sábado, fevereiro 28, 2009

Série "A imprensa que merecemos" 3

Depois do "país-continente do sul asiático", de um dos Coelhos do DN, e da amigável "vizinhança" entre o Quénia e a Nigéria por outro, eis que um articulista do DN Gente resolve dois milénios de mau-feitio com a criação impromptu de um "Estado-nação" italiano. A "independência" de povo tão egrégio até tem direito a data e tudo, ficando o autor (?) por nos elucidar a quem terá sido, decerto que heroicamente, arrancada.

No contexto, Marcos Cruz começa por explicar que a Itália é "um país de contrastes" e a sua história "não cabe em palavras", demonstrando grande fôlego jornalístico ao conseguir, ainda assim, revelar à plebe que aquele é um país com uma "gastronomia de eleição" por causa das pizzas, e onde os machos são latinos e as mulheres fatais. Ah!, e é de lá que vem a Mafia.


Sr.s redatores, pensem no planeta. Valerá mesmo a pena gastar assim papel e eletrões?

A crise não chega só aos tribunais portugueses

Ninguém entra no edifício Berlaymont sem ter credencial ou se não tiver um encontro marcado com alguém da Comissão Europeia. Ninguém ou quase ninguém, porque recentemente o multibanco existente no gigantesco prédio localizado em Bruxelas foi assaltado e está por descobrir a autoria do crime.

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Ruinair*



Eu pensava que era só nas aventuras do Tio Patinhas ou em cartunes da Warner Bros. mas afinal os aeroplanos colados a fita-cola existem mesmo. É tudo uma questão de preço.

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* Título roubado ao livro homónimo de Paul Kilduff

Pachachas

Nessa estória texana, estou do lado dos polícias. Houve uma queixa de cidadãos supostamente imputáveis e uma lei suficientemente idiota que a justifica. Se a segunda é fácil de mudar, a morbidez dos queixosos requer um estudo mais aprofundado das nossas sensibilidades culturais.
A PSP apenas cumpriu o seu dever.

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Paraglotas

O grego, o árabe e o aramaico são assim uma espécie de castelhano do qual não se percebe rigorosamente nada.

Um tipo retira-se por uma semana para os eflúvios da alma mater e quando volta ao século XXI é isto

Ministério Público proíbe sátira ao Magalhães no Carnaval de Torres Vedras

PSP apreende livros por considerar pornográfica capa com quadro de Courbet

Casamento homossexual e a crise

Se o casamento entre homossexuais é mais irrelevante que a crise e mais fracturante que a crise, não seria melhor aprová-lo de uma vez por todas para nos concentrarmos naquilo que é importante e consensual, a crise?

Por mais que tente enrolar a língua, esta frase continua sem fazer sentido algum

Los perros de aguas portugueses, originarios de la Península Ibérica, apenas sueltan pelo (...)


No el paisano, via Blasfémias.

terça-feira, fevereiro 24, 2009

domingo, fevereiro 22, 2009

Como resposta à crise

O que não podemos é baixar os braços.

Devemos mantê-los sempre erguidos, paralelos ao chão e perpendiculares à nossa linha de visão enquanto olhamos em frente, com determinação, o futuro brilhante que nos aguarda.

Ao passarmos por portas, ou em corredores apertados, devemos mover os braços, sem os baixar, por forma a que se mantenham paralelos ao chão e também paralelos à nossa linha de visão, quando olhamos em frente, com determinação, o futuro brilhante que nos aguarda.

Podemos também manter os braços erguidos, perpendiculares ao chão, no caso de nos deslocarmos em casas com o pé direito suficientemente alto.

Comprar a corda

Comprámos a corda com que nos estão a enforcar.

Mas, ao menos, comprámos baratinho.

Convergências

Hillary Clinton visita a China e agradece ao governo Chinês a compra continuada dos títulos do tesouro dos EEUU.

O primeiro-ministro Chinês fala dos direitos humanos e da convergência gradual que irá surgir no entendimento dos dois países sobre o assunto.

É fácil de perceber qual será o sentido da convergência.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Perfil de um alegado incendiário

Brendan Sokaluk (Darwin Churchill*, Austrália)

-39 anos;
-ex-bombeiro voluntário;
-rotura recente com ex-namorada também bombeira voluntária;
-coleccionador de pornografia infantil.

