quinta-feira, maio 29, 2008

De indy hot rock chick a modelo Chanel

Anda meio mundo blogosférico perdido pela moça retratada abaixo, música incluida.
A foto está de antologia: uma brincadeira que interrompe a nudez mas não a indiferença ao tabu.



Mas, ainda assim, o retrato não faz justiça à cantora. Fotogenia mesmo é isto,



levando a menina a passar na arena de Natalie Portman, Rachel Weisz e Norah Jones (My Blueberry Nights) e a acabar na Men's Vogue



Nas décadas de antanho, dizia-se que havia três maneiras de se garantir levar à certa miúdas assim: ser muito rico, ser fotógrafo, ou ser estrela de rock.

Esta indy esteve-se sempre nas tintas para o dinheiro dos outros, desarma qualquer câmera e ainda vem a ser ela um ídolo musical para muito maduro descontrolado.

Cat power? Sem dúvida absolutamente alguma.

Grandes carros, pequenos depósitos

"E o automóvel é um dos seus principais símbolos. Toda esta histeria à volta dos combustíveis tem essencialmente a ver com isso: a recusa de uma classe média que teve uma ascensão artificial, muito alavancada em endividamento e subsídios, em abdicar do carrinho."

(LR, no Blasfémias)

Há um ano atrás, uma senhora minha conhecida teve imensa dificuldade em contratar uma mulher-a-dias. A sua casa é... Grande e, durante bastante tempo, a única pessoa que concorreu ao lugar foi uma rapariga, imigrante bielo-russa ou polaca, não me lembro, que se fez deslocar para a entrevista num Land Rover. Não ficou pois achou que 'o serviço era muito'.

Fico com curiosidade de saber, pois, se a ex-futura empregada doméstica se terá visto livre do pópó entretanto ou simplesmente emigrado para outras paragens. Afinal, é isso que muito português faz, embora ninguém fale do assunto.

quarta-feira, maio 28, 2008

I'm a lover, not a fighter

O Esquerda Republicana vai buscar o Huffington Post para dar destaque ao depoimento de um veterano da guerra no Iraque.
Rolando por ali abaixo na edição online desta referência mundial da imprensa escrita, descobrem-se notícias não menos interessantes.
Por exemplo, a tenista Ashley Harkleroads, 23, de quem provavelmente nem o maradona ouviu falar, vai posar para a Playboy na edição americana de Agosto destoutra referência mundial da imprensa escrita.



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Foto tirada à porta do hotel em Nova Orleães, era ainda de manhã.
Um exclusivo do VoC para a imprensa escrita blogosférica de referência.

Palavras que eu odeio

Manuel Queiroz, cronista do DN, interessou-se hoje pelos "peitos protuberantes" da amante do ministro canadiano.

Deu uma vez por todas, não são "peitos", nem "seios", nem "colo", nem o raio-que-o-parta, são MAMAS.
E olhe que "protuberantes" também não os tornam mais "finos".

O Luxemburgo aboliu a monarquia

Correcção: o ministério dos negócios estrangeiros português logo há cinco anos atrás, não sei sob que chantagem maoista, reconheceu a existência de uma 'República Luxemburguesa'. E ainda hoje insiste com convicção e comunicados oficiais.

Que no MNE ninguém saiba qual é a capital da Mongólia, eu até compreendo. É uma pergunta de Trivial, não é para qualquer um.
Mas num país onde 20% população é portuguesa?

Esperam-se os desenvolvimentos do costume, nomeadamente na tradução dos domínios de email.

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Do Notas verbais, via Corta-fitas.

O Nepal aboliu a monarquia

Correcção: o parlamento do Nepal (há nove anos sem eleições), sob chantagem da guerrilha maoista, apoiada pela China, declarou o estado de 'república democrática'.

Um dos líderes, C.P. Gajurel, jurou à BBC:

"We are committed to multi-party democracy, peaceful competition in the election," he said. But, he added, "definitely we will not go for the previous so-called parliament". The Maoists, Mr Gajurel said, wanted a new kind of parliament where "oppressed classes can compete".

Esperam-se os desemvolvimentos do costume.

segunda-feira, maio 26, 2008

Alfredo Saramago, 1938-2008

Tinha gozo em investigar aquilo que lhe dava gozo. Quantos se podem gabar do mesmo?

