Da superioridade da Europa
Muitas e transversais foram as loas à eleições na América e aos americanos, que "só ali é possível acontecer revoluções destas" e assim. Da minha parte, a única coisa que me impressionou foi a excelência da retórica capaz de multiplicar o número de eleitores activos (85%). Fora isso, nada ali causa inveja a nenhum europeu nem serve de lição de democracia para ninguém no mundo. Alguns exemplos aleatórios:
-as dúvidas levantadas quanto à idoneidade do processo de votação e contagem de votos levavam quase a imaginar a necessidade da presença de observadores da ONU;
-a cupidez doentia e hipócrita pela vida privada dos candidatos;
-a influência esmagadora do racismo, da xenofobia, do sexismo;
-last but no least, pago um jantar de lagosta (*) a quem me indicar um candidato a vice-presidente que estivesse convencido que "África" é um país. Juntas de freguesia e agrupamentos desportivos incluidos.
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(*) inspirado no Sorumbático
7 comentários:
Muito grato pela (p)referência!
Abraço
CMR
Podes pagar-me um jantar de lagosta, de qualquer maneira.
Aardvark, preguiçoso
Caro CMR (e ex-vizinho, pelo que me apercebi)
Ora essa, eu é aque agradeço a visita. Outro.
Aadvark, meu velho,
Pago-to em Dezembro, pode ser?
Essa da Áfria foi posta a correr pelos assessores de McCain, o k é muito estranho.
Ou querem deitar as culpas da derrota para ela(mas foi ele k a escolheu)e é pura invenção-aliás já houve quem desmentisse; ou então o McCain não sabia mesmo nada escolher ninguém.
Quanto às eleições, não me faça rir: nenhum país do mundo escrutina os candidatos durante mais de uma ano.
Por acaso sabe que são os deputados que "elegeu"??? no seu círculo eleitoral?
Os deputados em Portugal não representam círculos eleitorais, são eleitos através deles. Os deputados representam a Nação. Ainda assim, quem quiser saber que deputados elege, pode consultar as listas que são públicas.
Mas sejamos cínicos e admitamos que, em Portugal, o parlamento é um colégio eleitoral anónimo e as legislativas servem essencialmente para a constituição de maiorias de governo.
Os americanos concerteza não conhecem o nome dos delegados ao Congresso que elegem o executivo. Os delegados ao Congresso esfumam-se após a eleição e nenhuma das Casas (Senado, Congresso, Representantes) tem o poder de dissolver o governo ou a si própria. O que, na minha opinião, é um grande handicap para um sistema democrático.
Há, no entanto, parlamentos na Europa com representatividade directa ou uninominal; mais uma vez, a América não ensina nada.
Isso do escrutínio dentro dos partidos, dispenso.
Está combinado o jantar de lagosta. Não me vou esquecer! :) Miam!
Loguei-me porque é muito difícil escrever Aardvark.
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