

O DN afirma em títulos que o casamento de princesa Vitória não terá cobertura internacional e que "ficou marcado por boicote noticioso das agências internacionais".

Completamente. Assim que eu tivesse visto, à boda só foi dada cobertura pela CNN, BBC, öRF, ZDF e SF.

Viva melhor, pergunte-me como (2)



Central de co-incineração (Müllverbrennungsanlage) de Spittelau, Viena. Fachada da autoria de Hundertwasser (1987). Aquece 60,000 casas sem cheirar mal e tem galeria de arte e tudo.

Spot on!

Talvez haja mais de uma prateleira adequada naquela lista, mas nenhuma onde me sinta tão confortável como a dos "patuscos que fazem pontaria aos tablóides". :)

sexta-feira, junho 18, 2010

Desapareceram quatro jogadores norte-coreanos

Segundo fonte anónima, terão manifestado alguns dias antes a vontade de fugir para a União Soviética.

quinta-feira, junho 17, 2010

Suiça multicultural


Não é sem algum prazer que se vê um moço de Cabo Verde a por os castanholas em sentido.

Os jogadores da Coreia do Norte mantêm vivo o espírito de 1966

"This will bring great happiness to our Dear Leader", disse Jong Tae-se à imprensa capitalista, referindo-se à possível vitória da sua equipa.

sábado, junho 12, 2010

Isto é mesmo bom

quinta-feira, junho 10, 2010

(Pouco) saudável desacordo

O Presidente da República diz que o país chegou a uma situação insustentável. O Primeiro Ministro diz que não, e o PSD concorda com o último.

Dedicado ao Poeta


"Die Bauerstochter" (algures na Caríntia, 2010)

Qualquer dia, até nascem dentes às galinhas

Pela primeira vez, completamente de acordo com este comentador.

domingo, junho 06, 2010

RIP, Professor Resina

Foi há mais de vinte anos quando fui ao Campo Grande assistir a uma dessas missas de que já tinha ouvido falar. Lembro que eram sete da tarde de um sábado qualquer e a igreja estava pejada.

Chegado à hora em que lhe cumpria proceder à transubstanciação, o oficiante levantou a hóstia no gesto conhecido e ao dizer "corpo de Cristo"* parou, baixou os braços e, olhando a congregação nos olhos, disparou: "claro que se formos analisar as propriedades físico-químicas desta bolachinha, não lhe encontraremos vestígio de carne ou ossos! Pelo menos, assim espero!! O que aqui se passa é outra coisa...".
E, tomando nas mãos a interrupção do rito, lá prosseguiu, claro, sucinto, explicando** aos outros o mistério, a hermenêutica daquela tradição e necessidade dela.

Não me lembro de qualquer distúrbio durante a eucaristia. Pelo contrário, qualquer uma daquelas pessoas parecia respeitar mais o seu padre dado o respeito que este mostrou pela inteligência delas.

Até sempre.

*ou "isto é o meu corpo", nunca sei.
**e.g.

And everything nice

Sentou-se ao meu colo e disse a rir: "cheiras a sonhos".
Começava a emocionar-me terrivelmente mas ainda fui a tempo de me lembrar das bolinhas de massa frita comidas ao lanche.

quinta-feira, maio 27, 2010

A dívida privada



Lindo, não é? Está mesmo ali no meio para quem tem olhos de ver.
Metade da dívida externa portuguesa é da responsabilidade do consumo (incluo aqui a propriedade).
Naturalmente, isto não vai lá com cortes de aeroportos ou tgvs. É toda uma cultura que tem de mudar.

Mas, perante isto, fazem-se duas perguntinhas: Não é a banca comercial o sector económico que, consistentemente, mais lucros apresenta no final do ano fiscal? E qual é mesmo o peso da sua contribuição direta para o PIB?

(gráfico roubado daqui)

Viva melhor, pergunte-me como





Viena, [de novo] a melhor cidade do mundo para viver e trabalhar.