Adeus, compadre. Com alguma sorte, ainda havemos de nos encontrar para uma patuscada sei lá onde. Mas o vinho trás-lo tu.

domingo, maio 25, 2008

O futuro de Obama

Se Obama for eleito, há que esperar o pior. E o pior é ele ser assassinado e substituído pela Vice-Presidente Clinton (ou algo parecido). Será uma oportunidade perdida.
Ele há uma América ultramontana que não quererá aceitar nem Obama, a pessoa, nem Obama, o político.

sábado, maio 24, 2008

As reformas

Sobre a Segurança Social e as reformas existe em Portugal um factor de desequilíbrio e injustiça de que ninguém fala.
Refiro-me a todas aquelas pessoas que, recebendo uma pensão ou reforma, continuam a trabalhar activamente.
Não me refiro aos beneficiários das pensões de miséria de que o PCP tanto fala. Refiro-me aos outros, à classe média e alta.
É louvável e importante que essas pessoas se mantenham activas. Mas é extremamente injusto que essas pessoas putativamente tirem trabalho a um jovem desempregado, ao mesmo tempo que beneficiam dos descontos dos jovens trabalhadores.
Se há situação em que o contrato social entre gerações não é respeitado, ela é esta.
Porque é que essas pessoas beneficiam de uma reforma se continuam activas no mercado de trabalho?
Porque é que se fala das acumulações nos cargos políticos mas não se fala destas situações? (O que interessa é se o ex-Presidente Eanes tem direito a duas reformas)
Porque é que essas pessoas não são obrigadas a escolher entre a sua (boa) reforma e o seu rendimento de trabalho?
(Já agora, porque é que os gestores, quando recebem compensações milionárias das empresas que geriram, não são obrigados a ficar fora da actividade durante cinco ou dez anos?)
Quanto é que a Segurança Social poupava se essas pessoas fossem obrigadas a escolher?
Quantos empregos se criavam?
Eu sei. Com a pirâmide de idades invertida, essas pessoas formam uma parte significativa dos eleitores.
Para além disso, são os nossos pais, tios, etc, que nos ajudam nas horas de dificuldade, para comprar casas, carros, etc.
Quando os temos. Quando não os temos, putz!, como dizem os Brasileiros.

A saúde

Existe em Portugal um mito relacionado com a Saúde que vale a pena tentar desmistificar.
É o mito de que o sector privado proporciona melhor tratamentos aos doentes e é uma alternativa ao SNS.
A verdade é que os sistemas privados funcionam melhor porque pouca gente tem beneficiado deles até agora.
Mas basta tentar usar alguns hospitais privados que abusaram nos contratos das seguradoras para constatar que, se o sector privado passar a tratar muita gente então fica tão caótico como o público.
Também por isso alguns novos hospitais privados limitaram enormemente os contratos firmados com as seguradoras. Para garantir a qualidade do serviço.
Entretanto, com ou sem o desmantelamento do SNS feito pelo Estado, a iniciativa privada encarrega-se de o fazer.
Vão abrir dezenas de hospitais e para preencher o quadro médico vai-se recrutar ao Estado. Os médicos que transitam para o privado já não o fazem em regime de acumulação massim em regime de exclusividade.
É de esperar que a qualidade do serviço no SNS diminua (Salvam-se os hospitais universitários mas estes são aqueles que têm a seu cargo as situações mais desesperadas).
É verdade que já boa parte dos Portugueses usufrui de seguros de saúde. Mas também é verdade que uma boa parte não usufrui. Por outro lado, os pacotes de seguros mais populares não cobrem as despesas em casos de doenças mais críticas, como muitos tipos de cancro.
O Estado fica assim com o encargo de cobrir as situações mais graves e financeiramente onerosas.
Fica assim posto em causa o acesso á saúde, universal e tendencialmente gratuito consagrado na Constituição da República.
A consequência a prazo será a diminuição da esperança média de vida, pelo menos entre as pessoas com menos posses.
Tudo isto, pelo mesmo preço.
É por isso que alguns bons países liberais por essa Europa afora não permitem e existência do sector privado na área da saúde.
Noutros países, de boa cepa Social Democrata, não existe SNS e o Estado assegura um seguro de saúde universal que permite a toda a gente o acesso à medicina privada.
Aparentemente, caminhamos para o pior dos mundos.

