As casas de Luanda
O 25 de Abril tornou-se consensual. Alguma direita com mais uns dedos de testa sabe que o fim das revoluções, seja ele qual for, entrega-lhe a vitória. A prova é que, há menos de duas semanas, poucos eram aqueles que não enchiam a boca com liberdade e democracia, independentemente da sua orientação eleitoral.
Ora, ele há sítios onde raramente eclodem revoluções. Nessas paragens, as gentes têm não menos carinho pela liberdade e pela democracia mas, em lugar de as celebrarem uma vez por ano, exercem-nas todos os dias.
E não são egoístas com o seu privilégio. Por exemplo, se um governo, seu representante, se porta mal e negoceia com ditadores, irá ter sérias dificuldades em governar os seus representados.
Muito menos uma instituição financeira privada se arroga a alinhar publicamente com governos mafiosos estrangeiros e contra a sociedade civil: era o fim da sua credibilidade e também do seu negócio.
Aqui, não: somos revolucionários em pasto de café. Conquistámos o direito a ruminar enquanto nada se passar connosco. Mas sempre com aquele sentimento de superioridade de quem, "se for preciso", vai lá e parte a loiça toda ao patrão.
E são mais três imperiais, s.f.f..
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