domingo, agosto 26, 2007

A cultura sexual portuguesa dominante faz lembrar uma estatística GNR de fim-de-semana prolongado

"Há alguma coisa menos sexy que uma pessoa boazinha? Há: um frigorífico. As mulheres boazinhas irradiam o horroroso perfume da monotonia. Da seca. Do bocejo. Aos olhos masculinos, tornam-se atraentes apenas para algumas coisas: alguns homens, por exemplo, adoram mulheres boazinhas para lhes fazer confidências sobre as maldades que as mulheres mazinhas (por quem ficam sempre irresistivelmente atraídos) lhes fazem - e fazem muito bem feito".

Rapazes, cuidado: vive-se um clima de autêntica guerra civil.
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Tirado ao artigo de uma Ana Sá Lopes muito abaixo da série Vanessa, no DN de hoje. O resto, aqui.

O que é patente na questão dos transgénicos

O Dorean pôs o dedo na ferida do debate sobre os transgénicos.

Mas não foi suficientemente explícito.

As sementes dos produtos transgénicos são protegidas por patentes e essas patentes estão maioritariamente nas mãos de umas quantas multinacionais.

A utilização de sementes patenteadas levanta uma questão de poder e uma questão estratégica.

As patentes são legais e geralmente legítimas mas a União Europeia está atrasada neste domínio e provavelmente quer ganhar tempo até as empresas Europeias começarem a criar as suas próprias sementes patenteadas, protegendo assim a independência da sua agricultura.

Mas há mais alguns pontos curiosos neste debate.

Uma boa teoria conspirativa é a de que o SIS, ao ignorar o perigo lá do acampamento dos eco-turistas, ou lá o que era, acabou por permitir que o debate sobre os transgénicos fosse lançado em Portugal em condições favoráveis aos seus defensores (crime, violação de propriedade privada, bla, bla, bla).

A paranóia pode chegar ao ponto de se pensar que havia agentes provocadores infiltrados lá no meio dos eco-turistas.

É também curioso que os artigos que se escrevem nos jornais Portugueses normalmente ignorem completamente a questão das patentes.

Mas o que suscita mais desconfianças é o calibre dos argumentos de alguns comentadores da praça.

João Miranda, neste artigo, aparenta desconhecer esta diferença entre agricultura com transgénicos e agricultura biológica, o que é estranho, dado o seu background académico.

Helena Matos vai mais longe e, no seu estilo habitual, induz o leitor a pensar que os transgénicos podem ser uma solução alternativa ao petróleo, se usados para produzir biodiesel.

Qualquer especialista no assunto sabe que, com ou sem transgénicos, era preciso cobrir a superfície da terra com girassóis e similares para que o biodiesel pudesse ser mais do que um paliativo para a escassez de petróleo.

E é este tipo de argumentos que faz desconfiar. Principalmente vindos daqueles que defenderam tão agressivamente esse grande negócio sujo que é a destruição do Iraque.

A sua reputação precede-os.

No transblasfémias, claro.

sábado, agosto 25, 2007

Guerrilha ignara, pobre povo


Organismos com modificações no ADN. Artificialmente introduzidas, imagine-se. É o descalabro da ordem Natural das coisas.

Pois. Como diria uma bióloga amiga, ninguém que come um tomate - ADN e tudo - se transforma num tomateiro, pois não?

O problema dos transgénicos é outro e é meramente económico. O resto é palha vã, artificialmente modificada.

P.S.: às vozes que clamam contra a inércia policial, informo que o crime é público e é passível de denúncia; vá, você que sabe bem que é a si que me refiro, cumpra o seu dever cívico.

Um doce

quarta-feira, agosto 22, 2007

Fita da minha vida

Prevêm-se aguaceiros fracos e passageiros seguidos de boas abertas. O céu ficará totalmente limpo antes das próximas 72 horas.

terça-feira, agosto 21, 2007

Lol lol! O Atlântico mete tanta água ( no Mediterrâneo )

Ri à dôr de estômago com este artigo.