Com a devida vénia

"(...) Aqui chegada, e não me encontro disponível, o que me soa a desperdício ou, então, a grande ironia. Às vezes, sinto-me forte, capaz de enfrentar o mundo nesta minha nova condição de amputada; outras, em especial quando a noite cai demasiado depressa, cedo ao pânico, como se num elevador parado entre andares. Nessas alturas, enrosco-me como um feto e só quero agarrar-me à barriga das tuas pernas e pedir-te que seja ainda a semana passada, quando chegavas a casa calado e o pior que acontecia era o tédio correr-nos nas veias. Há momentos em que dava tudo para que os teus pés frios, que sempre me desagradaram, arrefecessem este medo que me tolhe."


Por Sofia Vieira, no Um amor atrevido.

Baixar o ISP, deixe-me rir, sr. FO

O sr. FO, presidente da Galp, apelou ao governo para que baixasse o ISP.
A ideia é a de que, se o ISP baixar, o preço da gasolina baixa.
Ele há quem nunca desista.
O preço de venda dos combustíveis é ditado pela oferta e pela procura, devendo por isso considerar-se que está adequado à situação do mercado.
A redução do ISP não concorre para a redução do preço de venda dos combustíveis. Mas concorre para o aumento das margens da Galp e para a redução da receita pública.
Foi isso que aconteceu com a descida do IVA ou com a descida do IA.
Será que não repararam?
Mas ainda há quem insista na vigarice.

A ASAE o quê?

A ira contra a ASAE é bem característica dos Portugueses.
As leis estúpidas que condicionam a sua actuação, são emanadas das directivas ridículas de ignaros burocratas em Bruxelas.
A multidão critica a ASAE por tentar fazer cumprir a lei, claro.
Cumprir a lei não é de Português. E a culpa de uma lei ridícula não é nunca de quem a fez mas de quem a tenta fazer cumprir. Porque não se espera que as leis sejam cumpridas.
Portugal é a Sicília, independente da Espanha.

A Trombeta de Patrick


Volta-e-meia lá vem o DN a "introduzir o debate" do nuclear. Desta feita por meio de editorial do director.
Estão lá os elementos todos da encomenda: como einsatz pertinente e populista, a subida do preço dos combustíveis e a ameaça que se avizinha crise ainda pior que o subprime (!). Passa-se à citação costumeira daqueles especialistas para quem a tecnologia é 'segura' e 'amiga do ambiente'. Depois, fica sempre bem dar exemplos de países desenvolvidos que voltam a apostar no nuclear (um dos quais ainda não conseguiu resolver o problema do lixo doméstico, quanto mais o radioactivo). Pelo meio, a inevitável referência à personagem de Patrick Monteiro de Barros.

Caro João Marcelino,
A energia nuclear serve para produzir electricidade, e não gasosa. Logo, e enquanto os carros se moverem à força de combustíveis fósseis, esses argumentos de medo não servem para introduzir coisíssima nenhuma.

Dando de barato que a operação de combustíveis nucleares é segura (?), as centrais de fissão são alvos preferenciais para o terrorismo e os custos de segurança seriam sempre elevadíssimos. Mais: os resíduos que produzem são mais nefastos ao ambiente que todas as toneladas de CO2 que quiser ir buscar. A radioactividade mata, sabia? Contamina tudo, ar, água e solo. É custosa de aterrar e virtualmente eterna.

Também lhe vale de pouco comparar-se com os grandes países: a competitividade da indústria portuguesa, lamentavelmente, é pouco sensível ao custo da energia. Mais ainda se nos lembrarmos que na China se planejam dezenas de centrais a carvão para alimentar a bolha.

Só mais uma coisinha: uma central de fissão nuclear não é viável economicamente. Por isso, todas as centrais do mundo são sustentadas pelos estados, como os que deu como exemplo. Acontece que o deles é rico, o nosso é pobre. Mas compreendo que, mesmo a esta escala, o bolo dos impostos ainda seja um alvo apetecível para empresários de algibeira como o benevolente Patrick Monteiro de Barros.

O Exemplo


Já estou farto desta macacada do cigarro do primeiro-ministro que faz do jogging aquilo que o João Paulo II fazia do beija-chão.
Lamento, caro PM, mas estou-me perfeitamente nas tintas se o senhor sabia, não sabia, se vai deixar de fumar ou vai morrer de metásteses neocorticais.
Deixe-se de pantominices e pague a multa, se for caso disso. É o único exemplo que o país precisa.