(também gostei de ver Lisboa em 45º lugar, à frente de Madrid e Nova Iorque, mas 'prontos')

segunda-feira, maio 24, 2010

Entre canecas de helles



Segundo me confidenciou no domingo à noite H., um dos responsáveis pela banda sonora deste anúncio, os seis segundos e picos de Ronaldo com o Homer custaram tanto à produção quanto todo o restante. Só não me disse o que este "quanto" era.

quinta-feira, maio 20, 2010

Drugs

The Dirtbombs

quarta-feira, maio 19, 2010

Aqui d'El-Guei

Se bem que o cu nada tenha a ver com as calças, seis dos sete países onde já existe casamento entre homossexuais são monarquias.

terça-feira, maio 18, 2010

Ian Curtis

Suicidou-se há 30 anos.



Há um momento em que despertamos para as coisas. Ou em que as coisas nos despertam a nós. O mundo torna-se então muito mais amplo e misterioso. A música dos Joy Division foi uma das primeiras a abrir-me os olhos e os ouvidos. "Unknown Pleasures". E sinto que ainda não decifrei o enigma.
Vi há uns meses o documentário de Grant Gee (muito bom). Começa com esta citação:

«To be modern is to find ourselves in an environment that promises us adventure, power, joy, growth, transformation of ourselves and the world - and at the same time that threatens to destroy everything we have, everything we know, everything we are.»
- Marshall Berman

tirada daqui


R.I.P Ian Curtis.

Giacinto Scelsi




«A whole chapter of recent musical history must be rewritten: the second half of this century is now unthinkable without Scelsi ... He has inaugurated a completely new way of making music, hitherto unknown in the West. In the early fifties, there were few alternatives to serialism's strait jacket that did not lead back to the past. Then, toward 1960–61, came the shock of the discovery of Ligeti's Apparitions and Atmosphères. There were few people at the time who knew that Friedrich Cerha, in his orchestral cycle Spiegel, had already reached rather similar results, and nobody knew that there was a composer who had followed the same path even years before, and in a far more radical way: Giacinto Scelsi himself.»
- Harry Halbreich

Esta não conheciam vocês

segunda-feira, maio 17, 2010

Não te conheço de lado nenhum

Estive a ver o nosso primeiro ministro na televisão. Falava num encontro com empresários em Madrid. Para definir o que senti ao ouvi-lo falar só me ocorreu uma expressão espanhola: verguenza ajena.

Turn off

Silicone, raspadinha, botox de qualquer espécie, unhacas de gel, piercings em fissuras e zonas mucosas (vá lá, no nariz passa desde que não tenha de o assoar), tatuagens fora de membros (e.g., slag tag), oxigenação folicular, bronze de incubação, sobrancelha de travesti, e, last but not least, o belo do muffin top.

Subsídios para a construção de uma sociedade mais livre, justa e bela

O puritanismo na atitude de uns empregadores é tão assustador quanto a ditadura do silicone-e-raspadinha dos outros.

domingo, maio 16, 2010

Redundância malandra

Com 20% de desemprego em Espanha, há certos liberais que se lá vivessem apenas sobreviveriam à custa do estado.

Líderes fracos

O desrespeito por quem nos serve é a forma mais baixa de cobardia.

sábado, maio 15, 2010

A Bruna Paralítica



ao minuto 1 mais 30 segundos

sexta-feira, maio 14, 2010

As feridas dos outros



O Conselho Geral do Poder Judicial e do Tribunal Supremo de Espanha decidiu suspender Baltazar Garzón das suas funções de juiz da Audiência Nacional. O juiz Varela fez horas extraordinárias para que esta decisão fosse tomada o mais depressa possível, evitando assim a ida de Garzón para o Tribunal Internacional de Haia.

A ideia, pelo que se depreende, não era que Garzón deixasse de exercer em Espanha, a ideia é que ele deixe de exercer por completo. Não se trata aqui de justiça mas sim de revanchismo. Esta decisão só vem tornar as coisas mais claras.

Garzón pode com a ETA, com os GAL e até com Pinochet. Mas ameaçar toda a direita espanhola através do caso Gurtel e querer julgar o genocídio franquista revelou-se tarefa demasiado hercúlea, até para este juiz com tomates de aço.

Mas a fúria legalista do Tribunal Supremo (que aceitou as queixas da Falange e de um pseudo-sindicado de extrema direita), serve para deixar à vista de todos que a verdade continua a ser incómoda para muita gente.

