quinta-feira, agosto 17, 2006

O multi-culturalismo

Um amigo contou-me a seguinte bizarria, passada há duas semanas numa free house em Inglaterra.

'Era um quadro encantador: alguns ingleses de ambas as idades e todos os sexos acabavam de regressar de uma dessas manisfestações espúrias contra o "terrorismo israelo-americano".

Sentaram-se à minha frente com a disposição aparente de dever cumprido. Entre eles, uma mulher repelente vestia uma t-shirt com piadinha cáustica anti-bush. Havia também um barbas envergando com [duvidoso] orgulho, o amarelo e verde com a AK-47 e tudo do logo do Hezbollah.

Depois de algumas pintas de bebidas fermentadas, uma das mulheres do grupo, companheira de outras causas, colocou-se em dúvida e começou a falar qualquer coisa que não percebi acerca dos direitos das mulheres muçulmanas. Não deve ter sido considerado
kosher pelos outros pois foi imediatamente interrompida pela camarada anti-bush: "Desculpa mas estás a ser racista. Não podes julgar o mundo pelos teus olhos ocidentais. É uma outra cultura, precisamos respeitar a sua especificidade. E não penses que nós aqui estamos melhores!"

Puxei de um cigarro e provoquei a tosse convulsa daquela mesa ainda antes de o acender.
"Não," pensei, "de facto, não estamos".
'

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