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quinta-feira, dezembro 01, 2011

Gorduras e tal


O cavalheiro da foto, Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, veio a um programa da televisão do estado defender a redução no serviço de transportes público pois "às vezes sai do ministério e vê autocarros vazios".

Quem assim fala com o MBA na boca com certeza merece melhor: "dr." Sérgio Monteiro para ministro da Saúde já!

sábado, novembro 05, 2011

Europa

Para mim (desculpem-me o intimismo) o mais doloroso de isto tudo é ver o repositório de democracia e maturidade social em que a Europa conseguiu tornar-se no pós-guerra - um património político para a Humanidade -, desmoronar sob a avidez dos agiotas e dos passos perdidos de governantas de sacristia.



Filipe IV de França, dito O Belo: mandou à real fava as dívidas para com a grã-cruz da Ordem do Templo, extinguindo com bastante eficácia o primeiro sistema bancário transnacional do mundo.

terça-feira, novembro 01, 2011

Agora sim, já vi de tudo

Eu julgava que os governos serviam para resolver os problemas dos governados. Mas para o executivo do sr.Coelho, não é assim; o problema somos nós e esta mania de estarmos desempregados. Enfim, só chatices. A solução óbvia, mandar-nos embora:

Os jovens portugueses desempregados devem emigrar, em vez de ficarem na sua «zona de conforto», disse no sábado o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Alexandre Miguel Mestre.

Estes eflúvios de pessoal menor revelam ainda outra coisa: dada a completa ignorância do histórico dos 'jovens' portugueses desempregados, que já andam a emigrar há umas décadas, quem nunca fez tenção de sair da sua zona de conforto mental foi o imbecil que tão confortáveis conselhos dispensa aos outros.

segunda-feira, agosto 15, 2011

Depois não se admirem





A presidente da Assembleia da República não conseguiu parar a tempo o carro, onde seguia sozinha, e embateu numa viatura, que tinha travado para uma idosa atravessar a passadeira. Este veículo acabou por embater num outro, que estava à frente, e este atingiu a mulher, que ficou ferida com gravidade e foi transportada para o Hospital de Faro. Assunção Esteves bem como as restantes pessoas envolvidas no acidente não sofreram quaisquer ferimentos.

Não se podem apurar responsabilidades pela leitura de uma notícia. Também não faz sentido considerar que um mau volante indica falta de capacidade para a condução dos trabalhos no parlamento. Mas, nesta paz podre que vivemos há tanto tempo, ninguém confia que a segunda figura do estado venha a sofrer qualquer consequência por este "azar" de trânsito.

Existem outras democracias onde a senhora se sentiria forçada a demitir-se imediatamente numa situação semelhante. Porque ali nada é mais importante que os representantes mostrarem que agem de acordo com as regras que impõem aos seus representados. Mesmo que isso implique algum exagero ou injustiça pessoal.

Dirão que há muito pior. Pois há. E que a senhora está acima de muitos dos seus pares. Estará, com certeza. Seriam completamente cretinas e ofensivas quaisquer comparações com Alberto Jardim ou Isaltino Morais (a lista seria interminável, que me perdoem os ausentes). Mas, lá está, precisamente por tudo isso. Porque é melhor que eles, porque era preciso mostrar que a "festa" acabou.

Sabemos que governo é jovem e o sentimento geral é que o país precisa mais de dinheiro e emprego e menos de virtudes - um luxo por enquanto inacessível. São estes os pesos e as medidas com que definimos a nossa sociedade. Depois não se admirem.

Ao alto: autocarro no bairro de Tottenham, 6 VIII 2011
Centro: sede do governo norueguês, 22 VII 2011
Em baixo: Kanellos, o cão das manifestações atenienses, 5 V 2011

sábado, junho 18, 2011

Cosmopolitanismo de sacristia

Ontem, nas tvs, António Costa respondeu aos críticos da okupação da Avenida da Liberdade pela Sonae dizendo que parolos somos nós, dado que a ideia de um piquenicão com cantores chamados "tony" veio de Paris, onde até se tinha escolhido os Champs Élysées para o efeito.

Serei o único a contorcer-se com a ironia?

terça-feira, junho 07, 2011

Regresso ao passado, parte 2: Luís Amado

O objetivo da Comunidade Económica Europeia foi a criação de um espaço económico e social homogéneo, condição achada necessária para a segurança e paz internas e premissa para a independência e desenvolvimento sustentado do bloco. E, por que não, para vivermos todos melhor.