Recai nele a suspeita de responsabilidade por 21 mortes, vítimas dos fogos florestais.
Suspeito eu que o julgamento não irá chegar ao fim.


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* Toma lá para não te armares em esperto.

domingo, fevereiro 15, 2009

Pensavam que era tudo birra de um velho baboso?

Não há ditadura sem ditador, nem ditador sem nomenclatura.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

200 anos depois do nascimento de Charles Darwin

copyright 2009, Sydney Harris.
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ADENDA: e hoje há festa no Frágil...

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

1900 eu-ricos

Em Portugal, quase 80% dos inquiridos afirmaria pertencer à mítica classe média (e até aposto que o PM também).

No Reino Unido, quase 80% dos súbditos se diz com origem na working class.
E, no entanto, a estas finanças não parece faltar receita.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

There but for the grace of God, go I



Ou por alguns meses.

Série "A imprensa que merecemos" 2

Os incêndios que começaram no fim-de-semana são já os piores da história daquele país-continente [Australia] no Sul asiático (...)


Mais um Coelho, mais uma viagem.
Tratar-se-a' de ignorancia geografica ou gramatical? Ficaremos para sempre na duvida.

No DN, claro.


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PC based post: sem caracteres compostos...

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Três anos aqui


Aos nossos dezassete leitores, um grande bem-haja.
Ao Luís (na foto, primeiro a contar da esquerda) e ao Aardvark (terceiro, na mesma ordem), keep up with the good work.

O vosso dedicado bloguemestre,
DP

domingo, fevereiro 08, 2009

I know how you feel...

Miguel Vale de Almeida sobre o fim da Universidade. Aqui.

Olha!

Já estamos lincados no governo-sombra!

Por uma questão de coerência, eu devia deixar de escrever neste blogue.

Ainda bem que sou diletante.

Mas, coisa incrível, nós ainda não lincamos o governo sombra.

Dorean! Linque lá o governo-sombra. Por gentileza!

Coisas feias mas úteis

O proteccionismo é feio.

Mas nesta altura de crise é a forma correcta de induzir as duas condições que vão permitir a recuperação:

1. Redução da procura e aumento da oferta nos países desenvolvidos
2. Redução da oferta e aumento da procura nos países emergentes

Não estamos em altura para dogmatismos.

Nem competência nem decisão

Já escrevi no passado, neste blogue, que é fundamental manter e criar centros de decisão em Portugal porque estes centros de decisão necessitam sempre de centros de competência.

Relembro que os centros de competência são criados em locais que reunam pelo menos uma de três condições: estarem pertos dos mercados liderantes, estarem perto dos centros de decisão, estarem perto de centros de criação de competência abundante e barata.

Portugal, só criará centros de competência se mantiver centros de decisão dado que não é um mercado líder (a Europa é) nem cria competências abundantes.

Infelizmente, com a crise actual, verificam-se duas tendências.

O aumento do endividamento do estado e da economia, resposta à crise actual, vai provocar uma fuga dos centros de decisão e dos respectivos centros de competência associados.

A recessão na Europa e US vai colocar os mercados Asiáticos como os mercados líderes no consumo de muitos produtos. Centros de competência colocados até agora na Europa e US vão ser relocados para a Ásia. A seguir vão os centros de decisão, impedidos de decidir pela falta de um centro de competências próximo.

E o pior é que há centros de decisão, públicos e privados, que parece não perceberem isto.