Teoria e prática

No mundo da teoria, nada funciona e toda a gente sabe porquê. No mundo prático, tudo funciona e ninguém sabe porquê.
Por vezes, a prática e a teoria convergem numa situação em que nada funciona e ninguém sabe porquê.
Da mesma forma convergem, no espaço da Direita, o liberalismo e o conservadorismo. A procura de liberdade e segurança convergem para uma situação em que acaba por não haver nem liberdade nem segurança.
O liberalismo, ao destruir o Estado, substitui as relações de cidadania por relações de homenagem e dependência de tipo feudal que rapidamente destroem a Liberdade, proporcionando segurança apenas a quem é rico.
O conservadorismo valoriza a segurança sacrificando a Liberdade e acaba por criar um sistema repressivo que acaba por não proporcionar segurança a ninguém.
O liberalismo conservador é um meio termo que não resolve nada nem aponta solução nenhuma.
Apenas a intervenção do Estado na economia lhe poderá garantir o poder necessário para regular os mercados e consequentemente preservar os direitos de cidadania.
Regulação económica e liberdade política são a alternativa à regulação política com liberdade económica.
No espaço da Direita isso talvez se chame de Democracia Cristã.

O candidato dos Direitalhaços

Pedro Passos Coelho é sem dúvida o candidato dos Direitalhaços.
As propostas de privatização da Caixa e de redução do peso do Estado, feitas nesta altura do campeonato, só podem ser originadas num fanatismo ideológico cego, surdo e mudo ou numa grande vontade de arranjar negócios com o dinheiro dos impostos do Tuga: a compra de um Banco lucrativo cuja alienação não se consegue justificar, a privatização da Saúde e da Educação, etc.
Por isso ele aí está, político profissional, bem financiado, à procura dos votos dos liberais do PSD.

A festa de Maio de 68

O Maio de 68 em Paris foi, acima de tudo, uma festa. Por isso dizem que o Maio de 68 nunca poderia ter sido em Inglaterra.
Percebe-se porquê. As festas inglesas são péssimas: ao fim de uma hora já está tudo bêbedo e a molestar os convidados do sexo oposto (na melhor das hipóteses). As bebidas são más (safa-se a cerveja) e às onze horas ou se está na cama, sozinho ou acompanhado, ou sai-se numa caçada ao Pakhi (de preferência a ir-se sozinho para a cama ou com um parceiro do mesmo sexo).
As festas francesas são óptimas, toda a gente é convidada, as bebidas são excelentes e abundantes (a começar pelo vinho) e pratica-se o sexo na própria festa, aproveitando-se para se marcar uma internacionalização alter-mundialista, com a tahitiana ou o marroquino mais próximos.
Por isso, o Maio de 68 só poderia ter acontecido em França.

quinta-feira, maio 22, 2008

Dave Douglas

Nenhuma efeméride, nada de especial. Nem sei se terá algum disco novo, mas o Dave Douglas é um músico impressionante. Aqui está ele (porque este blogue estava a precisar de um bocadinho de Bop :-)

quarta-feira, maio 21, 2008

Só eu sei porque não fico em casa

O Diário Digital exulta, nacionalista: apenas 17% dos portugueses trocaria uma noite de sexo por um jogo de futebol, contra 72% de maluquinhos da bola espanhóis. Eis algo para fazer pensar as direcções artísticas dos média nacionais, sem dúvida.

Por outro lado, 72 por cento é muita espanhola a sofrer, homens de deus.
Pois é.

E na volta ainda se pode aproveitar para encher o depósito.

Thabo Mbeki

Quando o sr. Mugabe atrasou a divulgação da sua derrota eleitoral em mais de um mês, o presidente sul-africano disse ao mundo para ter paciência.
Quando os olímpicos enviaram um cargueiro de armas e munições para o ditador usar sobre a sua população desobediente, Thabo Mbeki disse que era sem querer.

Ao contrário do führer de Harare, Mbeki foi livremente eleito pelos seus compatriotas, caso raro no continente. Parece por isso estranho que este homem esteja claramente a proteger um ditador.

Mas a amizade entre os dois vem dos tempos da resistência ao apartheid. Mugabe tomou o poder à minoria branca nos anos oitenta e não tardou a expropriar terras aos herdeiros de Rhodes. A idéia de que em ambos os lados da fronteira se combateu a hegemonia branca poderá ter levado Mbeki, do então ainda clandestino ANC, a irmanar-se com Mugabe.
Contudo e contra esse argumento, nenhum resistente sul-africano de respeito, de Tutu a Mandela, se misturou no passado com aquele personagem.

