Quotas e OPAs
O BPI, um dos maiores bancos nacionais, nunca se preocupou em definir uma política centralizada de género, deixando às várias direcções operacionais a liberdade de critério nas contratações. A direcção de desenvolvimento web, e.g., chegou a ter 80% do seu pessoal composto por colaboradoras. E era co-chefiada por uma mulher.
No outro lado do espectro, o BCP tem um cadastro preocupante. Nos anos noventa, e por se recusar a contratar mulheres ou despedir as que engravidavam, mereceu uma investigação à conduta laboral e o epíteto de 'Banco Com Preconceitos'.
Não contentes com isto, a sanha reaccionária da sua administração encontrou depois uma outra forma de judiar com os seus colaboradores: qualquer transacção bancária pessoal era passível de análise moral e podia ser usada como instrumento de intimidação.
Agora parece que o BCP quer comprar o BPI e um dos resultados dessa fusão pode vir a ser a criação do maior empregador do sector bancário.
As virgens do mercado excitam-se com o dinamismo da operação, até parecendo que vão a cavalo com os heróis das bolsas. As carpideiras do sector público estremecem com a agressividade do capital.
Alheio a tudo isto, o governo vai repescando os apontamentos da era Kennedy e cozinhando mais um disparate de engenharia social. Pena é esquecerem-se que o seu chefe só por provincianismo anda titulado de engenheiro.
P.S.: como anedota, conto o caso de um colaborador do BCP, exemplar mas com pêlo na venta, que por isso foi convidado a ter uma conversa com a chefia da direcção onde trabalhava. O director, depois de mostrar conhecimento sobre uso do cartão de débito numa discoteca da capital à 1 da manhã de quarta-feira, aconselhou o seu subordinado a não repetir a façanha pois aquele não era este tipo de comportamento que o Banco esperava de um seu colaborador.
A história correu todo o departamento e no fim do mês, depois de receberem o salário, praticamente toda a gente tinha transferido o dinheiro disponível para uma conta em outro banco. Agora, quanto desse dinheiro acabou no BPI, já não vos sei dizer.
2 comentários:
O BPI foi uma criação de um democrata Artur Santos Silva.
O BCP sempre foi dirigido pela Opus Dei.
Sim, o P. Teixeira Pinto, mais conhecido por PQP.
Enviar um comentário