Já agora, o V-ou-C é um espaço livre de ideias, com excepção das minhas e das do Dorean.

Ou seja, é um espaço livre de ideias.

Mais uma vez, obrigado à revista Atlântico.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Portugal - Bélgica, golo do Quaresma

Este golo fenomenal do Quaresma levou o seguinte comentário no youtube:

0:20 sounds like the commentator sat on a dildo.

Vejam, ouçam e gargalhem.

Fitas do meu tempo... 8?

E dado que fiquei obcecado, mais destes virão.

Hot Chip, Colours

Da série Doctor's House

Mas na verdade


Já estou a escrever demais sobre mim e o que criou este tronco deformado.

A falta de um tutor apropriado, claro.


Ainda da wikipedia, Samuel Johnson:

Johnson was a devout, conservative Anglican, a staunch Tory and a compassionate man, supporting a number of poor friends under his own roof. He was an opponent of slavery and once proposed a toast to the "next rebellion of the negroes in the West Indies".[16] He had a black manservant, Francis Barber (Frank), whom Johnson made his heir.[17] He admitted to sympathies for the Jacobite cause but by the reign of George III he had come to accept the Hanoverian Succession. He remained a fiercely independent and original thinker, which may explain his deep affinity for John Milton's work despite Milton's intensely radical — and, for Johnson, intolerable — political and religious outlook.


terça-feira, agosto 14, 2007

Diógenes

Da wikipedia, sobre Diógenes:

At the Isthmian Games, he lectured to large audiences, who turned to him from his one-time teacher Antisthenes. It was, probably, at one of these festivals that he met Alexander the Great. The story goes that while Diogenes was relaxing in the sunlight one morning, Alexander, thrilled to meet the famous philosopher, asked if there was any favour he might do for him. Diogenes replied, "Stand out of my sunlight." Alexander still declared, "If I were not Alexander, then I should wish to be Diogenes." (In another account, Alexander found the philosopher rummaging through a pile of human bones. Diogenes explained, "I am searching for the bones of your father but cannot distinguish them from those of a slave.")

Mantendo as comparações no nível devido, sob qualquer ponto de vista.

De (poli)chinelos

O Dorean antecipou-se na ideia.

Há tempos que andava para escrever uma posta a lembrar que, no âmbito de um debate de ideias, insinuar ou afirmar que o antagonista é Comunista ou qualquer coisa que vagamente lembre ser-se de esquerda, anti-mercado ou anti-globalização é um sinal de perca de razão perfeitamente equivalente à aplicação do apodo de fascista.

E por aqui me fico.

Segredos de Polichinelo

Se a esquerda pavloviana dispara 'fascista' à primeira provocação, numa certa direita roem-se as unhas até aos cotovelos doridos por 'comunista' não obter o mesmo efeito e até parece que cegam com tal obsessão.

Tem isto que ver com a descoberta feita por portugueses leitores de jornais espanhóis que a Stasi mandava matar, indiscriminadamente, todo aquele que tentasse pular o Muro da Vergonha. É um facto conhecido de todos mas reafirmá-lo ajuda ao exercício maniqueísta e desvia a atenção de assuntos actuais mais difíceis de comentar.

Eu também fiz uma descoberta recentemente enquanto lia jornais estrangeiros: o número de crianças e mulheres violadas no Darfur é muito maior que as vítimas das kalashnikov no Muro e há milhares de seres indesejados que resultam e resultarão em permanente lembrança dessa vergonha.

Os nascituros não são uma consequência impensada mas sim parte de uma estratégia retorcida de etnicídio. Um miliciano será um criminoso com desejos selvagens contudo, para os líderes muçulmanos das janjaweed, o seu acto cumpre dois objectivos: impedir uma putativa entrada no paraíso à progenitora forçada (pois esta também é muçulmana) e prosseguir com a dita 'arabização' do país.

