Com licença, sexo anal. Obrigado pela atenção.
Decididamente, a "dr.ª" Patrícia Lança, (aka, Patrícia McGowan Pinheiro) tem um problema qualquer com o sexo anal.
Já no passado, a Sr.ª Pinheiro se lançou numa cruzada contra a dita recreação, misturando uma fé inabalável no propósito divino da SIDA com as mais bizarras crenças "científicas" sobre fisiologia humana.
Desta feita, a ex-deputada do PSD (!) volta a carregar sobre a sodomia com um argumento do século passado: o da preferência do vírus maldito pelo seu grupo de risco homossexual masculino.
Não resisto a responder à última e inenarrável posta de Patrícia Lança/Pinheiro/... fazendo-lhe chegar um dado importante, raramente tido em conta nos seus vôos de insurgente loucura.
Salvo erro (confirme, sff e tal), aquilo que afirma é que em nenhum dos por si considerados grupos de não-risco, heterossexuais, (doravante chamadas 'amigas do peito' e 'amigos das mamas') houve aumento da incidência quer da doença (SIDA) quer do virús (HIV). O que prova aos seus olhos a iniquidade da sodomia.
Mas aqui é que a porca torce o rabo (ou o põe a jeito). Pois quem sabe de fonte recta e idónea, i.e., as amigas do peito, sabe que o sexo anal não é prazer exclusivamente desfrutado com sofreguidão pelos homens homossexuais (doravante chamados 'amigos do peito dos outros').
Aliás, tanta impertinência ao cimo da linha d'água faz-me pensar, salvo as inevitáveis idiossincrasias (categoria onde calculo se enterra Lança), se o gosto do gineceu pela invasão não será um segredo de polichinelo das próprias, forma de vestir falso pudor com privilégio.
Seja como for, tal forçosamente requer a intervenção dos amigos das mamas ou de amigas das mamas: ambos grupos de não-risco. Isto no total resulta exactamente nos mesmos três grupos que, segundo a própria "dr.ª", apresentam evolução no diagnóstico bastante estável.
E tendo em conta que amigos das mamas e amigas do peito estão em maioria no mundo... Já ninguém vai em grupos.
Haveria mais a contradizer (jovens hetero cada vez mais cedo e sem preservativo, ...) mas estou sem pachorra.
Quanto às interjeições da autora acerca da prática do fisting, deixarei o responsório para uma outra oportunidade, pois é tema que considero merecer discussão mais alargada. Salvo seja.
NOTA: Quem teve ou tem acesso ao que se passa num hospital como o Curry Cabral também estará por dentro da mui democrática demografia dos doentes com SIDA; contudo, o facto parece passar desapercebido a alguém que já teve responsabilidades políticas num partido de poder.
Isto é algo que se deve ter em consideração na próxima vez que houver eleições legislativas, provando que não é por votar no centrão que os meus concidadãos evitam radicais lunáticos no parlamento.
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