segunda-feira, julho 14, 2008

A produzir espertos-saloios há mais de 3 gerações

Diálogo entre portugueses em Roterdão, os primeiros não têm cartão do banco:

"(...)
- Epá, a gente veio para aqui muito à pressa, respondemos a um anúncio no jornal e passados dois dias já estávamos a voar para cá. Não deu tempo para tratar de nada. Entretanto já fomos ao banco mas eles pedem-nos comprovativo de residência.
- Então e vocês não têm?
- Não. A gente mora na fábrica e o patrão não nos deixa dar essa morada.
- Então como é que são pagos?
- Ele passa por lá com 250 euros por semana e dá-nos.
- Épá, mas vocês sabem que isso é menos que o ordenado mínimo cá!
- Mas o ordenado mínimo é só para os holandeses, não é? O patrão diz que é assim. Diz que gosta muito dos portugueses porque quando é para trabalhar a gente trabalha a sério. Os holandeses tiram pausas para almoçar e saem do trabalho às quatro.
- Então e vocês, trabalham até que horas?
- Entramos às seis e saímos às oito. Se há encomendas também trabalhamos ao fim de semana.
- Então mas vocês têm visto notícias, não ouviram que há portugueses a serem explorados por cá?
- Isso deve ser pessoal que não quer trabalhar.
(...)"

Do Nadir dos tempos, via Arrastão. Vão lá ler o resto do diálogo que vale a pena.

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