Mbeki, apesar da legitimidade das urnas, é hoje conhecido pela sua incompetência e vê-se constantemente confrontado com suspeitas de corrupção e nepotismo. Um exemplo entre muitos, é o emaranhado de interesses à volta de Jackie Selebi, o comissário nacional de Polícia, num caso que envolve este antigo chefe da Interpol e o crime organizado. A lei é assim mostrada a um povo cansado de injustiças como não passando de letra-morta, e logo pelo próprio presidente.

Por causa de Mugabe, a estas acusações ao presidente sul-africano vem agora juntar-se outra. Os tumultos racistas em Alexandra e noutras townships são claramente o resultado directo de uma conduta irresponsável tanto na política interna como na externa.

Se, por um lado, o desleixo da presidência permitiu a pobreza crescer desmesuradamente, por outro, Mbeki criou as condições para que milhares de refugiados atravessassem a fronteira ao abençoar os desmandos de Mugabe,. Este influxo de estrangeiros foi o pretexto suficiente para as franjas mais miseráveis da sociedade imitarem o presidente e declararem-se elas próprias fora-da-lei.

Assim, a pilhagem, as violações e as mortes recentes de zimbabuenses, moçambicanos, nigerianos e malauitas na África do Sul podem ter muitos autores materiais anónimos mas a responsabilidade do caos que o permitiu é toda de um homem sem carácter nem capacidade para exercer o cargo para o qual foi eleito.

Deus escreve direito por linhas tortas, em boa verdade vos digo



The new logo features a bare-chested mermaid with her tail fin split in half -- actually, the original logo for the company. The previous green logo showed less of the mermaid.

A Christian group in San Diego called The Resistance is offended by the new logo saying that "looks like a naked woman with her legs spread like a prostitute" (sic) and wants consumers to boycott or complain to the Seattle-based coffee house.


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No St.Louis Business Journal e no Irish Independent mas por via do Quionga6

terça-feira, maio 20, 2008

Onde se constata, numa pequena e circunstancial consulta ao painel de audiências, que a pátria deste blogue é a Língua Portuguesa

O nosso leitor em Gaillard ou está de férias ou abandonou-nos.
Depois dos representantes das megapólis brasileiras (de São Paulo a Blumenau), mantém-se visivelmente fiéis a este pasquim, e pelo lado nacional, um compadre de Álvaro e outro de Campos.
Não estou a inventar, juro.

O ticket

Obama poderá estar convencido que vai ganhar as primárias mas estas mostraram-lhe que, se o eleitorado branco da classe baixa nem sempre lhe é favorável, desprezar o voto hispânico poderá ser-lhe fatal.
O objectivo, convém não esquecer, é a presidência. Ao candidato-preto, chamemos-lhe assim, interessa pois ganhar sem derrotar a candidata-branca.

Por isto, a decisão de Clinton de ir até ao fim sugere ser menos um acto de coragem política e mais uma antecipação concertada da verdadeira campanha que se aproxima. A indicá-lo, os ataques mútuos já diminuiram de intensidade e o alvo de ambas as candidaturas é agora McCain. Claro que há pressões internas também nesse sentido pois o partido quer, e bem, cerrar fileiras.
E não é difícil imaginar conversações de bastidor entre os dois proponentes e o que se discutirá nas mesmas. Isto é, ou muito me engano ou o ticket democrata está à vista.

quinta-feira, maio 15, 2008

A culpa do desacordo ortográfico é nossa, 2

A posta anterior, claro, não passa de uma opinião inútil, por mais acertada ou errada que seja. A língua é de quem a fala e escreve e eles falam e escrevem mais que nós.

Por isso, temos de ser sensatos. Poucas línguas no mundo sobreviverão no futuro: a economia, entre outras coisas, assim o dita.
Sem unidade com o Brasil, o Português de Portugal ou tornar-se-á uma curiosidade ibérica, assim como o Catalão ou o Galego (aliás, já é mais fácil encontrar pela Europa fora guias turísticos em catalão que em português), ou, dada a diferença de carácteres, dilui-se no Castelhano.

Já agora, o Galego, curiosamente, é aceite para discurso no Parlamento Europeu porque é considerado... "Português". Mas nem assim alguém se lembrou de estender o plesbicito electrónico aos 4 milhões de galegos que moram aqui ao lado, pois não?