Daí que me pergunte sobre o que diriam essas vozes tão correctas acerca da vontade da Amnistia Internacional em alargar o seu mandato à defesa do aborto naquelas circunstâncias. E, se ainda houver indignação que baste, o que pensarão da ameaça por parte da Igreja Católica em retirar o seu apoio àquela organização humanitária como sinal de discordância com a sua recente tomada de posição.

Ou a vergonha é maior que o muro e vai ficar tudo em segredo?

Stone Temple Pilots - Creep

Pearl Jam, 2ªcategoria

Radiohead - Creep

Eu sei que já enjoa

Paranoid Android - Radiohead

Abaixo os Franceses!!

Abaixo! As calças, as cuecas e as saias.
Mantém-se apenas o soutien.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Hoje acordei à George Best


I spent a lot of money on booze, birds and fast cars. The rest I just squandered.

"Justiça de supermercado", no Dolo eventual

A propósito do homicida em série de Santa Comba Dão, diz-se que o condenado paga, mas não devia, o mesmo preço de 25 anos quer mate uma, quer mate cinco, quer mate quinze raparigas. Venha a pena de morte. Quem matar uma rapariga é condenado a morrer uma vez. Quem matar quinze raparigas é condenado a morrer quinze vezes.

Por Pedro Santos Cardoso

sábado, agosto 11, 2007

interpol - slow hands

Interpol: Evil

E outra canção vencedora de um festival da eurovisão

Afinal, esta foi mesmo a 15ª batalha decisiva, ao contrário do que se escreveu.

sexta-feira, agosto 10, 2007

"E reproduzem-se?"


Natalidade, por Francisco José Viegas:

(...) Não está posta de parte a hipótese de arrendar essa parcela do território. Ficariam com a bandeira portuguesa, sim. E até se mandariam professores. Mas, que diabo, seriam administrados por uma empresa privada que garantiria que o orçamento de Estado não geraria défices assombrosos com essa terra de ninguém que era bom entregar ao turismo rural e à “literatura fantástica” que se encarregaria de divulgar as suas potencialidades para os fins devidos.
Mas eu continuaria com uma dúvida: e reproduzem-se?

Aviso à navegação

O ócio só liberta quando é o que trabalho oprime.

Já não é só o Miranda das postas do alto

Se um extrapola a sexualidade portuguesa em vôos de calculada loucura, anda para aí meio mundo que se insurge metódica e furiosamente contra o sexo da estranja. No caso, holandeses.

quarta-feira, agosto 08, 2007

Olá Donale!

Nas palavras de uma grande pensadora dos nossos média, este país tem uma relação difícil com os seus emigrantes. Concordo e assino por baixo.

Inspirado por ela e pela canícula de outrora, deixei entusiasmar-me por um mail que anunciava:

"FESTA DO EMIGRANTE - voltei, voltei... voltei de lá!"

Data bem escolhida, 10 de Agosto, evidentemente para evitar conflitos de calendário com o sagrado dia 15.

Mas, lendo a descrição mais abaixo, os parolos são mesmo os organizadores:

"Grandiosa homenagem à diáspora portuguesa, às favas com chouriço e à música
popular...
O acontecimento mais aguardado do ano!!
Quermesse, bailarico pimba, tremoços, vinho a martelo, o estouvamento do
costume...
"

Mais parolo ainda para o efeito é o local escolhido, o Purex, num óbvio esforço de distanciamento de uma realidade que ainda os arrepia. Como quem sente necessidade de afirmar ao mundo que é moderno e urbano e europeu.

A verdade é que, quando o alvo da sátira é decalcado do cliché dos setenta/oitenta, cheira-me logo a snobismo de arrivista filho de emigrante.

Vade retro!

