Países periféricos
Dorean, nesta posta, omites que a Austrália tem o tamanho de um continente e os recursos naturais equivalentes (para uma população que é metade da população de Espanha), sendo ainda o último continente a começar a ser explorado pelo homem.
Adiante.
Também não concordo com o artigo do João Miranda, claro.
É verdade que a forma preguiçosa de atrair capital se baseia em mão de obra barata. Mas esse plano só convém ao Estado e aos 5 ou 10% por cento que beneficiam.
Por outro lado, assenta numa visão da economia que é pouco inteligente e está agora completamente ultrapassada: a de que o desenvolvimento da economia só se consegue atraindo capital estrangeiro.
Ora a tendência para atrair capital estrangeiro resulta acima de tudo de uma tentativa para compensar uma balança de transações deficitária. O objectivo da política económica deve ser pelo contrário inverter o défice na balança de transações através do aumento das exportações.
Como o nosso único recurso é practicamente o material humano e como este não é lá grande coisa, a solução para este país periférico é atrair os melhores recursos humanos que consiga encontrar e que se mostrem dispostos a vir.
Isto é, Portugal precisa de uma política activa e deliberada de imigração e de atracção dos melhores (aliás, como a Austrália fez no passado, e não me venham com a história dos degredos de Inglaterra).
Para tal, há que os convencer a vir para cá e uma das formas para o fazer é, naturalmente, oferecendo bons salários, ou muito bons salários, o que, a prazo, se a política funcionar, claro, implica um aumento generalizado do nível salarial em Portugal.
Aliás, foi exactamente uma política deste género que se praticou no início dos Descobrimentos. ( Ou pelo menos, os livros de história assim o dizem, lembram-se? )
So much para a política de desenvolvimento à empresário do Norte, que já está morta e enterrada há muito tempo.
Dah!!
1 comentário:
Ora bem: apesar da periferia, a Austrália nunca deixou de atrair mão-de-obra qualificada.
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