terça-feira, março 14, 2006

Speed-date com Gonzalez



ou e depois a culpa é dos soldados

Um percurso tenebroso

1997-um jurista obscuro, Alberto Gonzales, aconselha o então governador Bush a desobedecer aos acordos da Convenção de Viena com base no facto de que o estado do Texas não ser signatário de tais acordos.
Esta convenção, ratificada pelo Senado norte-americano em 1969, assegura ''o direito de um cidadão estrangeiro a constituir a sua defesa com recurso a conselheiro jurídico do seu próprio país''.
Dois dias depois, o estado do Texas executou o cidadão mexicano Irineo Tristan Montoya, apesar dos protestos do governo federal mexicano por nunca ter sido informado sequer da sua detenção (como obriga a mesma convenção).

Maio, 2000-logo após ter sido eleito para o Supremo Tribunal de Justiça do Texas, o juiz Alberto Gonzalez recebeu contribuições da empresa Enron e dos seus advogados no valor de USD$35,450. No total, Gonzales acumulou USD$100,000 em 'luvas' pagas por várias empresas.

Janeiro, 2002-O conselheiro para a Casa Branca Alberto Gonzalez afirma em memorando que as disposições previstas pela Convenção de Genebra são obsoletas e devem ser revistas.
Desde então, a administração da Casa Branca passou a considerar que os prisioneiros detidos em Guantanamo não estão ao abrigo daquele acordo internacional.

Agosto, 2002-Alberto Gonzalez aprova um memorando (em conjunto com o vice-presidente Chenney) em que considera que ''as leis que proibem a tortura não se devem aplicar à detenção e interrogatório de combatentes inimigos''.
O memorando vai tão longe quanto especificar, sem restrições morais, o entende que pode ser causado por essa tortura: ''morte, disfunção orgânica, perda de capacidade motora."

Alberto Gonzalez é Attorney General do país mais poderoso do mundo desde Novembro de 2004.

1 comentário:

maloud disse...

O país que gosta de dar lições de direitos humanos e democracia, com um paternalismo irritante, a todo o mundo, coloca-se sempre fora dessas minudências. Guantanamo é o paradigma.