Isto devia tudo ser proibido

Seria um progresso

terça-feira, agosto 07, 2007

Antonioni e Bergman morreram

"Desde que me lembro..."
"O Mestre ainda..."
"E foi assim que descobri..."
"Das certezas existenciais..."
"Abriram-se-me os olhos para..."

Pronto, já está.


P.S.: confesso que o que me impressiona mesmo hoje em dia é a evolução que as sobrancelhas do David Hemmings tiveram. Telúricas, digo-vos.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Mais um exemplo

Do que eu escrevi aqui.

Neste artigo, a premissa dos grupos heterogéneos faz com a argumentação deixe logo a realidade para entrar numa qualquer dimensão alternativa.

Mesmo assim, o exercício, embora canónico, é imaginativo na transposição.

Até ao último parágrafo. Aí, aplica-se uma força de torção na argumentação para se poder atingir o resultado desejado.

Referir a este link.

Exercício: descobrir quais se aplicam ao dito artigo.

Blasfórmicos, claro.

E que tal?

Haver concorrência e poder mudar-se de Banco (Facilmente)?

Mercado! Does it ring a bell?

Mais uma vez, obrigado ao inesgotável Blasfâmias.

Na cartilha liberal.

Encontra-se sempre o que der jeito no momento.

Ora essa!

É melhor que o Borda d'Água.

O Hilário

Total

Q.E.D.

Do incontarnável (o erro é propositado) Blasfêmeas (o erro é propositado).

Brincar às críticas

Esta posta foi publicada no blogue da revista Atlântico.

E os comunicados empresariais, publicados às catadupas nos jornais, disfarçados de notícias?

Dêem-me contra-exemplos, vá, vá, vá!

São uns a aprender com os outros!

Afinal os profissionais de comunicação (propagandistas?) são os mesmos!

Sim! Também mato os (ditos) mensageiros!

Ou haverá mesmo uns e outros?

Do claro

Do Claro, chegaram-nos duas postas edificantes:

1. Sobre o mercado que temos.

2. Esta posta lembrou-me logo aquilo que eu disse aqui.

Fitas do meu tempo 5


Sexiest song ever...

Recordando tempos de karaoke que lá vão e não voltam mais, jamais: Pulp, Pencil skirt.

O gordo é uma anedota ortográfica por si só mas, que fazer?, este era o único vídeo disponível.

Fitas do meu tempo 4

We Are Scientists, Nobody moves, nobody hurts

Assim se julga.

domingo, agosto 05, 2007

A democracia e o catolicismo

Será verdade que a democracia é má para os países católicos? Que é sobre regimes autoritários que eles mais se desenvolvem?

Bem, se for verdade, isso pode sugerir alguma coisa sobre a ética católica, nomeadamente se comparada com a ética protestante.

Mas eu não vou por aí.

Começo por constatar que essa "verdade" tem várias confirmações históricas tal como tem vários desmentidos.

Mas há algo de significativo no facto deste tema ter voltado a ser abordado.

Dogmas

A existência de Deus é, sem dúvida, um dogma, no qual se acredita ou não.

Dogmas, cada um tem os seus.

Eu tenho um que me poupa muito trabalho: nunca tento desmantelar a argumentação de um Liberal, Neo-conservador, ou bicho do género. Para mim, ela tem sempre valor nulo.

Para eles a verdade é irrelevante, aquilo que conta é o interesse. Logo, eles argumentam apenas para defender os seus interesses. Como todo o racionalismo é forçosamente dogmático, eles baseiam-se em cada dia nos dogmas que mais lhes convierem para arranjarem a argumentação necessária para defenderem o interesse do momento.

Amanhã é outro dia.

Quem é quem é?

