sábado, maio 24, 2008

As reformas

Sobre a Segurança Social e as reformas existe em Portugal um factor de desequilíbrio e injustiça de que ninguém fala.
Refiro-me a todas aquelas pessoas que, recebendo uma pensão ou reforma, continuam a trabalhar activamente.
Não me refiro aos beneficiários das pensões de miséria de que o PCP tanto fala. Refiro-me aos outros, à classe média e alta.
É louvável e importante que essas pessoas se mantenham activas. Mas é extremamente injusto que essas pessoas putativamente tirem trabalho a um jovem desempregado, ao mesmo tempo que beneficiam dos descontos dos jovens trabalhadores.
Se há situação em que o contrato social entre gerações não é respeitado, ela é esta.
Porque é que essas pessoas beneficiam de uma reforma se continuam activas no mercado de trabalho?
Porque é que se fala das acumulações nos cargos políticos mas não se fala destas situações? (O que interessa é se o ex-Presidente Eanes tem direito a duas reformas)
Porque é que essas pessoas não são obrigadas a escolher entre a sua (boa) reforma e o seu rendimento de trabalho?
(Já agora, porque é que os gestores, quando recebem compensações milionárias das empresas que geriram, não são obrigados a ficar fora da actividade durante cinco ou dez anos?)
Quanto é que a Segurança Social poupava se essas pessoas fossem obrigadas a escolher?
Quantos empregos se criavam?
Eu sei. Com a pirâmide de idades invertida, essas pessoas formam uma parte significativa dos eleitores.
Para além disso, são os nossos pais, tios, etc, que nos ajudam nas horas de dificuldade, para comprar casas, carros, etc.
Quando os temos. Quando não os temos, putz!, como dizem os Brasileiros.

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