A direita espanhola acena ainda e sempre com o argumento de que há feridas que não se devem reabrir. Todos os que usam este argumento deveriam saber que há feridas que nunca chegaram a cicatrizar. Mas não faz mal, são as feridas dos outros.



terça-feira, maio 11, 2010

Eles estão de volta!



Depois de uma pausa para tomar balanço, a revista Pormenores está outra vez nas bancas. Parabéns pela perseverança e pelo bom trabalho!

PS: Quero uma casa de taipa!

É este ainda o nosso fado?

Futebol


Fátima


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Como bem diz o Ricardo Schiappa aqui

segunda-feira, maio 10, 2010

A má gestão compensa

(Via Vanity Fair, via The New York Times, via Daily Intel):

“Top executives at the country’s largest media companies continued to reel in multimillion-dollar pay packages in 2009, a year of widespread cost-cutting throughout the industry,”.

See if you can match the executive’s obscene salary to the terrible news about recent layoffs at his own company. The lucky champion will win ... a renewed disgust with this country’s fetishization of avarice!

1. CBS’s Les Moonves, $43 million
2. Viacom’s Philippe P. Dauman, $34 million
3. Comcast’s Brian L. Roberts, $25 million, and Stephen B. Burke, $31 million
4. Gannett’s Craig A. Dubow, $4.4 million
5. The New York Times’ Arthur Sulzberger Jr., $4.8 million
6. McClatchy’s Gary B. Pruitt, $2.6 million

A. “[Redacted] said most of the [300] jobs being eliminated are at the division and regional management levels and it will try to find other jobs for the people whose positions are being eliminated.”
B. “[Redacted] eliminated more than 10,000 jobs in 2007 and 2008, including about 2,000 layoffs last fall, and [redacted] executives have said repeatedly that they expect more downsizing, including layoffs.”
C. “[Redacted] just announced that it needs to cut 100 positions, or about 8 percent, from its newsroom by the end of the year.”
D. “[Redacted’s] news division will be hit with layoffs next week, perhaps as many as 100 people, roughly 7 percent of the 1,400 person staff.”
E. “[Redacted] said it will slash about 850 jobs—7 percent of its work force—and freeze some senior-level salaries.”
F. “[Redacted] has cut 4,150 jobs since June 2008.”

Solução:
1. D; 2. E; 3. A; 4. B; 5. C; 6. F

domingo, maio 09, 2010

Uma tragédia

Salários e contratos
O disparate: entre 2006 e 2010, os salários da função pública grega tiveram um aumento, em média, de 30%.

Os cortes que agora levam o "proletariado" à rua são os seguintes: congelamento destes aumentos e fim do 13º e 14º "mês" para os níveis de topo dos salários.

Isto é, quem ganha muito passa a ganhar menos e quem ganha pouco fica na mesma.

No setor privado, as empresas poderão, a partir de agora, despedir até 4% dos seus funcionários (antes, eram 2%)... Fascistas!!

Reforma
Em média, um grego enfia as alpercatas aos 61 anos de idade para gozar o salário mais alto que ganhou na vida. Depois de esbanjá-lo em retsina e subornos aos médicos, morre de enfarte aos 72.
É possível que a partir de agora a idade máxima de reforma passe a estar indexada, qual euribor, à esperança média de vida. Tendo em conta que será a média dos salários o que irá definir a mesada final, talvez com menos tilim para boa vida esta acabe por aumentar.

Fuga fiscal
Seriam 20 mil milhões de encaixe direto. Mas não faço ideia como irão mudar os costumes e a fiscalização num pardieiro onde até a construção ilegal, meu deus, consegue fugir aos impostos.

Mas o pior, o pior de tudo serão os aumentos de 10% no imposto sobre combustíveis, álcool e tabaco. E lá me vão lixar a idade de reforma outra vez, pá.

De facto, isto sim, são medidas de austeridade de levar um país à guerra civil.

sábado, maio 01, 2010

Cherchez la femme

Casa para viver ou viver para a casa?

Imaginei que tinha uma proposta de trabalho semelhante ao que tenho agora mas em Lisboa. Um senão em Portugal é o salário. No entanto, pensei "ganho menos mas a vida é mais barata".

Um bom critério para confirmar tal impressão seria assegurar-me de como variaria a minha despesa com uma questão incontornável, a habitação. Todos temos de viver debaixo de telha, não é?

