sexta-feira, agosto 15, 2008

A minha felicidade é o retro

Entre abcazes e ossétas, resolvi fazer uma açorda.
Pão azedo não foi difícil de encontrar, tendo sido pacientemente colocado em secadoura para adquirir a devida consistência.
O problema foram os coentros. Onde diabo iria encontram coentros nesta terra, valha-me deus? Tinha três dias para descobrir a erva, que era o tempo que o pão levava a desidratar.
Para ajudar, não me lembrava nunca da palavra em alemão, fazendo levantar muitas sobrancelhas nos supermercados enquanto apalpava o ervanário em exposição para lhe sentir o cheiro.

Afinal, graças à popularidade pós-Jamie Oliver da cozinha tailandesa, era Koriander, vinham plastificados e eram mais caros que um quilo de túbaras pretas.

Resistiram duas semanas dentro do pacote. Usei metade e devolvi a caixinha de plástico violada ao frigorífico. No dia seguinte, como que por milagre, estava tudo murcho.

Achei graça e contei este importante sucedido à S.. Prontamente, deu-me uma descompostura ao telefone e explicou-me que isso era por terem sido irradiated e que não devia voltar a comprar rubbish desse ever again.

'Irradiados'? Então mas a transgenia não tinha já substituido os pavores pelos atómicos na cultura popular?
Decidamente, esta rapariga vive nos anos oitenta apesar de lá ter nascido.

Ainda assim, ficou com inveja da açorda.

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