quinta-feira, maio 14, 2009

Não é preciso um golpe de estado

Nem mudar a constituição para fazer aumentar a mobilidade geográfica dos burros dos comunistas dos Portugueses, que teimam em não se desenvolver, aspiram a viver melhor e ainda por cima andaram a tornar-se proprietários da sua residência.
Eu sou brilhante e conheço a solução mágica. Quem quer mover-se geograficamente pode sempre alugar a casa de que é proprietário e alugar uma casa no sítio para onde vai trabalhar. E ainda contribui para dinamizar o mercado de arrendamento. Duplamente.
Não é preciso nem mudar a constituição nem fazer um golpe de estado.
Quem sabe há outras outras razões que fazem com que algumas (muitas?) pessoas resistam a emig... A exil... A mover-se geográficamente, como se diz na Novilíngua?
Quem vive neste mundo, é capaz de raciocinar a partir das causas para os efeitos e não anda a inventar causas que justifiquem os efeitos que se quer atingir, consegue identificar algumas dessas razões.

9 comentários:

dorean paxorales disse...

"alugar a casa de que é proprietário e alugar uma casa no sítio para onde vai trabalhar."

Ó homem!, isso é passar de cavalo para burro!

Aardvark disse...

?
tu também achas que é preciso um golpe de estado...

christ!

dorean paxorales disse...

sabes bem que sou avesso a golpes & revoluções. sou mais pelo choque do contra-exemplo.

por isso, tive esperança que o crunch fosse abanar os cônscios reivindicativos desse novel direito humano, a compra.

ao contrário daquilo que os traficantes apregoam, a mobilidade social tem pouco que ver com a propriedade. viver melhor também não (e numa enorme percentagem, muito pelo contrário).

nada pode ser mais eficaz para acabar com o tráfico que deixar o vício mas é preciso mudar 1-uma-1 lei.

não é necessário ser brilhante para descobrir a quem interessa que essa lei fique como está.

quanto à mobilidade geográfica, deve ser piada. mobilidade geográfica foi coisa que não faltou nos últimos 200 anos. e não é preciso ir ao brasil.
sem imigrantes transmontanos e minhotos o alentejo pós-invasões francesas seria um deserto.
mais tarde, sem os seus descendentes (alentejanos), não haveria margem sul, cinturão industrial, subúrbios em geral, pressão imobiliária, e novo deserto no alentejo.

dorean paxorales disse...

já agora, com o primeiro comentário pretendia concordar com a tua proposta e dar um cheiro de como os "burros dos comunistas dos Portugueses" reagiriam a uma sugestão perfeitamente lógica, exequível e financeiramente estanque.

Aardvark disse...

Sim, eu percebi que concordas com o postal.

Só me aflige a presunção de que os Portugueses comuns são essencialmente parvos. Juntamente com o golpe de estado por geração, alimentar essa ideia é a demonstração da menoridade política de Portugal.

Aliás, como acho que sabes, são as elites Portuguesas que são medíocres e que não estão à altura das suas responsabilidades. Não são os Portugueses comuns.

dorean paxorales disse...

pois, a velha questão: a mudança funciona por cima ou por baixo?

na minha modesta opinião, a menoridade política é transversal à sociedade. aliás, as elites dão-se ao luxo de serem medíocres por isso mesmo.

li em tempos uma entrevista do coissoró em o mesmo descrevia como era ingénuo quando chegou ao parlamento. vinha cheio de garra, convencido que ia ajudar a mudar o mundo. e como depois quem mudou foi ele.

dorean paxorales disse...

os golpes de estado por geração demonstram que não se muda nada por cima (isto é independente das cantilenas ideológicas que os acompanham) e que, por contra-exemplo, com governados evoluídos, a mediocridade dos governantes tornar-se-ia irrelevante por ser remediável e tendencialmente extinguível.

mas isto sou eu a imaginar, que também sou ingénuo.

Aardvark disse...

aliás, eu falava de mobilidade geográfica, não de mobilidade social.

lapso freudiano.

dorean paxorales disse...

ah, pois. mas para muito crente é o reverso do mesmo.