Credere, Obbedire, Combattere
Em Portugal, o entusiasmo pela possível vitória de Obama é compreensível: para muita gente, e mais que outra coisa, esta representa o fim da era Bush e da política que aqueles trogloditas impuseram a um mundo onde não têm mandato. É certo que há um elemento histriónico a ajudar na conversão, como ficou provado com o célebre debate Kennedy-Nixon e o sucesso das respectivas prestações consoante a assistência era televisiva ou radiofónica. Nesse ringue de personagens, Barack aparece como uma espécie de Morgan Freeman rejuvenescido para salvar o planeta da catástrofe; com John McCain, percebo não haver heroísmos de passado guerreiro que o resgatem daquela postura esclerótica e vozinha de rato Mickey.
Noutro tipo de nativos, e talvez porque se julguem de direita, o esforço emocional e estilístico depositado nos ataques à candidatura democrata não consegue deixar outra impressão que não seja de ou pavlovianismo partidário (como se o partido republicano desse algum valor a lealdades de periferia), ou dor-de-cotovelo pela derrota anunciada (como se o partido democrático americano partilhasse alguma radícula que seja com a esquerda europeia). Defesa de programa de governo proposto pelo veterano de guerra, nem o cheiro.
Aliás, se houve tentativa de algum comentário mais construtivo para apoio da candidatura republicana durante esta campanha, aconteceu por causa de Palin. Infeizmente, a demência dos argumentos convence qualquer um (menos os próprios) que a apologia só poderia ser da autoria de alucinados para quem um alce empalhado ou o ceguinho do metro também seriam excelentes candidatos a vice-presidentes do mundo inteiro, desde que lhes fossem religiosamente apontados pelo glorioso GOP.
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Declaração de desinteresses: não voto nas eleições americanas e não apoio qualquer candidato.
Esta posta não tem qualquer referência directa ou indirecta às opiniões do Aardvark.
2 comentários:
Claro que não tem, cretino!
temper, temper!
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