A exigência portuguesa
Emigrou do Porto para Neuchâtel em 1986, ano da gloriosa entrada de Portugal na CEE. Hoje é serralheiro. Honra ao trabalho mas nada o distingue de outro serralheiro de qualquer raça.
Mas empresa onde este e tantos outros trabalham conseguiu o contrato de fornecimento das 60 e tantas medalhas que serão atribuídas aos três primeiros classificados do Euro 2008 de futebol.
Motivo mais que suficiente para a televisão anunciá-lo como o "português que é o medalheiro do Europeu".
São exactamente 2 minutos e 17 segundos de jornalismo das tascas, sem contar com os teasers à peça.
Dando espaço ao orgulho nacional, pensei em sugerir à RTP uma reportagem com o título "a famosa limpeza da Suiça afinal é portuguesa!" , que podia incluir directos com as senhoras que lavam as casas-de-banho no edifício da Roche, por exemplo. Sem elas, aquilo era um chiqueiro, com certeza.
Mas depois lembrei-me que o Expresso se antecipou em tempos no tema com uma entrevista à criada alcoviteira da Claudia Bruni. Não se pode melhorar o que já é perfeito, não é?
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