Em directo de Viena
Estou sitiado pelo Turco e as insígnias das duas federações de futebol não poderiam ser mais recorrentes. No ecrã gigante em frente à Rathaus (um de oito), um crescente opõe-se à cruz templária.
Não sei se tal imagética invocará algum espírito de cruzada nestes tempos de supostos choques civilizacionais. Mas certo é que, cada vez que a selecção avança avança, ouvem-se uns "POR-TU-GAL!" numa mistura de sotaques croata, austríaco, alemão, polaco, grego e até espanhol. No mínimo, quer parecer-me que cá para leste ninguém gosta assim muito dos turcos. Isto mesmo é-me confirmado pelo vendedor da barraquinha dos Käsekrainer mas como ele é sérvio não acho inteligente perguntar-lhe porquê.
Para mim tanto faz e, pelo menos, já me sinto mais acompanhado na minha t-shirt verde-rubra (comprada em Barcelona em 2004, no dia seguinte à vitória sobre os espanhóis).
De resto, a rapaziada é bem comportada. Bebe-se muito mas, tirando um culturista com complexo de meia-altura e muita garganta, o povo é sereno e a ausência da selecção inglesa neste campeonato vai passando agradavelmente desapercebida. Às onze e meia já o recinto está vazio e a festa, sem futebol, continua por esses bares fora.
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