Roubaram-me o telemóvel!
Numa correria para fugir à chuva deixei cair o telemóvel do bolso.
Um engraçadinho apanhou-o e não mo quis devolver, apesar dos meus insistentes telefonemas.
O telemóvel não era grande coisa e rapidamente o substitui por um ainda pior.
Mas a situação deixou-me irritado. Não tanto pelo preço que paguei pelo novo nem pelo facto de me terem abafado o telemóvel e ainda se terem rido na minha cara.
Aquilo que me deixou verdadeiramente irritado foi o facto de os usurpadores terem tido acesso à minha agenda telefónica.
A privacidade é um bem cada vez mais escasso logo cada vez mais precioso. Investem-se biliões em empresas cujo maior valor acrescentado é a capacidade de descobrirem os nossos hábitos e interesses e de registarem as nossas ideias.
O mínimo que fazem com essa informação é tentarem tirar-nos a maior quantidade possível de dinheiro. A Amazon e a Google são dois dos melhores exemplos.
Utilizo os serviços destas empresas porque estes serviços são úteis, embora dispensasse o interesse da Amazon em sugerir-me novas compras, inferidas a partir daquelas que eu já fiz.
O Google pode fornecer dados sobre as minhas pesquisas e os meus e-mails a quem tenha força suficiente para lhe os exigir.
Eu não sou um caso minimamente interessante mas o governo Chinês acha que muitos dos seus cidadãos merecem tal atenção.
A ocasião faz o ladrão e a tentação gerada por estes mecanismos é demasiado grande para ser ignorada.
Tudo em nome da Segurança, da moral e dos bons costumes, claro.
Por isso me irritou que os pequenos larápios tenham oportunidade de conhecer os números de telefone dos meus amigos, colegas de trabalho e médicos.
Mas nesta história da privacidade os polícias da moral são piores que os piratas do betão.
A minha irritação está mal dirigida. Amanhã passa.
1 comentário:
estás a esquecer-te da empresa de telecomunicações de que és cliente. essa sim, conhece a tua vidinha ao detalhe...
big brother is watching you
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