sexta-feira, agosto 28, 2009

Vou ali e já volto




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Sobreiro, óleo de D. Carlos de Bragança

... And the Beast

Quentin Tarentino também é conhecido por trazer a cultura popular para o cinema. Cultura popular americana. Que, por sua vez, é feita de cinema, comics e jogos de computador.

Assim, Inglorious Basterds pretende igualmente ser um documentário em jeito de spoof. Mas só se for na Cochinchina.
"Os sacanas" (a primeira utilização de sempre da palavra numa tradução de filme, onde isto vai parar) é antes um musical de propaganda dos anos cinquenta onde faltam as canções mas abunda o gore. É banda desenhada para crescidos que nunca leram banda desenhada para além do Patinhas. É o descanso moral do Wolfstein 3D acompanhado de pipocas.

Pela parte que me toca, dispenso mais masturbações ao ego dos gringos.

The Beauty...

Chris Morris filma a cultura popular, tendo a sua sátira como base a selecção e formatação dos média actuais. Exemplos são o polémico Brass Eye e The Day Today.

A nova comédia chama-se Four Lions (Boilerhouse) e é mais um falso documentário que trata de descrever o dia-a-dia de quatro jovens britânicos num campo de treino para terroristas.

"Nos campos de treino, os jovens jihadistas passam o tempo a discutir por causa de comida, choram com saudades da mãe, dão tiros no pé do parceiro, distraem-se a apanhar cobras pelo deserto e não se livram de serem expulsos se apanhados a fumar… As células terroristas têm a mesma dinâmica de grupo que uma despedida de solteiro ou uma partida solteiros-contra-casados. Existem conflitos, amizades, mal-entendidos e rivalidades".

"Terrorism is about ideology, but it's also about berks."

Com menos sentido de humor, Morris também ficou conhecido por ser um dos que respondeu à palavras de Martin Amis contra os muçulmanos no quinto aniversário do 9 de Setembro e um ano após os atentados do 7 de Julho em Londres.

A estrear proximamente no Reino Unido.

À atenção de Alberto João Jardim



O governo britânico, face aos abusos e corrupção generalizada no território das ilhas de Turks e Caicos suspendeu a constituição local no passado dia 14 e demitiu o chefe de governo, Galmo Williams.

"Our guiding principles will be those of transparency, accountability and responsibility. I believe that most people in the Turks and Caicos will join with me in welcoming these changes", afirmou o governador britânico Gordon Wetherell.

Espera-se que a casa possa voltar a estar em ordem em 2011, altura em que se realizarão eleições para a assembleia e governo do território.

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Na foto, estudantes turcicaicas. Lindas.

quinta-feira, agosto 27, 2009

E eu que já jurava serem os carros o que colide com o dia-a-dia dos lisboetas

A candidatura de Santana Lopes* sublinha que "não está em causa a existência de ciclovias" mas considera que "existirão certamente percursos mais ajustados" e "que não colidam com o dia-a-dia dos lisboetas".

Por outras palavras, toca a despachar esses tótós para meia-dúzia de pistas em jardins ou beira-rio ao domingo.

Ai que saudável e civilizado.

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*está visto que o MPT tornou-se o PEV da direita...

terça-feira, agosto 25, 2009

Banlieue

Mais um.

Andamos nós aqui a queimar pestanas, pretensiosos

Top de hits no VoC a partir do google

3.º "gajas nuas em publico" (sic)

2.º "melhores guitarristas do mundo"

1.º não se o que é mas resulta nesta imagem aqui publicada há já muito tempo atrás (e que ilustrava uma posta relativa a blogues femininos com inspiração 'sexo-e-cidade'):

Cantar a uma sereia



A letra foi escrita por Larry Beckett, inspirado na "Odisseia" de Homero. Beckett foi mostrar o poema a Tim Buckley ao café onde este se encontrava. Conta a lenda (parece-me que é a palavra a usar uma vez que se trata de um trovador), que Buckley pegou na letra e compôs a canção ali mesmo à mesa do café, de uma assentada, para espanto e deslumbramento dos que os acompanhavam.
A citação do outro Beckett (o Samuel), "to fail, to fail again, to fail better" parece que não se aplica ao pai do Jeff Buckley. Ou não é simplesmente perfeita esta canção?


Long afloat on shipless oceans
I did all my best to smile
'Til your singing eyes and fingers
Drew me loving to your isle

And you sang, 'Sail to me, sail to me, let me enfold you.
Here I am, here I am, waiting to hold you.'