A nossa adesão à comunidade, depois de meio século de corporativismo e dependência colonial, e um decénio de indefinição revolucionária (o que se poderia considerar o nosso «choque socialista»), requeria algum amortecimento aos efeitos da súbita exposição ao mercado comum, composto de economias mais desenvolvidas. Tinham-se pois criado vários mecanismos de adaptação - programas de construção de infra-estruturas e modernização da indústria, fundos participados para o desenvolvimento de competências, apoios ao comércio e subsídios vários de reconversão da agricultura, pescas, turismo, etc.

Infelizmente, a utilização do que deveria ter constituido uma ajuda e uma preparação para o futuro foi completamente subvertida pela máfia local, e com a cumplicidade indiferente da máfia comunitária. O que se passou a seguir é do conhecimento público: por um lado, as potências agrícolas (e piscatórias) europeias, se tanto, estavam mais interessadas em explorar recursos comuns que vir um dia a competir em igualdade com o setor primário nacional (ainda que essa competição se limitasse ao bolo de subsídios); por outro, a burgessia do empresariado português, à boa maneira salazarista, olhou concupiscente para as ajudas comunitárias como uma nova e choruda oportunidade de subvencionar sem esforço o seu próprio enriquecimento.

Sob o consulado e benção de Cavaco, e apesar do relatório Porter encomendado por Mira Amaral, a estratégia da indústria portuguesa baseou-se na redução de custos existentes, encaixe de subsídios e absorção de despesa para as obras públicas de infra-estrutura. A mão-de-obra, apesar dos famosos cursos do Fundo Social Europeu, não deixou de ser barata - e agora até podia ainda ser mais, pela comparticipação associada; a inovação, quando aconteceu, foi limitada ao que poderia baixar custos (informatização, automatação), sendo que a transformação de baixo valor acrescentado continuou a representar o grosso da produção nacional (téxteis, sapatos, cortiça). Os colossos da construção civil, intimamente ligados ao poder, também tiveram aqui a sua génese ou agigantamento, quer por força das auto-estradas e aeroportos determinados por Bruxelas, quer pelas obras de regime (no que foi imitado em menor escala mas com igual entusiasmo pelas autarquias), quer ainda pela espiral descontrolada do crédito à habitação. Estavam criadas as condições para a estagnação futura da economia, assim que a generosidade comunitária acabasse e a união monetária entrasse em vigor.

Dentro dos limites da racionalidade, o «choque liberal» de que fala agora o ex-ministro socialista teria de ter acontecido após a entrada para a C.E.E.. Não foi assim porque nunca as forças vivas da terra tiveram quaisquer anseios liberais, preferindo seguir a tradição nacional de viver à sombra protetora do Estado, na altura já com a vantagem de, em democracia e numa Europa sem fronteiras, não lhe dever nem obediência nem retribuição. O "liberalismo" destes de agora - e muitos serão os mesmos - não será diferente, com a agravante que o nosso Estado está menos autónomo, mais enfraquecido, mais pobre e com menos recursos a pilhar. Não é, por isso, um «choque liberal» aquilo que se anuncia mas sim uma liquidação total.

sexta-feira, junho 03, 2011

Regresso ao passado

O sr. Passos Coelho tem dado muitos tiros no pé (talvez por isso, este nom-de-plume me soe a personagem de emérito deputado numa novela romântica de fim de século). Nenhum me mereceu comentário, não traz grande glória bater na inexperiência dos outros. Mas esta coisa de invocar a governação de Cavaco, como se de uma idade de ouro se tratasse, tem direito a destaque.

De que cavaquismo fala Passos Coelho? Aquele do qual não me esqueço só poderá ter deixado saudades ao próprio Cavaco e aos que das suas benesses se serviram, incluindo, julgo, este da vã glória de mandar numa juventude partidária.
Foi uma idade de ouro, com certeza, para o PSD porque ganhava, folgado, maiorias absolutas. E foi-o também para o bonapartismo paroquiano do doutor de York.

