quinta-feira, maio 27, 2010

A dívida privada



Lindo, não é? Está mesmo ali no meio para quem tem olhos de ver.
Metade da dívida externa portuguesa é da responsabilidade do consumo (incluo aqui a propriedade).
Naturalmente, isto não vai lá com cortes de aeroportos ou tgvs. É toda uma cultura que tem de mudar.

Mas, perante isto, fazem-se duas perguntinhas: Não é a banca comercial o sector económico que, consistentemente, mais lucros apresenta no final do ano fiscal? E qual é mesmo o peso da sua contribuição direta para o PIB?

(gráfico roubado daqui)

Viva melhor, pergunte-me como





Viena, [de novo] a melhor cidade do mundo para viver e trabalhar.


(também gostei de ver Lisboa em 45º lugar, à frente de Madrid e Nova Iorque, mas 'prontos')

segunda-feira, maio 24, 2010

Entre canecas de helles



Segundo me confidenciou no domingo à noite H., um dos responsáveis pela banda sonora deste anúncio, os seis segundos e picos de Ronaldo com o Homer custaram tanto à produção quanto todo o restante. Só não me disse o que este "quanto" era.

quinta-feira, maio 20, 2010

Drugs

The Dirtbombs

quarta-feira, maio 19, 2010

Aqui d'El-Guei

Se bem que o cu nada tenha a ver com as calças, seis dos sete países onde já existe casamento entre homossexuais são monarquias.

terça-feira, maio 18, 2010

Ian Curtis

Suicidou-se há 30 anos.



Há um momento em que despertamos para as coisas. Ou em que as coisas nos despertam a nós. O mundo torna-se então muito mais amplo e misterioso. A música dos Joy Division foi uma das primeiras a abrir-me os olhos e os ouvidos. "Unknown Pleasures". E sinto que ainda não decifrei o enigma.
Vi há uns meses o documentário de Grant Gee (muito bom). Começa com esta citação:

«To be modern is to find ourselves in an environment that promises us adventure, power, joy, growth, transformation of ourselves and the world - and at the same time that threatens to destroy everything we have, everything we know, everything we are.»
- Marshall Berman

tirada daqui


R.I.P Ian Curtis.

Giacinto Scelsi




«A whole chapter of recent musical history must be rewritten: the second half of this century is now unthinkable without Scelsi ... He has inaugurated a completely new way of making music, hitherto unknown in the West. In the early fifties, there were few alternatives to serialism's strait jacket that did not lead back to the past. Then, toward 1960–61, came the shock of the discovery of Ligeti's Apparitions and Atmosphères. There were few people at the time who knew that Friedrich Cerha, in his orchestral cycle Spiegel, had already reached rather similar results, and nobody knew that there was a composer who had followed the same path even years before, and in a far more radical way: Giacinto Scelsi himself.»
- Harry Halbreich

Esta não conheciam vocês

segunda-feira, maio 17, 2010

Não te conheço de lado nenhum

Estive a ver o nosso primeiro ministro na televisão. Falava num encontro com empresários em Madrid. Para definir o que senti ao ouvi-lo falar só me ocorreu uma expressão espanhola: verguenza ajena.

Turn off

Silicone, raspadinha, botox de qualquer espécie, unhacas de gel, piercings em fissuras e zonas mucosas (vá lá, no nariz passa desde que não tenha de o assoar), tatuagens fora de membros (e.g., slag tag), oxigenação folicular, bronze de incubação, sobrancelha de travesti, e, last but not least, o belo do muffin top.

Subsídios para a construção de uma sociedade mais livre, justa e bela

O puritanismo na atitude de uns empregadores é tão assustador quanto a ditadura do silicone-e-raspadinha dos outros.

domingo, maio 16, 2010

Redundância malandra

Com 20% de desemprego em Espanha, há certos liberais que se lá vivessem apenas sobreviveriam à custa do estado.

Líderes fracos

O desrespeito por quem nos serve é a forma mais baixa de cobardia.

sábado, maio 15, 2010

A Bruna Paralítica



ao minuto 1 mais 30 segundos

sexta-feira, maio 14, 2010

As feridas dos outros



O Conselho Geral do Poder Judicial e do Tribunal Supremo de Espanha decidiu suspender Baltazar Garzón das suas funções de juiz da Audiência Nacional. O juiz Varela fez horas extraordinárias para que esta decisão fosse tomada o mais depressa possível, evitando assim a ida de Garzón para o Tribunal Internacional de Haia.

A ideia, pelo que se depreende, não era que Garzón deixasse de exercer em Espanha, a ideia é que ele deixe de exercer por completo. Não se trata aqui de justiça mas sim de revanchismo. Esta decisão só vem tornar as coisas mais claras.

Garzón pode com a ETA, com os GAL e até com Pinochet. Mas ameaçar toda a direita espanhola através do caso Gurtel e querer julgar o genocídio franquista revelou-se tarefa demasiado hercúlea, até para este juiz com tomates de aço.

