R.I.P. Ron Asheton
Ouvi Adolfo Luxúria Canibal dizer uma vez num programa de televisão que só ouvia jazz até ao dia em que lhe chegou às mãos um disco de Iggy Pop and The Stooges.
O impacto da audição foi tão grande que nesse mesmo instante o jazz perdeu um adepto e o rock ganhou um militante.
Antes de Adolfo Luxúria Canibal, Asheton já havia influenciado toda uma geração a que se convencionou chamar "Punk".
Para ambos factos contribuiu em grande medida o poder sónico da guitarra eléctrica de Ron Asheton: minimal e corrosiva como o(s) ácido(s). O feed-back e a distorção como uma arte.
Consta que, para ensaiar e gravar o primeiro disco, Iggy Pop tinha que "comprar" os restantes elementos da banda com drogas. Asheton talvez fosse um artista reticente, mas pelo preço certo deu forma a (pelo menos) duas obras primas do rock'n'roll: "The Stooges" e "Fun House".
Eu, ajoelho-me no tapete do escritório e curvo-me na direcção de Detroit.
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