Monstros

João Duque, professor no ISEG, queixou-se há algumas semanas, no seu artigo do Expresso, dos Duques, Marqueses e Condes modernos, os gestores.
Comparou os seus privilégios aos privilégios dos senhores feudais, sem a correspondente contrapartida em deveres públicos ("defesa do reino", "povoamento", etc.).
Pois é!
As escolas de "Ciências Económicas" andam há 30 anos a criar Monstros. Agora já há quem se queixe. A Criatura escapou ao controle do Dr. Frankenstein, Mr. Hyde sobrepôs-se ao Dr. Jekyll.
E o pior é que, fora Medicina, estas escolas continuam a atrair os melhores alunos que saem dos liceus.
No fim das suas licenciaturas estão ignorantes, inúteis, bem relacionados e preparados para tomar (e criar) todos os lugares de comando nas empresas.
Assim, agora, se numa empresa faltam técnicos, colocam-se mais gestores para gerir os técnicos existentes.
Se um serviço técnico não cumpre os requisitos não é por falta de técnicos nem por os requisitos serem lunáticos e apenas possíveis como produto da mais negra ignorância. Devidamente espremidos, os técnicos farão todas as imbecilidades pedidas que, depois, não darão dinheiro, porque a origem do problema está em quem pede.
Como o problema está em que pede e quem pede tem poder, quem pede não pode ser mudado. Quem pede tenta resolver o problema colocando mais uma camada de gestores, claro.
O problema persiste, ou agrava-se. Coloca-se mais uma camada. E assim por diante.
Toda a gente sabe que, se se quer remar mais depresa, o que é preciso não são remos e um rumo bem definido. O que é preciso é mais peso no barco e mais megafones.
João Duque bem se pode queixar. Mas ele está bem colocado para ajudar a mudar este estado de coisas.

Ceci n'est pas une déesse

sábado, fevereiro 07, 2009

O homem deve estar doido!

Sócrates, ou está doido, ou é culpado!

Left handed

Eu só reparei nisto ontem ao ver o telejornal: Barack Obama pode muito bem ser o primeiro presidente CANHOTO dos Estados Unidos! Que consequências poderá isto trazer no panorama da política internacional? Porque é que nenhum comentador mencionou este facto até agora? Onde estavam os meus companheiros de blogue na hora de denunciar este caso? (eu tenho desculpa, sou um gajo distraído). Ele há coisas que escapam ao meu entendimento...

Presunção e água-benta

A ascensão meteórica do 5dias lembra-me a programação televisiva: as audiências vão ao zénite quando conteúdo bate na sarjeta.

Já quase só me meto em visitas por causa do António Figueira.

Realidade e Ficção

As narrativas gráficas sempre utilizaram os estereótipos como parte importante da linguagem. A ideia é que há características humanas que se reconhecem pela aparência física. Nos filmes e na BD os maus têm sempre narizes de papagaio com verrugas, ou são marrecos, ou têm lábios finos. Por sua vez os cientistas têm todos bigodes fartos e cabeleiras despenteadas à Einstein.
Claro que todos sabemos que na vida real as coisas não são assim, e que fazer corresponder características físicas com traços de carácter é apenas uma estratégia de economia narrativa. Isto permite-nos não julgar as pessoas pela aparência, o que reflecte (no mínimo) discernimento. E foi a existência desta faculdade humana nos cardeais da Igreja Católica que tornou possível a eleição do Imperador Palpatine, perdão, de Bento XVI.



Infelizmente, o que aprendi sobre narratologia está a ser posto em causa pelo seu prelado. Começo a ficar confuso...

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

O veto ao voto

Se há uma coisa que entendo bem é esta: aqueles que queriam impor o voto presencial são os mesmos que antes andaram a encerrar embaixadas e consulados.

A Igreja Anglicana contra-ataca

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Aqui, numa brincadeira

As outras não são brincadeira.

E estes, sem dúvida,os melhores

Toy Dolls - Dig that groove baby

Segunda resposta

Um clássico!

Esperemos que Obama não se junte a esta banda

Woland, esta é a minha primeira resposta aos Cramps

Não conhecia estes gajos

Carvalheiro e Woland. Tremei!

Three Days Grace - Riot

Ela merece

Should we talk about the weather?

Should we talk about the government?

REM, Radio Free Europe, 1981

Freedom?

The Way I Walk

Ícone: signo que reproduz os contornos do objecto. (...) Não diz nada sobre a existência do objecto, mas diz algo sobre a sua qualidade. Um quadro, uma fotografia, comunicam formas exteriores mas não implicam a existência real do objecto.
Charles Peirce

Os eufemismos não se adequam a pessoas como Erick Lee Purkhiser, mais conhecido por Lux Interior, o vocalista dos The Cramps, que morreu ontem de madrugada. Tinha 62 anos.
"Complicações cardíacas", dizia a rapariga da radio hoje de manhã. Um ATAQUE DO CORAÇÃO, portanto. Não, os eufemismos não condizem nada com este senhor.
Lux Interior era um dos maiores ÍCONES da cultura popular contemporânea. O que representava? Representava o ROCK & ROLL: a rebeldia, a espontaneidade, a selvajaria sublime. O ego mais o super-ego e o id, juntos numa orgia sobre uma cama de fakir. Elvis Presley, Charlie Feathers e Link Wray a 300km/hora numa auto-estrada no inferno.

