"Tragam as espanholas!"
Quem chega a Espanha pelo aeroporto de Málaga, e ainda antes de chegar à zona de bagagens, é imediatamente saudado por jovens sorridentes que lhe espetam nas mãos um panfleto de uma das muitas empresas imobiliárias inglesas que dominam aquele mercado. A saturação da oferta é evidente e, cá fora, a destruição ambiental também.
Após 15 anos de peculato, construção desenfreada, tráfico de influências e crimes ecológicos, o governo espanhol dissolveu finalmente a administração autárquica de Marbella por corrupção.
Foram presos 23 membros da autarquia, incluindo vereadores da oposição.
Por cá, nomes como Fátima Felgueiras e Isaltino Morais despertam a indignação de todos mas mantém-se impunes e no poder; no Algarve, dezenas de autarcas enriqueceram e destruiram a paisagem natural e urbana durante anos a fio sem nunca sofrerem quaisquer consequências.
E naquela que era até hoje uma das poucas regiões que havia sobrevivido à sanha dos patos-bravos, o Alentejo, prepara-se agora desafectação do litoral à reserva natural da costa vicentina para permitir a construção de milhares de fogos, centros comerciais e mamarrachos vários que, à imagem de Marberlla, aliciem a vinda de ainda mais hooligans em férias alcoólicas para o nosso país.
Sr.Primeiro-Ministro: e se, ao menos por um momento, fizesse jus às suas próprias palavras e trouxesse uns espanhóis ou espanholas que o ensinassem a vêr-se livre dos corruptos locais? É que, em questões de ambiente e planeamento urbano, o modelo finlandês talvez ainda esteja um bocadinho inalcançável.
1 comentário:
Praticamente teríamos de meter na cadeia todos os autarcas. Mesmo os que afivelam a máscara do só eu sou honesto.
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