A culpa do desacordo ortográfico é nossa

Em 1911, os proto-fascistas da república mudaram a norma ortográfica sem consultar a vasta maioria dos utilizadores da língua. Mesmo os seus compatriotas não tiveram direito a petições na net ou coisa parecida. Os senhores que mandavam decidiam que se passava a escrever segundo a fonética e não a origem da palavra. Revolucionários e cheios de boas intenções, julgavam simplificar (?) a escrita e facilitar a alfabetização da plebe ignara. Os resultados ficaram à vista: nem a malta aprendeu a ler (72% de analfabetismo ainda em 1920) nem a língua voltou a ser a mesma em lado algum.

O primeiro demonstrou a pouca importância que a "simplicidade" da escrita tinha na sua instrução. O segundo, a leviandade dos autores da reforma. A nenhum curador de uma língua culta e universal havia ocorrido semelhante estupidez. Pelo formalismo, sobranceiro para com outros falantes, e pelo método escolhido, permitindo reproduzir as variadíssimas vocalizações do falar lusófono, a atitude extinguia, irreversivelmente, a unidade da língua e condenava-nos a todos a cem anos de tentativas de acordo ortográfico (*), coisa única no mundo.

É este o erro que alguns tentam agora apagar.
Por isto, quando alguém defende uma grafia baseada na etimologia, "científicamente correcta", não posso deixar de concordar. Afinal foi isso que o Brasil conservou em 1911, à revelia dos tontos de Lisboa. Se hoje em dia eles, brasileiros, se aperceberam da própria força e vêm defendendo a transcrição directa da fala à escrita mais não estarão que a concordar com a brilhante idéia dos republicanos d'antanho.

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(*) E foi isso mesmo que aconteceu. Com a indiferença própria aos gigantes, é muito provável que a Academia Brasileira de Letras só tenha dado pela mudança portuguesa uns 20 anos depois. A contrapor ao arrivismo português, a primeira tentativa de reaproximação da norma escrita até veio, pois, do outro lado do Atlântico, em 1931.

quarta-feira, maio 14, 2008

Rejected but loved


Contou-me que, quando crianças, tinham uma caixa de cartão no sotão onde ela e a irmã costumavam guardar aqueles bonecos ou bonecas com os quais já não brincavam. Convenciam-se que assim fariam companhia uns aos outros e talvez não sentissem falta das antigas donas.
Do lado de fora haviam escrito com marcador grosso: "R.B.L.", isto é, "Rejected But Loved". Assim, podiam esquecer-se sem maldade e passar, com entusiasmo, a brincar com o boneco novo.

É isto que algumas mulheres nos fazem em adultas: enfiam-nos na caixa R.B.L. que lá terão arranjado em tempos; nós, confundidos, insistimos. Sem perceber que aquelas visitas curtas ao sotão não passam, no fundo, de remorsos de pequenita.

segunda-feira, maio 12, 2008

Separados à nascença?



Hizbollah libanês / Guarda Revolucionária iraniana.

sexta-feira, maio 09, 2008

Indagandis et sedibus causas morborum


Chego e sou instalado numa espécie de aparthotel, construido nos anos 80, para artistas convidados. A renda é quase simbólica mas, como que para prevenir tentações meridionais de permanência, impõem-se regras e decoração espartanas.

A ménage das cuecas, por exemplo, faz-se por meio de marcação antecipada. No dia atribuído, recebo a chave (mais uma de uma série de cinco) e um rol de indicações. Mas a exiguidade do meu Hochdeutsch não é páreo para a dinâmica do sotaque local e, durante as minhas buscas pela sala das máquinas, acabo por me perder.

Salva-me a simpatia de uma nativa, a qual, ao ver-me aflito de trouxa e detergente nas mãos, se dispõe a conduzir-me escadas abaixo, por portas travessas, até à cave. Nesta, estende-se diante de mim um corredor ladeado por inúmeras portas de ferro. Olho para a etiqueta da chave e avanço, perscrutando pela correspondência.