Fui a uma agência imobiliária online e fiz uma busca para apartamento com a mesma área (m2) e em área equivalente da capital portuguesa (freguesia). Infelizmente, não encontrei nada na praça da Município e fui obrigado a ver como param as modas em Alvalade. Mas nem aqui havia alugueres.

Encontrando algo para venda, agarrei no valor do imóvel e, sem fazer comparações, introduzi-o no software de simulação de um banco português.

Duas horas depois já tinha recuperado do ataque de pânico.

sexta-feira, abril 30, 2010

Os ricos que paguem a crise

Eduardo Pitta já faz aqui referência ao absurdo atual do crédito bonificado.
Para além dos resultados apontados, acrescento eu que nunca fez qualquer sentido o Estado subsidiar a construção civil para uso privado. Mais: ao estimular a ilusão da propriedade, a intervenção estatal apenas contribuiu para tolher ainda mais um mercado de aluguer que já era, por outros motivos, deficitário.

O outro grande beneficiário deste subsídio é a banca comercial. Exatamente a mesma que, independentemente de crises ou recessões, vê os seus lucros aumentarem anualmente.
Dirá alguém que o Estado acaba por recuperar o seu investimento/subsídio através da coleta sobre essas mais-valias bilionárias.
Por mais absurdo que pareça, nem por isso. Pois tendo em mãos uma atividade estável, lucrativa e sem risco de deslocalização, aquilo que o Estado faz é... aplicar um desconto de (pelo menos) 8% ao IRC da banca.
Para isto, seria preferível substituir os bancos por agiotas. Ao menos esses só vivem à custa de quem decide endividar-se.

Não é necessário ser economista para saber que um orçamento equilibra-se de duas maneiras: ou se reduz a despesa, ou se aumenta a receita. Mas se acreditarmos que a primeira responsabilidade de qualquer governo (e este até se diz socialista) é assegurar o bem-estar, e mesmo a sobrevivência, dos cidadãos, a escolha é mais do que legítima e racional, é óbvia: como diziam antigamente, os ricos que paguem a crise.

quinta-feira, abril 29, 2010

A Goldman Sachs é alvo de inquérito no senado americano

Muitas outras agências não destoariam no banco dos réus. Apesar disto, nenhuma vai à falência e há muito idiota que continua a dar-lhes ouvidos.
De facto, o "mercado" é mais infalível que o papa.

segunda-feira, abril 26, 2010

domingo, abril 25, 2010

Neste 25 de Abril de hoje...


... Que o espírito daquele de há 36 anos em Portugal atravesse o meio-continente que nos separa e venha a pairar sobre as eleições de hoje, reduzindo os nazis à insignificância que eles merecem ou expendindo-os o mais lesto possível para a Rosário que os pariu.

sábado, abril 24, 2010

Direito e Justiça

Muita gente lá anda entretida a discutir exames e pedagogia (!) por causa da falta de tato de um professor da Faculdade de Direito de Lisboa e da falta de tino dos seus meninos. Um escandalozinho da treta que só se justifica pelo mediatismo a que a causa implicada foi sujeita nos últimos anos.

Sendo público o seu activismo recente contra o casamento entre homossexuais, devia o professor saber que um exame acerca de casamentos seria sempre interpretado como tentativa de propaganda de causas perdidas. Por outro lado, aos estudantes de Direito tinha competido trazer a argumentação para dentro da sala de exame e deixar a sensibilidade à porta. Alguns deles preferiram fazer exatamente o contrário. Desculpa-os a falta de experiência (estão no primeiro ano) mas revela que há algo de profundamente errado na educação de quem acede ao nosso sistema de ensino superior.
Em suma, pode dizer-se que estiveram bem um para os outros.

Completamente alheio a esta palhaçada de diletantes, o tribunal da relação absolveu o pato-bravo de Braga pelo crime de tentativa de corrupção de José Sá Fernandes. Razão: o vereador, como tal, não teria poder para prestar o favorzinho solicitado.
Como diz o próprio, mais valia ter aceite os 250 000 euros.

Agora adivinhem com qual dos dois abusos de direitos constitucionais se choca mais a minha alminha hipersensível.