Que gosta de negociar em mercados e feiras?
Que foge aos seus deveres para com o estado, mormente no pagamento de impostos e cumprimento das leis?
Que, sempre que pode, usa e abusa dos serviços que o estado põe à disposição dos cidadãos, nomeadamente na educação, habitação, saúde e segurança social?
Que suja e estraga os sítios por onde passa, deixando aos outros o trabalho de limpar?
Que ostenta sem vergonha os luxos adquiridos por meios duvidosos?
Que berra e incomoda os outros que estão à sua volta sem se preocupar se eles estão ou não interessados em ouvi-lo?
Que rouba o próximo sem pudores, caso esteja para aí virado?
Que acha que o mundo é dos mais fortes e não hesita em brigar e agredir todos os que se lhe atravessem no caminho com todos os meios à sua disposição, mesmo que sejam ilícitos?

Acertaram: é o Liberal.

Fitas do meu tempo 3, correcção

O Paulo Duarte Barbosa chamou-me a atenção para a calinada da posta abaixo. Justifico-me com esta arrogância: em 1992, quando ouvia o Bone Machine, já nem me lembrava que os Ramones teriam existido e passou completamente ao lado mais tarde que teriam ainda gravado um último (?) álbum.

Em todo o caso, valeu a pena a intervenção também porque mal abri o seu Step Right Up, saltou-me aos ouvidos uma das minhas bandas do meu tempo: The Shins.

sábado, agosto 04, 2007

Fitas do meu tempo 3

Num vídeo à Lynch, Tom Waits melhorando o clássico dos Ramones.
Dedicado ao N e à JLA.

Stay around in my old hometown
I dont wanna put no money down
I dont wanna get me a big old loan
Work them fingers to the bone
I dont wanna float a broom
Fall in love and get married then boom
How the hell did I get here so soon
I dont wanna grow up

quinta-feira, agosto 02, 2007

pixies - where is my mind

jogo de futebol dos leitores do v-ou-c

Agosto!

Tempo de férias e lazer.

Convido os 25 leitores do v-ou-c para um jogo de futebol ( de 11 ).

A combinar/escolher:
hora
estádio
posições (árbitro, fiscal de linha, guarda-redes, defesa, etc)

Entrei em stresse!

Tinha um erro no meu último artigo, Portugal-Brasil, e estava com medo que o Dorean visse.

Portugal-Brasil

Há algumas semanas um Brasileiro amigo lembrou-me amavelmente (sem assento nem espaço para os parêntesis (plural confirmado no diccionário da Verbo)) que os Portugueses descobriram o Brasil, levaram a cultura e a língua e levaram de volta o ouro e os diamantes.

Como resposta, garanti-lhe que o ouro estava todo enterrado em Mafra.

Os Brasileiros alimentam um grande ressentimento em relação aos Portugueses.

Basta pesquisar um pouco na Internet para se confirmar que, literalmente, o ódio aos Portugueses é ensinado ás criancinhas no Brasil.

Eu percebo que os Brasileiros se ressintam por terem sido colonizados por Portugueses. E não por Ingleses, Franceses ou Alemães. Quanto aos Holandeses, segundo os vossos livros de história, vocês expulsaram-nos, muito antes de nós termos ido aí buscar ouro e diamantes.

O que havemos de dizer nós, Portugueses, que nos ressentimos tanto de sermos Portugueses.

Vocês culpam-nos de muitos dos males da vossa terra. Mas vocês são independentes há 7 gerações!

Já dava para ter mudado muita coisa e corrigido os males que nós deixámos. Pô!

Mas vocês têm razão. A culpa é nossa mas apenas porque quase todos vocês herdaram nossos genes e a nossa cultura é o elemento predominante na vossa.

Aí tá tudo certo! Vocês botam a culpa na gente da mesma maneira que o Português bota a culpa nos outros... Portugueses.

Mas aí não dá para mudar! Ou vocês começam botando a responsabilidade dos problemas em vocês e botam também a capacidade de mudar ou vão ficar na mesma.

Aqui é igual.

Só há uma diferença. Com todos os nossos defeitos, erros e crimes, nós já deixamos uma herança maravilhosa ao mundo.