Did I dream, you dreamt about me?
Were you hare when I was fox?
Now my foolish boat is leaning
Broken lovelorn on your rocks

For you sing, 'Touch me not, touch me not, come back tomorrow:
O my heart, O my heart shies from the sorrow.'

Well, I'm as puzzled as the newborn child
I'm as riddled as the tide:
Should I stand amid the breakers?
Or should I lie with death my bride?

Hear me sing, 'Swim to me, swim to me, let me enfold you:
Here I am, here I am waiting to hold you.'

Série "Títulos do DN directamente copiados da imprensa espanhola sem passar pela casa partida nem receber dois contos"

Vencedor do concurso Mister Gay Europa fala castelhano

segunda-feira, agosto 24, 2009

Nem Bruxelas, nem Madrid

Consta que quem manda aqui é Mérida.

domingo, agosto 23, 2009

O Rei

Sobre o caso da troca de bandeiras nos Paços do Concelho, Vasco Pulido Valente escreveu um artigo que terminava assim:
«Quanto à Monarquia, embora isso custe ao "31 da Armada" e ao meu amigo MEC, não dispensa um rei e um rei plausível (incluindo D. Manuel) é exactamente o que ela nunca teve. Ou tem.»

Pois eu, ainda que completamente alheio à causa, sou obrigado a discordar.

sábado, agosto 22, 2009

sexta-feira, agosto 21, 2009

Este é um verdadeiro filme de terror



Como alguém escreveu, tão bom quanto devastador.
Não aconselhável a maiores de 30.

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Revolutionary Road é uma adaptação do livro homónimo de Richard Yates, publicado em 1961. Ah, a canção no trailer é o fabuloso "Wild is the wind" da fabulosa Nina Simone.

quinta-feira, agosto 20, 2009

À atenção de José Rodrigo dos Santos

Depois do aparente Ian McEwan for dummies, que tal algo de mais substancial para os outros*?


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*de 8 de Maio de 2009

Já não é só Lisboa

Cascais também revela níveis preocupantes de insegurança.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Ockham



Via este sítio.

Sixto



Cold Fact: este gajo é genial.

segunda-feira, agosto 17, 2009

Resultados dos inquéritos na imprensa de hoje, cerca das 12h30 GMT

Do JN, (ao fundo da página inicial):

Concorda com a possibilidade de uso de desfibrilhadores por pessoal não-médico em espaços públicos?

Sim 67%
Não 33%

Dado o estilo referendístico da pergunta, estou espantado com a clara maioria (fosse de que resposta fosse).

Do DN (mais ou menos a meio, coluna direita):

Ao bater o recorde dos 100 metros, Usain Bolt ultrapassou os limites humanos?

Sim 24%
Não 76%

Aqui, o que me preocupa é haver um quarto da amostra composto de criaturas (algumas centenas) que certamente sabem ler mas cujo intelecto não estará à altura dessa competência.


Do Público, que aparentemente ainda não perdeu a esperança nos seus leitores (um bocadinho antes do meio, coluna esquerda):

Acha que os media deviam suspender os artigos dos colaboradores que são candidatos às eleições legislativas e autárquicas?

Sim 65%
Não 35%

Melhorzita. E parece que com resultado contrário ao esperado.

domingo, agosto 16, 2009

Ao estilo de Kings of Convenience

Melhor que Desidério Murcho

Possidónio Cachapa.

Chauvin deve estar às voltas na tumba

Apesar das insinuações da semana passada, parece que são os franceses quem não tem competência para fiscalizar ou garantir a segurança de embarcações na sua costa.

Faltam 42 dias para o showdown

E isto já está a ficar desta maneira.

O que vale é que são todos bons republicanos e respeitadores da lei, se não...

sexta-feira, agosto 14, 2009

Sou um inculto, valha-me deus

Só agora descobri isto.

Pornografia animal em alta definição



"Odeio os caroços nas frutas"


(via Arrastão)

quinta-feira, agosto 13, 2009

Ah, o amor...

quarta-feira, agosto 12, 2009

Azz mensagenzz subliminarezzz dão nisto. Zzzz

Cómicas mesmo são as indignações de Diogo Moreira, presumido militante socialista e contribuinte regular do blogue de campanha do seu partido, o SIMpleX (é assim que se escreve?).

terça-feira, agosto 11, 2009

Ground control to major Tom


Tal como o Ricardo Alves do Esquerda republicana, certamente que eu não posso adivinhar o que se esconde por detrás dos actos de pessoas que não conheço.

