quinta-feira, março 26, 2009

A ler

"A legislatura perdida-2", por João Gonçalves (Portugal dos Pequeninos), a partir da carta de Manuel Maria Carrilho à Fundação Res Publica, publicada ontem no DN:

Que nos diz Carrilho? Três coisas muito singelas. A primeira, que o PS não cumpriu o seu programa para a Cultura e daí o termo "legislatura perdida" («A política cultural tornou-se assim cada vez mais invisível, ilegível e incompreensível, ameaçando fazer, dos anos 2005/09, uma legislatura perdida para a cultura.») Depois, que o PS de Sócrates reduziu o orçamento para a Cultura à ínfima espécie (0,3%) o que nem a "direita" tinha feito.
Finalmente, e passo a citar, «um conjunto de decisões imprudentes e mal preparadas, que rapidamente exibiram as suas múltiplas consequências negativas. Basta olhar, para o compreender, para as condições - que desafiam o sentido de interesse público - de cedência do CCB para a instalação da Colecção Berardo. Ou para a decisão de construir um inútil novo Museu dos Coches, ao mesmo tempo que os museus nacionais sobrevivem em condições dramáticas e são objecto de um garrote orçamental que, só em 2008, os privou de 72% das suas verbas de funcionamento, deixando-os à beira do colapso. »

(...)

Balanço: «em síntese, são três os pontos que caracterizam hoje a situação da política cultural: um estrangulamento orçamental sem precedentes, uma ineficácia e incapacidade administrativa que se tem agravado e uma persistente ausência tanto de estratégia global como de políticas sectoriais. Estes factores têm naturalmente conduzido a uma progressiva descredibilização da acção cultural do Estado, não sendo por isso de admirar que se multipliquem as vozes que põem em causa a própria razão de ser do Ministério da Cultura.»

Sem comentários: