quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Todos os homens são iguais

João, meu filho, deixa-me que te ensine uma coisa.

Todos os homens são iguais. As mulheres também.

E foram sempre iguais.

Em 33, 453, 1453, 1789, 1913, 1914, 1918, 1929, 1939, 1945, 1985, 1995, 2000, 2001, 2006, os homens, a humanidade, foi sempre a mesma.

Não há períodos altos nem baixos, progresso ou regresso, melhor ou pior.

Na Alemanha de 1942, na Alemanha de 1985, na Rússia, na China, nos EEUU, na Arábia, a humanidade é a mesma.

As diferenças morais, as tristes histórias de massacres e genocídios, ou os momentos de triunfo daquilo a que chamam liberdade, democracia ou justiça fazem parte por inteiro do património de toda a humanidade.

Uma sociedade onde se aceitam e se praticam crimes de morte não difere duma dita sociedade democrática em nada que seja fundamental.

Toda a morte indivudual é uma tragédia mas milhões de mortes são uma estatística.

O progresso é uma utopia que acaba sempre por se revelar pouco práctica.

Por isso tens de aprender a aceitar a realidade tal como ela é, imutável. Liberta-te de preconceitos morais de qualquer espécie.

Se assim fizeres serás saudável, rico e feliz. Se todos o fizerem, todos serão saudáveis, ricos e felizes.

Desejo-te tudo isso.

E já agora, desejo-te muita criadagem para lavar a louça do jantar.

Ouve aquilo que o teu pai te diz.

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