Mas não tendo tido até hoje notícia de tendências iberistas, salazaristas ou catolicistas (?) no blogue 31 da armada, só com enorme esforço e uma imaginação ainda mais fértil que a dos darth vader dessa madrugada poderia presumir que as hipóteses alvitradas em conversa com a repórter do DN sejam do domínio desta realidade.

Adenda para benefício dos neófitos: este é um blogue pluralíssimo, onde pululam monárquicos republicanos, proto-iberistas disfarçados, social-nacionalistas (não confundir com os outros), terroristas da estética e ecologistas conservadores, tecno-comunistas, melómanos embriagados e uma ou outra almita apaixonada; as opiniões expressas em cada posta são da inteira responsabilidade dessa mesma posta, à altura em que foi publicada. Excepto quando vimos aqui alterar qualquer coisinha porque aquilo não soa bem mas em geral ninguém dá por nada pois isto pouca gente nos lê.

segunda-feira, agosto 10, 2009

Diz que o Mein Kampf é uma espécie de blogue saloio

O Senhor Palomar faz aqui referência à possível reedição em 2015 do livro de Hitler.

Li, com bastante dificuldade, uma das muitas cópias de edições clandestinas que por aí circulam. Digo com dificuldade porque o livro é francamente mau. Presumo eu, que pouco sei da vida do homem, que a sua escrita terá inicialmente servido como terapia pessoal e não para semente de manifesto ou manual de conquista de poder.

Mau em muitos aspectos mas, sobretudo, mal-escrito e mal-disposto. Pese embora compreenda que nem todos os estômagos são iguais, era até capaz de jurar que, tomando este livro como medida da limitação intelectual e das frustrações do autor, é na leitura do canhestro que se pode extrair a melhor apologia de antítese às suas idéias.

Voltando à vaca fria. Apesar de compreender as motivações do actual detentor dos direitos de publicação, é-me antipática a idéia de que há livros que deveriam ser proibidos.

E neste caso particular, pelas razões acima, pergunto-me mesmo se não será contraproducente.

domingo, agosto 09, 2009

Alguma coisa me diz que a Nação perdeu a sua soberania (2)

Inez Dentinho, no Geração de 60:

Fechada num elevador da Assembleia da República, no trânsito entre dois ou três andares, não posso deixar de ouvir a conversa entre dois deputados [escolher partido].
Não é comigo que falam, pelo que me abstenho de os nomear*, mas não resisto a uma leitura sobre o que dizem.
Discutem, com algum desgosto, a ordem dos lugares nas listas do
[escolher partido]. Sentem-se prejudicados no posto negociado. A Deputada, talvez promovida pelas quotas, consola o colega: «Deixa lá, o X sai, de certeza, para o Governo e todos sabemos que o Y vai para uma Secretaria de Estado qualquer. Tens o lugar assegurado».

(resto aqui)

*Por irrelevância, abstenho-me eu de nomear a que partido pertenciam.

sexta-feira, agosto 07, 2009

Heavy Metal



Sempre fui um metaleiro convicto. Desde a secçao de metais da filarmónica Euterpe à secçao de metais da banda do Otis Reding, os metais sempre me fascinaram. Tanto que, com o dinheiro que tinha poupado para tirar a carta de conduçao resolvi comprar um trompete. Demorei seis anos a juntar outra vez o dinheiro para a carta. Passaram mais de seis desde que tenho o trompete. Toco tao bem o trompete como o Sherlock Holmes tocava o violino. Com a agravante de que as minhas capacidades dedutivas (nulas) nao compensam a falta de talento para o sopro.
Talvez por isso, em mim, a admiraçao pelos trompetistas vai sempre de maos dadas com uma pontinha de inveja. E este senhor é o que mais invejo. De todos.
Ontem estivemos na Gulbenkian outra vez. Ele, eu mais um auditório cheio, os avioes, o cenário surreal dos jardins iluminados. O génio e o talento dele. A minha inveja e admiraçao.
Dave Douglas é um executante virtuoso e um compositor inspirado. Quando o ouvimos, saem daquela campânula ecos dos timbres de Louis Armstrong, da técnica de Fats Navarro, do swing e da expressividade de Roy Eldridge, da versatilidade de Lester Bowie. Ontem, Douglas dedicou algumas das suas músicas a alguns destes grandes. Nao precisava. A sua música seria homenagem suficiente. A tal história dos ombros dos gigantes. Mas está muito bem.
Como se tudo isto nao bastasse, o homem é um aventureiro: acompanhou John Zorn em "Masada", criou o "Tiny Bell Trio", trilhou o be-bop com um quinteto de estalo. Agora aparece com a fanfarra vanguardista que podeis ouver sobre este texto.
O público da Gulbenkian aplaudiu-os de pé ontem à noite. Douglas e a "brass ecstasy" retribuiram com uma versao bombástica de Mr. Pitiful no encore.
Na minha imaginaçao ergui o punho e levantei o indicador e o mindinho. Pareceu-me o mais adequado às circunstancias.