Destranca, destranca, puxa alavanca. A sala, com 7 metros de pé-direito, é maior que o apartamento em todas as coordenadas. Sentam-se, lado a lado e insignificantes, a lavadora e a secadora, minguadas que estão pelo espaço vazio. Abandono-as à sua ruidosa tarefa e fecho a sólida porta atrás de mim. Nisto, deixo de ouvir um sussurro que seja.
Cá fora, consigo ver o sorriso da nativa, ao fundo do corredor, com a satisfação de dever cumprido. Isto permite desviar-me de um calafrio mas não consigo apagar a imagem surgida segundos antes na minha cabeça.
Não há dúvida que estes austríacos sempre foram obcecados pelo casario subterrâneo.

Levem lá a água, pués que a terra há-de ser nossa

Sempre desconfiei que o resultado à vista, mais do que uma ironia do destino, já era água levada no bico durante as negociações para o caudal do Alqueva.
Fintam-nos à distância, aqueles ciganos.

quinta-feira, maio 08, 2008

quarta-feira, maio 07, 2008

As casas de Luanda

O 25 de Abril tornou-se consensual. Alguma direita com mais uns dedos de testa sabe que o fim das revoluções, seja ele qual for, entrega-lhe a vitória. A prova é que, há menos de duas semanas, poucos eram aqueles que não enchiam a boca com liberdade e democracia, independentemente da sua orientação eleitoral.

Ora, ele há sítios onde raramente eclodem revoluções. Nessas paragens, as gentes têm não menos carinho pela liberdade e pela democracia mas, em lugar de as celebrarem uma vez por ano, exercem-nas todos os dias.

E não são egoístas com o seu privilégio. Por exemplo, se um governo, seu representante, se porta mal e negoceia com ditadores, irá ter sérias dificuldades em governar os seus representados.
Muito menos uma instituição financeira privada se arroga a alinhar publicamente com governos mafiosos estrangeiros e contra a sociedade civil: era o fim da sua credibilidade e também do seu negócio.

Aqui, não: somos revolucionários em pasto de café. Conquistámos o direito a ruminar enquanto nada se passar connosco. Mas sempre com aquele sentimento de superioridade de quem, "se for preciso", vai lá e parte a loiça toda ao patrão.

E são mais três imperiais, s.f.f..

terça-feira, maio 06, 2008

Acerca das dúvidas sobre a imputabilidade do sr.Fritzl

Imagens de uma prisão na Estíria, Áustria, o Justizzentrum Leoben (página do projectista aqui).

Vista exterior nocturna.


Escadaria interior


Área de convívio social


Área de convívio conjugal


Espaço de reflexão

Eu queria mesmo era o Cartola



Estragam tudo. Marisa Monte? Tá bem, siga. Mas com legendazinhas? Valha-me deus...
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Obrigado ao Origem das Espécies pela lembrança.

sábado, maio 03, 2008

Cara Manuela

A minha Cara Amiga é sem dúvida a melhor entre os candidatos que se apresentaram na corrida à liderança do PSD.

É quem tem a maior possibilidade de derrotar Sócrates.

Mas, para convencer os filiados e os futuros eleitores, por favor apresente alguma idéia.

Não passe a mensagem de que qualquer proposta apresentada nos média actuais é um mero sound-bite. Não entre no jogo deles. Não evite transmitir as suas idéias apenas porque quer evitar a transmissão de sound-bites.

Não faça como Durão Barroso, que nunca transmitiu nenhuma idéia nas suas campanhas mas que acabou por transmitir vários sound-bites. Essa estratégia levou Barroso à presidência da Comissão Europeia mas não levou o país a lado nenhum.

Os meus cumprimentos e desejos de Boa Sorte.

Direitalhaços

José de Pina inventou o conceito de Esquerdalho para designar aqueles indivíduos que se usam na política para se poder dizer que se é de esquerda.

O PS é especialista, claro, na utilização de esquerdalhos: José Sá Fernandes é o Esquerdalho de António Costa, Manuel Alegre é o Esquerdalho do PS, Mário Soares foi o Esquerdalho de Sócrates nas presidenciais e Freitas do Amaral foi o Esquerdalho de Sócrates no Governo.

Mas José de Pina ainda não reparou no reflexo de direita do Esquerdalho. Este pode ser chamado de Direitalhaço.

O que é um Direitalhaço? Ao contrário do Esquerdalho, que já é uma figura conhecida antes de ser Esquerdalho, o Direitalhaço é desconhecido antes de o ser. Às vezes continua desconhecido depois de o ser.

Para que serve o Direitalhaço? Enquanto que o Esquerdalho serve para fazer os eleitores distraídos pensarem que o PS é de esquerda, o Direitalhaço serve para fazer os eleitores distraídos pensarem que o PSD não é verdadeiramente de direita.

