sexta-feira, julho 30, 2010

Estou cá também estou ilibado

Nunca na vida pus os pés no Freeport ou Ikea*.

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Quando cheguei a Portugal depois da inauguração da primeira moviflor sueca, fartava-me de ouvir na rua "i-quê-á" para aqui, "i-quê-á" para ali e, durante algum tempo, andei convencidíssimo que tinham criado um qualquer novo instituto da qualidade alimentar ou automóvel, sem dúvida alguma, absolutamente essencial à vida dos portugueses.

quinta-feira, julho 29, 2010

Empresa farmacêutica portuguesa financia o ocultismo



Parapsicologia? PARAPSICOLOGIA?? Numa altura em que há cortes orçamentais em todos os setores considerados não-essenciais e a investigação científica se ressente, há uma empresa privada que se dá ao luxo de credibilizar e financiar os "prof.s" herreros e karambas? Estarão a gozar com os pobres? Ou não passará de gralha?

Que não lhe fica nada bem, não fica, mas a Bial, lá está a maravilha do mercado, pode ir à bruxa as vezes que quiser. Todavia, o regulamento foi aprovado pelo, digamos assim, regulador, a Fundação para a Ciência e Tecnologia! E isso já mexe com todos nós.

Que estará por detrás desta parvoíce?

quarta-feira, julho 28, 2010

Voltaremos depois dos nossos compromissos comerciais

Perguntas politicamente incorretas

Quando um estrábico fala com outro, também ficará na dúvida com que olho o interlocutor o vê?

terça-feira, julho 27, 2010

Dois em um

Estes dinamarqueses são mesmo totós. Já não basta pagarem sem reclamar os impostos mais altos do mundo (e.g., 70% de IVA nos popós) ainda engolem todo o tipo de parvoíces new age que lhes aparece à frente.

Olhem-me só para este delírio: bicicletas públicas com satnav recarregado a energia solar... Em Copenhaga, meu deus!

Não haverá por lá um Patrick de Barros para lhes explicar que eles não têm horas de sol que sustentem estas fantasias?

segunda-feira, julho 26, 2010

A internacional mirandesa

CIDADÃO CONSUMIDOR



(toda uma reeducação, aqui)

Spínola-Saramago, xis.

Trinta e seis anos depois, continuam a querer dividir-nos. Presumem-se donos das ruas e, numa variação abrilesca à praga do futebol, servem-se dos seus nomes para marcar território e exaltar irmãos de tribo.

Não há pachorra. As ruas não são de matilhas do norte, do sul, da esquerda soviética ou da direita macaca, são nossas, e a toponímia serve para recordar-nos tanto da intensidade como da variedade dos nossos sucessos (ou derrotas).

A única censura que se justifica a nomes só mesmo em benefício da sensibilidade do público quando, por exemplo, penso naqueles que me ocorre chamar a esse tipo de donos e respetivas mãezinhas.

quarta-feira, julho 21, 2010

Uma constituição sul-americana


Até melhor explicação ou informação, são estas as extraordinárias visões de revisão constitucional propostas pelo PPC/PSD:
-aumentar os poderes do Presidente da República;
-aumentar os mandatos do Presidente e da Assembleia;
-fim do Serviço Nacional de Saúde;
-fim da Escola Pública;
-liberalização dos despedimentos através da substituição da “justa causa” por “razão atendível”.

Dizem que, apesar da generosidade da última - porque, com certeza, terá em mente o fim dos contratados a "recibo verde" - estas são propostas vincadamente liberais, isto é, de direita.

Não sou grande estudioso de ciências pouco exatas por isso não tenho aqui à mão argumento fulminante do seu oposto ou confirmação. Mas uma coisa é fácil de perceber: estamos diante de uma deriva para o caudilhismo de quem manda e o salve-se quem puder para quem é mandado.

De modo que, qualquer que seja o lado ideológico de que esta propaganda se reclama, a bizarria vem certamente inspirada no modelo de sociedade daquelas repúblicas de bananas nascidas na viragem para o século vinte de má memória e que, no seu continente de origem ou lá para os lados do Cáucaso, para citar apenas dois casos exemplares, ainda persistem.

ADENDA: a bandeira acima foi tirada daqui e qualquer semelhança com esta é uma feliz coincidência.

quarta-feira, julho 14, 2010

off-shore cá dentro

Como é sabido, todos os países da União, independentemente da saúde da sua economia, fazem agora vários esforços para inverter as tendências de défice, quebra de PIB e crescimento da dívida. Nesses planos de contenção e recuperação das finanças públicas, o mais óbvio seria obrigar quem ajudou a criar esta crise a também carregar com o ónus da sua saída.

Através de impostos especiais sobre a atividade bancária, é isso mesmo que vai ser posto em prática na Áustria (extra €500M pa), na Alemanha, na França e na Hungria (cobrados a 3 anos). Também o mesmo se passará no Reino Unido (extra £2000M anuais, previstos), ainda mais ajudados pelo aumento para 28% do imposto sobre ganhos de capital. A Itália, mais tímida, limita-se a criar um novo imposto sobre bónus e opções de compra de ações.

E em Portugal? Em Portugal parece que irá haver um aumento do imposto sobre rendimento singular, em particular com novo escalão a 45% para quem ganha €150 000 pa (deve ser porque somos muitos e, ainda para mais, quem mais dificilmente escapa à inspeção)...
Já a banca, esse setor económico tão carente de subsídios e em risco de deslocalização, permanece ainda e sempre a salvo no paraíso fiscal português.

domingo, julho 11, 2010

A curiosa realidade alternativa do capitalismo português

Quando a PT foi privatizada, os investidores não se preocuparam com a golden share.

Quando o Estado manteve a empresa em monopólio, não houve santíssima liberdade de "mercado" que comovesse os acionistas privados.

Daí que, quando a golden share impede que "os fundos" milionários vão parar a investidores constituídos em 70% por bancos e empresas estrangeiras, há comentários do Sr.Berardo que só nessa realidade alternativa podem fazer todo o sentido.

sexta-feira, julho 09, 2010

Assim se vê a palhaçada que é este país

"não percebo como é que um gajo destes ainda é chamado para a selecção nacional... assim se vê a palhaçada que é este país."


Tirado da caixa de comentários de uma notícia no DN fazendo referência à possível presença do jogador Miguel numa festa de praia (não merece linque).

quarta-feira, julho 07, 2010

Eles roubam tudo e não deixam nada

Amanhã voltaremos a ouvir os alemães, sabe-se lá porquê, a cantar os parabéns ao imperador dos outros.
Aqui fica uma variação do "Pai da Harmonia" ao seu próprio segundo andamento, com a letra original aposta à partitura (1797). É a versão cá de casa, pois claro.

terça-feira, julho 06, 2010

Ó meuzzze amigozzzeze

O abominável comentador das neves estava bem era na Indonésia.

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via Esquerda republicana

Negócio da China, perdão, da Espanha

Se a Telesp só tem valor quando ligada à Vivo então que se troque os 50% da Vivo por 50% da Telesp+Vivo...

domingo, julho 04, 2010

Expatriados

Gente de todas as nacionalidades e profissões, têm duas coisas em comum: não pretendem integrar-se na sociedade em que vivem; e passam os sábados à tarde a queixarem-se uns aos outros sobre inferno que foi a sua manhã no Ikea.

sábado, julho 03, 2010

28ºC, heute am frühen Morgen

Não sabem a admiração que tenho pelas ciclistas de minissaia, pedalando a caminho do trabalho ou da universidade, joelhos alinhados no meio do calor matinal.
Estoicismo é nunca sacrificar a estética de todo o dia pelo conforto de duas viagens.

quinta-feira, julho 01, 2010

Two lovers



Um círculo desencontrado de quatro amantes, e não as duas/dois do título, cada um vendo no seguinte aquilo que o anterior vê nele: uma invenção pessoal de amor como escape voluntário e desesperado de si próprio.
No fim, parece que acaba bem. Mas aí a ilusão é nossa.

Depois de Closer e Revolutionary road, só agora vi o terceiro murro no estômago da década. Admito, mais suave que, por exemplo, o filme de Sam Mendes; mas nem por isso fez menos estragos.

Para neo-coninhas, ingénuos de pára-quedas e maluquinhos do liberalismo em geral

Do FT:

The irony of Portugal’s use of a golden share will not have escaped Telefónica and Madrid. Only five years ago, the Spanish telecoms group was protected by a golden share itself. But under heavy pressure from the European Commission, the Spanish government agreed to give it up as well as similar protection for three other groups.
(...)
Many of Europe’s largest companies have had golden shares at one time or another, from Volkswagen and Iberia to KPN and BAA.
(...)
One of the most famous recent golden share cases was with VW, the German carmaker protected by its own law. That law gave the local government of Lower Saxony a veto over big management decisions and the right to two board seats because of its 20 per cent shareholding. It gave the same rights to the federal government, even though Berlin did not exercise that power in recent years.
It was struck down by the ECJ three years ago but the German government then resurrected certain provisions to ensure that Lower Saxony and trade unions were protected and the new law has so far escaped renewed censure.


E acrescento eu que o articulista se esqueceu de mencionar a fatia de leão detida pelo estado francês sobre a EDF/GDF/Suez/etc ou, para voltar ao hemisfério sul, a posse indefectível pelo governo brasileiro da quarta maior empresa de energia do mundo, a Petrobras.
Mas isso são detalhes, não é? Só nós é que somos atrasadinhos e não compreendemos o enorme benefício nacional de deixar acionistas como os pobretanas do BES a pensar apenas com a carteira.