Nós ficámos com a economia do betão e da promiscuidade entre políticos e empresas - os boys originais -, com as fraudes dos fundos comunitários e concessões de obra, com o "capitalismo popular", com as hipotecas bonificadas pelos contribuintes, com as reprivatizações de encomenda. Com a refundação do clientelismo, o desmantelamento da frotas de pesca e marinha mercante, e o enterro da agricultura por meia dúzia de jipes, campos de golf e caçadas ao javali. Com o estímulo à assimetria litoral, o descarrilamento da ferrovia e a promoção da auto-estrada e do crédito ao consumo. Foram dias de coutos de loureiro e de todos os outros santos, de escândalos de corrupção semana a semana, de meias de turco branco, de derrapagens trilionárias de orçamento e respetivos contorcionismos no tribunal de contas, da invasão de gelados da menorquina e de fruta sensaborona, do estrangulamento da imprensa, do poço que passou a fonte, das marquises espelhadas, dos negócios das OGMA e da OGMA, do fim do ensino superior técnico e começo das licenciaturas inúteis, das universidades de vão de escada - formando gestores e advogados para o desemprego-, das requisições civis em dia de greve, das cargas e mangueiradas policiais, da tecnocracia arrogante, sem ideias nem ciência, dos G-men cinzentões, do moralismo pacóvio, da "televisão da Igreja", de Lynce, Borrego, Isaltino, Cadilhe, Duarte Lima, Costa Freire, Silva Peneda, Braga de Macedo...

Não poderemos nunca saber se, sem o cavaquismo, Portugal teria crescido melhor; naturalmente, tal dependeria de quem estivesse no lugar do então primeiro-ministro. Mas tenho a certeza que abundaram os cortesãos e feitores que cresceram à sua e à nossa conta e que Cavaco não corrigiu muitos dos problemas estruturais de que padecíamos e ainda agora padecemos, apesar - ou por causa - dos muitos milhões de subsídios comunitários com que foi pago para o fazer. Sabemos sim, em absoluto, que a "idade de ouro" de Cavaco foi uma oportunidade perdida.

Finalmente, também estou convencido de que, não fora o cavaquismo, e dado o seu currículo e competências pessoais, o atual líder "social-democrata" teria hoje tarefas mais prementes com que ocupar o seu tempo, em lugar de circular pelo país atirando inanidades destas numa campanha eleitoral. Como, por exemplo, contribuir para o nosso progresso dando aulas não sei de quê num liceu de província qualquer, sob a honestíssima graça de "Pedro Coelho".

terça-feira, maio 10, 2011

Desígnio nacional: a periferia

Com a privatização da CP e REFER (que, na prática já só existem para Lisboa e Porto), com a entrega tácita da TAP ao colosso BA-Iberia e com o "adiamento" do novo aeroporto para as calendas gregas, a insistência na construção do trajeto TGV em direção a Barajas só espanta os mais incautos - como o sr. Portas.
A centralização logística da Península Ibérica está completa. Depois queixem-se que somos periféricos.

Plano de rede de alta velocidade espanhol. Apesar de ali figurar a ferrovia Lisboa-Porto, agora abandonada, é evidente pelo mapa que nunca houve intenção de a ligar ao exterior da península. Ou passas por Madrid ou não passas.

Em pormenor nota-se a inflexão forçada para colocar Sines no azimute de Badajoz.

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Mapas retirados da Revista Militar

domingo, maio 08, 2011

O fim do mundo em calções


O momento de maior derrota de uma sociedade não é quando o estado que a representa se declara incapaz, entregando a governação a uma multinacional de financeiros. É sim quando, na mesma hora, o chefe desse estado olha para os resultados de uma competição desportiva de segunda categoria como razão suficiente para inveja por outras nações.

terça-feira, maio 03, 2011

Being Fernando Nobre


Tornou-se consensual ter cada vez menos respeito pelo percurso político do dr. Fernando Nobre, recentemente por ter "comprado" os votos do PSD para a presidência do parlamento (segundo lugar protocolar no Estado Português).

Todavia, se as listas partidárias contém nomes que apenas podem sujeitar-se a eleição para deputado, por que não repudiar com o mesmo asco qualquer cabeça-de-lista que tem a lata de se apresentar como candidato a primeiro-ministro? Quantos princípios nobres não terão estes cavalheiros trocado ao longo da sua vida, quantos compromissos aceites de espinha dobrada, pela vã glória de mandar?

quinta-feira, abril 07, 2011

O merceeiro

O sr. Santos da mercearia veio à televisão dar lições de moral aos políticos. Que são umas baratas tontas, que não percebendo nada de contas, como ele, puseram o país no vermelho.
Fala de cátedra, o sr. Santos da mercearia: altruista com poucos, ainda há pouco tempo distribuiu ele dividendos pelos seus magarefes e caixas. 275 euros de surpresa a cada um. Um mãos-largas.

Parece é que grande parte do vermelho do país se deve a compras ao estrangeiro. Inclusivé de mercearia. Como a do sr. Santos, onde, entre secos e molhados, pouca vianda há que não venha de França, de Espanha, da Holanda, ... Pior, na maior parte dos casos, o sr. Santos nem deixa o freguês saber saber a origem do que ele compra.

