segunda-feira, abril 09, 2007

Uma tragédia grega

Do blogue Revista Atlântico, "O realismo conjugal", por Pedro Lomba (republicação de artigo da edição impressa acerca do estudo "Famílias em Portugal" com coordenação de Karin Wall, edições ICS, 2005):

"Quando se trata de escolher os cônjuges, uma coisa séria, encontramos o mesmo comportamento realista e convencional. O elemento que predomina nas escolhas conjugais é a proximidade social e profissional dos cônjuges. Um terço das uniões encaixa nesse padrão. As diferenças culturais, económicas ou sociais são irrelevantes e, mais ainda, são intencionalmente evitadas. Os cônjuges, no essencial, têm profissões semelhantes, têm as mesmas habilitações, pertencem à mesma classe social e conhecem-se nos mesmos meios. (...) Não há cá nada de ímpetos, riscos, romantismos, incertezas.

(...) E as coisas são precisamente assim: os nossos sociólogos confirmam que os cônjuges portugueses são criaturas praticamente iguais entre si. Acima de tudo a certeza. As coisas são exactamente como pensamos que são. A realidade não é romântica."


Em casa, no trabalho, do governo aos jornais, o nosso comezinho drama pessoal em nada se distingue do colectivo: acomodação-resignação-depressão. Ou, dito de forma mais fina, ethos-pathos-tanathos (*).

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(*) inspirado numa conversa longínqua com a Z.

4 comentários:

luís Vintém disse...

Mas que raio, então agora querem que um gajo que mora em Portugal (é um supôr...) arranje namorada em Madrid, que esta tenha menos 11 anos que ele e se dedique a coisas das quais o gajo não entende nada tipo, sei lá, neurobiologia?..
A vida não está para estas coisas, pá, pão-pão-queijo-queijo é o que a malta quer!
Além disso, o pessoal já está careca de saber que o romantismo acaba sempre mal, que o digam o Tristão e a Isolda, o Romeu e a Julieta, o Simão Botelho e a Teresa de Albuquerque...

Unknown disse...

Namorada espanhola é batota... :)

D. Ester disse...

1/3 não me parece maioria de coisa nenhuma, mas devo ter um problema com a aritmética. Ou com a estatística, evidentemente.

Provavelmente encontram esse padrão porque as pessoas se conhecem nas faculdades ou nos locais de trabalho, sítios onde passamos a maioria do nosso tempo.

tirar daí ilações sobre o cinzentismo dos relacionamentos parece-me um passo maior que a perna.

Unknown disse...

O sítio onde nos conhecemos irá determinar a manutenção dessa relação? Visto assim, um terço é uma imensa maioria.