Já aqui deixei esta?

Lisboa, não sejas francesa

Paulo Pena e Sara Belo Luís, in Visão, 6VIII2009:

(...) na cantina da LX Factory (o lugar onde, se quisermos ser optimistas*, Lisboa é mais parecida com Londres), (...)



Lindíssima e praticante de artes performativas. Inconstante e inconsequente, como lhes compete. Ainda por cima, francesa. Se ao prezado leitor parecer que lhe descrevo uma femme fatale será porque é exactamente isso que ela era. Com sorte, todo o homem tem direito a uma e ainda hoje tremo ao pensar que esta pudesse ter sido a minha.

Chegou ao mesmo tempo que eu à também bela cafeteria do V&A, onde o estudante do Imperial ou o turista médio pode desenjoar do caril e do bangers & mash sem gastar uma fortuna. Apesar de, na altura, a distância entre domicílios inspirar cuidados, havia um ano ou dois que não nos víamos. Deixei-me levar pela fantasia de saudades tão avassaladoras quanto súbitas (vanitas vanitatum, et al.) pois nunca se havia atrasado menos que uma hora e ela era dessas de sopetão.

"Vou para o Rio", foi a primeira coisa que me disse depois das efusividades características. Para falar com franqueza, a decisão não me surpreendeu. Globetrotter à séria (por oposição aos que, como eu, não passam de easyjetters ou feriantes de recifes), com apenas 26 anos esta rapariga já tinha vivido pelo menos por um ano em quatro continentes distintos.

"Preciso de qualquer coisa diferente", disse-me, enquanto eu procurava na cadeira uma posição que me inspirasse indiferença à despedida. "As cidades aqui [na Europa] ou já são iguais ou estão a caminho de se tornarem irritantemente iguais".
Pareceu-me uma excelente desculpa. Por isso, desviei a atenção para a morena que passava (também sem grande sucesso) e perguntei-lhe, "iguais em quê?"
"Não há nem nunca houve revoluções em Inglaterra pois aqui os revolucionários são os dandies. Talvez isso os torne fascinantes, mas também por essa razão facilmente a subcultura é institucionalizada, exportada e desencantada. Aquilo que nessas outras cidades as pessoas acreditam ser original e interessante não passa de um émulo de Angel, do Soho, de Notting Hill. Ou então, nos piores casos, de uma moda que não muda por si mesma".

Isto foi há cinco anos, se não me falham as contas. Dá sinais de vida muito de quando em vez e talvez mais realmente quando precisa. Fiel à sua inconstância, já teve mais perto de fugir do Brasil. Crise ultrapassada, vai ficando por lá, cada vez mais sem olhar a datas.
A América do Sul, afinal, é sítio onde dandies e revolucionários raramente se beijam.

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* itálico meu

Modas

Para falar com franqueza, e com o portuguesíssimo "todo-devido-respeito", gosto muito mais do que escreve o irmaolucia que aquilo que gráfico-desenha.

Não são gostos, é a minha moda.

Rádio Nostalgia

quinta-feira, agosto 06, 2009

E pensava nisto no caminho para a pirâmide

"Não acho piada nenhuma à Joana Amaral Dias: tem os olhos demasiado grandes."

Alguma coisa me diz que a Nação perdeu a sua soberania

Quando leio algures o apodo "futuro deputado da Nação".

O poder negocial de Clinton*

Kim il-Jong Kim Jong Il simplesmente está convencido que o ex-presidente é o pai de Obama.



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* corrigido e aumentado com vídeo (o silêncio é cortesia da WMG, não do ditador figurado)

sábado, agosto 01, 2009

Mais fenómenos de protocolo à portuguesa

Quando um Bourbon de Espanha é levado ao túmulo de um Habsburgo da Áustria, fica-se com a impressão que a Guerra da Sucessão espanhola não é matéria de grandes estudos nas chancelarias nacionais.