O Esquerdalho permite apodar de esquerda, políticas que são de direita.

O Direitalhaço tem uma missão mais ambiciosa: pretende convencer os basbaques que as políticas que defende são as únicas políticas verdadeiramente de direita e, mais ainda, as únicas políticas que poderão tirar a pátria do fétido buraco onde se encontra.

Por onde anda o Direitalhaço? No passado, os primeiros Direitalhaços apareciam e desapareciam em colunas de opinião nos jornais de maior circulação, como fogos-fátuos: uma coluna de um MBA desconhecido a favor da livre iniciativa num jornal semanário aqui, uma página de um jovem prof. da Universidade do Porto denunciando os gastos do SNS e a sua vantajosa substituição pelos seguros privados, escrita desta vez num jornal diário de circulação nacional, etc.

Mas entretanto surgiu a Internet e os Direitalhaços infestam a blogosfera. Há dezenas de blogs, todos eles se ligam uns aos outros e parece que todos os Direitalhaços se conhecem.

Quem são os Direitalhaços típicos hoje em dia?

Apesar de denunciarem a preguiça dos portugueses ( «trabalham como marroquinos» ), os Direitalhaços têm muitas vezes empregos no Estado ou são professores em universidades privadas. De qualquer forma, os seus empregos permitem-lhe passar horas a escrever nos seus blogs e a passear pelas caixas de comentários dos blogs de outros, o que significa que não parece ser necessário que os portugueses deixem de trabalhar como marroquinos para ajudarem à salvação da pátria.

Outra característica que os parece unir é serem quase todos adeptos do F.C. Porto e festejarem as suas vitórias com um permanente e, já inexplicável, espírito revanchista, sempre a lembrar aquele árbitro com nome esquisito (Calabote? Zagalote?) que não quis parar um jogo do Benfica num ano em que o Porto até acabou por ser campeão.

Finalmente, os Direitalhaços são adeptos de uma polícia firme e autoritária, que prenda os malfeitores que infestam este país e o tornam inseguro quando fazem arrastões em Carcavelos ou nos comboios da linha de Sintra. São adeptos de uma lei e de juízes que não libertem os malfeitores que aterrorizam o país.

Assim são os Direitalhaços: entusiastas do trabalho, do respeito e cumprimento da lei, de Pinto da Costa e de Alberto João.

P.S. Quem é o Esquerdalho dos Diretalhaços? É Vasco Pulido Valente, velho e ainda a querer pagar os almoços no Gambrinus, serve para fazer passar a ideia que os Direitalhaços respeitam o regime democrático, as liberdades individuais e a igualdade dos cidadãos perante a lei.

quinta-feira, maio 01, 2008

Há por aí alguma alma caridosa me possa esclarecer?

Os 'k' eu dou de barato, porque poupam-se caracteres e tempo.
K isto depois akabe por se propagar sem proveito é konsekuencia de preguiça mental. Mas esse é o lado para o kual eu durmo melhor.

Agora, o k nunka percebi são os 'x'. Parecem kerer substituir tudo o k tenha memória de 's', seja ele sibilante ou não, dando à konverxa um travoxinho pueril.

Ká pra mim, kotax ou pitax, ixto é elax a faxerm-x ao pixo de uma forma perfeitamente konxtranxedora. Até pk xoa a kumberxa de padre beirão e homoxexual.

Voxês k axam?

Para inglês ver e rir

A denunciar a pressa do provinciano em imitar os civilizados, só cá faltava a tradução à moda de tasca do Algarve:



Dir-me-ão alguns que o que interessa é a qualidade de vida e tal. Muito bem, se é assim, proponho a aposição em todos os passeios de Lisboa, e de outras cidades turísticas, de dísticos vermelhuscos com a advertência "NON CARS".
Também é erro de sintaxe - um carro não pode optar pela sua essência - e perfeitamente inútil, pois a nenhum visitante anglo passa pela cabeça tal barbaridade. Mas pode ser que, imbuídos do mesmo espírito arrivista, os nativos permitissem a entrada nas suas espessas cornaduras de algum conceito vago de vergonha e respeito ao próximo.

É uma idéia, até costumamos ser bons a escrever certo por linhas tortas. A lei, por si só, não funciona.

Porque hoje é dia da Espiga