Quando me perguntam qual o melhor concerto que vi na vida, respondo: "The Cramps, Campo Pequeno, 1998". Durante o último tema, Lux Interior já tinha rasgado toda a roupa e entornado sobre si mesmo uma garrafa de vinho. Perante a indiferença cool da esposa e guitarrista Poison Ivy, embalado pela parede sónica de distorção, o vocalista começou a cavar um buraco no palco de madeira com o tripé do microfone. As lascas saltavam. O público estava atónito e em transe. Quando as dimensões lhe pareceram adequadas, Lux saltou e desapareceu buraco dentro, como um Nosferatu que desnasce.

É difícil imaginá-lo a "descansar em paz"...

"Somebody told me you people are crazy, but I'm not so sure. You seem to be alright to me...", dizia Lux Interior aos pacientes, no início do concerto no Hospital Psiquiátrico de Napa, em 1978.

Um homem lúcido a menos sobre a terra.

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

O twitter de Zola

"Com o enorme êxito da sua obra Emile Zola (1840-1902) tinha ganho uma fortuna e, talvez em revanche às suas humildes origens, dava-se ares de nouveau-riche. Assim foi ele dos primeiros que, em Paris, mandou instalar em casa a maravilha recentemente inventada do telefone.

Certo do êxito, convidou Victor Hugo (1802-1885) para jantar, anunciando que seria demonstrado o aparelho. Como estava combinado, e pronto o champanhe, antes de servida a sobremesa o telefone retiniu. Zola foi atender, trocou meia dúzia de palavras, voltou à mesa radiante:

- Voilà! C’est le telephone!

O velho Hugo pôs cara de mau tempo e as palavras demoraram, mas saíram:

- Então essa é que é a grande maravilha moderna? Então um estranho toca uma campainha e você, como uma qualquer criada de servir, levanta-se e vai atender? Vai ver quem é? Você endoideceu?"


(no preclaro Tempo contado)

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Os baixos salários e a produtividade



Na The Economist, 2 de Fevereiro.

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Atenção às diferenças em regalias da sintomatologia atípica

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

This Time Tomorrow

Ainda não se sabe se os Kinks vão mesmo voltar à estrada ou não, e se essa estrada passa por Portugal. A última vez que cá estiveram eu era puto mas lembro-me dos cartazes em Lisboa: a union jack com o nome "The Kinks" e, por baixo, a frase "a maior banda de rock do mundo". Impressionou-me. Tanto que fui ouvi-los e concluí que a frase era um bocadinho exagerada... Mas não desgostei. E ficaram para mim como uma espécie de actor secundário da história da música popular. Uma espécie de Walter Brennan do pop rock, discretos mas indispensáveis.
Como o coro das tragédias gregas, são a voz da consciência, os representantes omniscientes dos deuses que pontuam a acção, e sobre quem muitas vezes a desgraça cai, nas narrativas modernas, para poupar a "vedeta".
Philippe Garrel escolheu-os para banda sonora de uma cena do seu "Les Amants Reguliers" (um filme cheio de actores secundários).
Espero que venham, o Ray Davies e os outros, agora que já tenho idade para perceber que nenhuma história pode contar-se só com John Waynes e Humphrey Bogarts.

Série "A imprensa que merecemos"

"Acidentes deste género são comuns na vizinha Nigéria mas eram até agora a excepção no Quénia."


Engolidos pelo buraco negro da pena de Abel Coelho de Morais, cerca de 3800 km em linha recta incluindo o Uganda, a RD Congo, o Congo-Brazzaville, a República Centro-Africana e os Camarões.

No DN, claro.

domingo, fevereiro 01, 2009

In memoriam


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Noite e dia, 1901
Carlos de Bragança (1889-1908)
aguarela sobre papel