Não é sumo de laranja, é laranjada
Julija Tymoschenko nunca foi flor que se cheire embora tenha estado lado a lado com Yushchenko na famosa revolução laranja de há anos atrás contra o candidato pró-russo e as influências de Moscovo. Pergunta-se agora o que a terá feito trocar de fidelidades durante a crise georgiana e acabar com a aliança que mantinha no parlamento com o partido do presidente.
Ora bem.
Julija é dona de uma fortuna pessoal calculada em 11 mil milhões de dólares (ver o interessantíssimo "Casino Moscow" de Matthew Brzezinski, 2001) e um caso exemplar de capitalismo selvagem de leste, começando na distribuição de vídeos (sem piadinhas) e acabando no gás natural que vende aos industriais seus compatriotas a $300 por milhar de metro cúbico.
Em Julho passado, e imediatamente antes da intervenção de Putin na Geórgia, Alexey Miller da Gazprom fez da empresa da primeiro-ministra ucraniana um parceiro preferencial ao vender-lhe o precioso combustível por $179.5/Km3, um preço normalmente reservado para amigos como Viktor Yanukovych (para quem já se perdeu nesta história, o tal candidato pró-russo).
Tendo em conta a enorme dependência da Ucrânia de gás russo e a margem de lucro garantida, 60%, é preciso explicar mais alguma coisa?
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