Um país fantástchico, que ajudámoisse á criá e qui si chama Brásiu.

Um túmulo em Florença


How do I love thee? Let me count the ways.
I love thee to the depth and breadth and height
My soul can reach, when feeling out of sight
For the ends of Being and ideal Grace.
I love thee to the level of everyday's
Most quiet need, by sun and candle-light.
I love thee freely, as men strive for Right;
I love thee purely, as they turn from Praise.
I love thee with the passion put to use
In my old griefs, and with my childhood's faith.
I love thee with a love I seemed to lose
With my lost saints,--I love thee with the breath,
Smiles, tears, of all my life!--and, if God choose,
I shall but love thee better after death.


Elizabeth Barrett Browning, "Sonnets from the Portuguese", XLIII

quarta-feira, agosto 01, 2007

Cinzas (versão cínica)

Sorris.

O teu sorriso espalha as cinzas pelo chão.

Deixa estar que há de haver quem o limpe.

Português perfeito

Quem fala Português perfeito?

Os Portugueses, Brasileiros, Angolanos, Moçambicanos, São-Tomenses, Cabo-Verdianos, Timorenses, Guineenses e mais alguns curiosos de boa vontade.

Não necessáriamente por esta ordem.

Ferrari

Quero comprar um Ferrari.

612 Scaglietti, 320 Kms/h, 4,2s dos 0 aos 100, cinzento metalizado.

Para me passear na Quinta do Lago estas férias.

Telefono para Madrid, para o representante da marca. No mínimo, espero que falem Português perfeito, aceitem chamadas a cobrar e tragam o carro a Portugal para eu fazer o test-drive.

Senão, compro a Ferrari e despeço aquela gente toda.

P.S Acham que eu não tenho unhas para aquele carro? Eu corto-as antes do test-drive, não se preoucupem.

Ide!

E endividai-vos!

Tornar-vos-eis trabalhadores mais submissos e cidadãos conformados e frágeis.

Silly season

Agora que o "Verão" parece finalmente estar para ficar e na cidade circulam magotes de turistas séniores americanos e estudantes de línguas adolescentes, os bares e cafés entram em modo algarvio e não há empregado de mesa temporário que não se julgue em casa a receber os sogros.
Num dos poucos bistros ainda abertos após a penúltima sessão da noite, as cinco libras esterlinas de Islay duplo são-me servidas com cubo de gelo e insecto morto sobrenadantes. Confiando nos bons-modos da serviçal, remeto a encomenda à procedência para substituição pronta. Com uma rapidez aguçada pelo salário de gorgetas, o balão ainda gelado é devolvido sem mosca, sem cubo e com um sorriso mais do que indecente nos lábios.

Um vento cretino varre a esplanada construida a tempo da lei de costumes. Urge pagar, sair e fumar a cólera a caminho de casa.
Se me aparece algum jovem italiano ou espanhol a esganiçar à minha frente, vai ao pontapé para ao meio da estrada.

Sweet oblivion


Ela ali ao meu lado, a mostrar-me como o mundo lhe parecia todo ao contrário, às avessas, não sabia se torto em linhas direitas se direito por linhas tortas, sem saber como descer, como subir, como caminhar para a frente, trás, lados, sem haver um mapa que a guiasse.
Ela ali ao meu lado, a mostrar-me como era fácil não ser ela ali ao meu lado se fechasse os olhos por um instante e se deixasse levar na corrente daquela brisa que passava pelos nossos cabelos e simplesmente fosse...com retorno, sem retorno, infinitamente solta de quaisquer amarras.
Ela ali ao meu lado prestes a deixar-se cair.
Ela ali ao meu lado e eu agarro-lhe a mão porque sei que ela quer ir.
Ela ali ao meu lado a agarrar a minha mão porque quer ficar.


(do Oito e coisa, nove e tal)

Música do meu tempo 17



Eat your heart out, bunnymen!