Recordação de Mombaça
É uma daquelas historietas do tempo dos impérios. Reza a mesma que uma expedição holandesa a Mombaça, com o legítimo intuito de resgatar a praça do domínio português, encontrou resistência inesperada por parte da guarnição local.
Na esperança de evitar uma luta prolongada que depauperasse as suas forças, tornando a futura ocupação impraticável, o comandante flamengo propôs ao seu correspondente português que se resolvesse a questão por meio de combate singular; escolhia-se o mais forte entre cada um dos exércitos e quem ganhasse levava a cidade para o seu lado.
Dizem que a isto o 'nosso' comandante concordou, mas com uma ressalva: que o outro escolhesse não um mas dois soldados para a contenda "pois é sabido que um português vale pelo menos por dois holandeses".
Esta estória de basófia vem a propósito das últimas novidades de Timor.
Apesar da presença em território timorense de mais de 2000 soldados e polícias australianos, estes não só demonstraram ser incapazes de reestabelecer a ordem pública como até muitas vezes se vêem na contingência de solicitar a ajuda de alguns dos cerca de cento-e-tal militares da GNR para ali enviados pelo governo português.
Sem pôr em causa a competência da Guarda na resolução de situações de controlo de multidões, parece-me irrazoável que tanto músculo austral se desperdice em operações de voyeurismo impertinente.
Será por isso que Mombaça ainda ficou nossa por mais uns anos?
Sem comentários:
Enviar um comentário