quinta-feira, março 19, 2009

Dúvidas virtuais

Extractos do JN do dia 4 acerca do "i":

O "i", nome registado para o título, dirige-se à classe alta, "um público que olha para a informação com rigor e exigência". Martim pensa que "há um enorme mercado não preenchido. Temos a certeza que não vamos fazer sumir leitores dos outros jornais".

Começa bem. De facto, a imprensa portuguesa anda inculta, capacheira, miserável, futeboleira. Percebe-se por que razão até jornais arménios se vendem nos aeroportos internacionais; dão prejuízo ao quiosque mas parecem mais cosmopolitas que os portugueses.

Este público-alvo passará a ter disponível na Primavera um jornal "com um formato igual ao espanhol ABC, agrafado, com um papel mais pesado e com menos 35 a 40 por cento de páginas do que os outros jornais".

E... Já borraram a opa.

Um diário que "não vai ser mais barato, mas pode custar o mesmo que os outros" e que não terá suplementos, com excepção de uma revista publicada ao sábado e editada por Pedro Rolo Duarte, que nos anos 90 criou o DNA, um suplementos marcante do Diário de Notícias.

Ahem. Isto não é um jornal, é um digest diário. Um panfleto aspanholado. Um "Destak" versão couché para mesinhas de café e salas de espera.
Palpita-me que vai falir.

Mantêm-se, no entanto, ao longo da semana quatro secções, "que não são estáticas": Opinião, Radar, Zoom e Mais, onde está incluído o desporto.

Pois. A começar pelo nome ridículo, os nomes das secções seguem a lógica pós-moderna de designers da Moviflor.
Ai vai falir, vai.

O online, a par do papel, é um dos eixos do novo projecto."Não replica as formas que usam os outros online. Não é um portal, é um 'hub' - recebe pessoas e distribui-as para onde quiserem ir. Agrega notícias, para não obrigar a um zapping de sites", descreve.

Que é como quem diz, "comprem o papel e não me dêem trabalho".
Isto claro que não é um eixo, é um frete que tem de se fazer ao público.
Faz lembrar a típica empresa tuga, quando indica, moderníssima, o seu url e vai-se a ver é uma página com logótipo, slogan e nada mais.

Já agora, alguém sabe como se faria uma busca bem sucedida pelo futuro sítio do "i"? Ah, pois é.
"I"sto já está mais que falido.

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