Mas a fúria legalista do Tribunal Supremo (que aceitou as queixas da Falange e de um pseudo-sindicado de extrema direita), serve para deixar à vista de todos que a verdade continua a ser incómoda para muita gente.

A direita espanhola acena ainda e sempre com o argumento de que há feridas que não se devem reabrir. Todos os que usam este argumento deveriam saber que há feridas que nunca chegaram a cicatrizar. Mas não faz mal, são as feridas dos outros.



terça-feira, maio 11, 2010

Eles estão de volta!



Depois de uma pausa para tomar balanço, a revista Pormenores está outra vez nas bancas. Parabéns pela perseverança e pelo bom trabalho!

PS: Quero uma casa de taipa!

É este ainda o nosso fado?

Futebol


Fátima


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Como bem diz o Ricardo Schiappa aqui

segunda-feira, maio 10, 2010

A má gestão compensa

(Via Vanity Fair, via The New York Times, via Daily Intel):

“Top executives at the country’s largest media companies continued to reel in multimillion-dollar pay packages in 2009, a year of widespread cost-cutting throughout the industry,”.

See if you can match the executive’s obscene salary to the terrible news about recent layoffs at his own company. The lucky champion will win ... a renewed disgust with this country’s fetishization of avarice!

1. CBS’s Les Moonves, $43 million
2. Viacom’s Philippe P. Dauman, $34 million
3. Comcast’s Brian L. Roberts, $25 million, and Stephen B. Burke, $31 million
4. Gannett’s Craig A. Dubow, $4.4 million
5. The New York Times’ Arthur Sulzberger Jr., $4.8 million
6. McClatchy’s Gary B. Pruitt, $2.6 million

A. “[Redacted] said most of the [300] jobs being eliminated are at the division and regional management levels and it will try to find other jobs for the people whose positions are being eliminated.”
B. “[Redacted] eliminated more than 10,000 jobs in 2007 and 2008, including about 2,000 layoffs last fall, and [redacted] executives have said repeatedly that they expect more downsizing, including layoffs.”
C. “[Redacted] just announced that it needs to cut 100 positions, or about 8 percent, from its newsroom by the end of the year.”
D. “[Redacted’s] news division will be hit with layoffs next week, perhaps as many as 100 people, roughly 7 percent of the 1,400 person staff.”
E. “[Redacted] said it will slash about 850 jobs—7 percent of its work force—and freeze some senior-level salaries.”
F. “[Redacted] has cut 4,150 jobs since June 2008.”

Solução:
1. D; 2. E; 3. A; 4. B; 5. C; 6. F

domingo, maio 09, 2010

Uma tragédia

Salários e contratos
O disparate: entre 2006 e 2010, os salários da função pública grega tiveram um aumento, em média, de 30%.

Os cortes que agora levam o "proletariado" à rua são os seguintes: congelamento destes aumentos e fim do 13º e 14º "mês" para os níveis de topo dos salários.

Isto é, quem ganha muito passa a ganhar menos e quem ganha pouco fica na mesma.

No setor privado, as empresas poderão, a partir de agora, despedir até 4% dos seus funcionários (antes, eram 2%)... Fascistas!!

Reforma
Em média, um grego enfia as alpercatas aos 61 anos de idade para gozar o salário mais alto que ganhou na vida. Depois de esbanjá-lo em retsina e subornos aos médicos, morre de enfarte aos 72.
É possível que a partir de agora a idade máxima de reforma passe a estar indexada, qual euribor, à esperança média de vida. Tendo em conta que será a média dos salários o que irá definir a mesada final, talvez com menos tilim para boa vida esta acabe por aumentar.

Fuga fiscal
Seriam 20 mil milhões de encaixe direto. Mas não faço ideia como irão mudar os costumes e a fiscalização num pardieiro onde até a construção ilegal, meu deus, consegue fugir aos impostos.

Mas o pior, o pior de tudo serão os aumentos de 10% no imposto sobre combustíveis, álcool e tabaco. E lá me vão lixar a idade de reforma outra vez, pá.

De facto, isto sim, são medidas de austeridade de levar um país à guerra civil.

sábado, maio 01, 2010

Cherchez la femme

Casa para viver ou viver para a casa?

Imaginei que tinha uma proposta de trabalho semelhante ao que tenho agora mas em Lisboa. Um senão em Portugal é o salário. No entanto, pensei "ganho menos mas a vida é mais barata".

Um bom critério para confirmar tal impressão seria assegurar-me de como variaria a minha despesa com uma questão incontornável, a habitação. Todos temos de viver debaixo de telha, não é?

Fui a uma agência imobiliária online e fiz uma busca para apartamento com a mesma área (m2) e em área equivalente da capital portuguesa (freguesia). Infelizmente, não encontrei nada na praça da Município e fui obrigado a ver como param as modas em Alvalade. Mas nem aqui havia alugueres.

Encontrando algo para venda, agarrei no valor do imóvel e, sem fazer comparações, introduzi-o no software de simulação de um banco português.

Duas horas depois já tinha recuperado do ataque de pânico.