Vai haver quem diga que o sr. Santos não pode ser maluco como os políticos e, muito bem, orienta a sua mercearia para ter lucro. Isto é, não vai vender nacional se o importado sai mais em conta, não é sua função subsidiar irracionalmente a indústria pátria.

Com certeza, o lucro é objetivo legítimo do empresário, muitas vezes, o único. E o sr. Santos tem todo o direito a procurá-lo da forma mais eficiente possível. Mas nessa situação, sr. Santos, vá antes dar lições de moral para o diabo que o carrega.

segunda-feira, abril 04, 2011

O administrador dos correios e a licenciatura da vida

Tirado da caixa de comentários do Jugular (comentador nuvens de fumo)

"no fundo apenas revela duas coisas:


a primeira é que o carácter nada tem que ver com as funções
a segunda é que qualquer um pode chefiar desde que com as cunhas certas"

quarta-feira, março 23, 2011

O coelho branco e a rainha de copas

Por culpa dos próprios, a impressão que dá é que o PPC/PSD recebeu de potências estrangeiras o beneplácito para fazer cair o governo. E que, juntando essa falsa sensação de segurança à volúpia das sondagens, aquele senhor se convenceu que é o primeiro-ministro que a Europa dos que mandam deseja para Portugal.

Considerações de soberania à parte, nada podia ser mais irónico que acusar consistentemente Sócrates de viver uma fantasia para depois rodopiar, blood simple, ufano, no delírio do seu próprio País das Maravilhas.

quinta-feira, março 10, 2011

quarta-feira, março 09, 2011

O discurso de Cavaco não foi o de um presidente de todos os Portugueses

E só lhe fica bem. Dentro de um sistema republicano, nenhum presidente é escolhido por todos os Portugueses e não é por isso que perde legitimidade.
Até parece que queriam um rei, valha-me deus.

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Da democracia representativa

É agora a vez de Jorge Lacão dar voz à compreensível ambição de acabar com esta chatice de ter outros partidos no parlamento que não os do poder, por eliminação de 50 lugares na assembleia da república.

Camarada Lacão, porquê só cinquenta? Eu proponho irmos ainda mais longe e reduzir a representação parlamentar a um lugar por partido político, em eleições num círculo único nacional, para percentagens nunca inferiores a 25%. Naturalmente, o voto que este deputado teria em seu poder seria proporcional a essa percentagem conseguida, podendo as discussões que hoje se arrastam por dá cá aquela palha se virem reduzidas a dois dedos de conversa depois de almoço no bar do convento.

Já se viu a poupança?

sábado, janeiro 29, 2011

M***a de presidenciais



Agradecia que alguém mais informado que eu (ou afoito) identificasse a que candidato correspondem estas bandeiras que presentemente poluem o canteiro leste à fachada do Mosteiro dos Jerónimos. Pela tentativa de esconderijo, adivinha-se a última voz do javardo responsável: "manda-as aí para trás, que não se vê".

quinta-feira, janeiro 27, 2011

A ironia

Para variar, muitos eleitores deixaram a verificação do seu número de eleitor para o dia de eleições. Se fosse um prazo, era no último dia e à última hora.

Quando nos prometeram que o novo cartão do cidadão permitia a inconsequência, é fácil imaginar o regozijo geral. Estava tecnica e institucionalmente validada uma prática que tanto substancia a ética de trabalho nacional - aquela contra a qual a brava gente de direita se bate e se propõe substituir pela protestante.

Até aqui, tudo bem. Manda a cartilha deles que a história pertence aos fortes e não se facilita a vida a incautos: abaixo o c.c.; na minha mesa de voto não mete o nariz o Estado; etc.
O que já não se percebe muito bem é quando o nanny-state falhou em meia-dúzia de casos, e a avaliar pela chinfrineira, quase podia dizer-se que foi a brava gente de direita foi quem mais dele sentiu falta.

domingo, janeiro 23, 2011

Cavácuo

Excelente alcunha mas pouco abrangente. O cargo faz inevitavelmente o homem.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Faltam uma hora e dois dias

Para que se saiba quem irá salvar as baleias e o bacalhau, trazer a paz ao Médio Oriente e a comida a África, encontrar a cura para o cancro e para o Alzheimer. Descer os CDSs, construir aeroportos, acabar com a corrupção, dar casa, roupa e camembérre e cebolas e açúcar baratos, canais de futebol, carros novos e gasolina, hospitais em cada freguesia, três assoalhadas em parquê flutuante com garagem e mestrados com licenciatura incluida e emprego vitalício com reforma aos 50 anos para todos.

Respire fundo. Daqui a um pouco já pode começar a refletir.