"Cavacogates"
João Miranda, cronista do Blasfémias, cronista do DN, e investigador em biotecnologia nas horas vagas (sem linque conhecido), prossegue uma interessante campanha de auto-promoção procurando, incansável, interstício onde possa encunhar aquele enredo cavaquista que ele próprio engendrou.
Na última "cacha" que li, Miranda acusa Cavaco Silva, enquanto candidato presidencial e a partir de notícia do Público, de ter recebido apoios em contado de accionistas e administradores do BPN.
Esta epifania não deixa de ter graça. Que, para salvaguarda do mito republicano, toda a gente olhe para o lado sempre que se fala em independência partidária do presidente ainda vá; o episódio Alegre apenas serviu para exemplificar, outra vez, como a canalha se entricheira na partidocracia, mesmo que seja a do outro. Afinal, há um todo um modo de vida a preservar.
Agora, seremos todos tão ingénuos, como João Miranda quer fazer crer, que ninguém saiba que as campanhas são financiadas por uma mole de investidores com interesses tão variados, podendo ir da vaidade inócua de uma comenda no 10 de Junho a um lugar em comitivas empresariais ou um ouvido compreensivo em caso de emergência?
A mera diversificação dos activos em carteira leva alguns dos filantropos a financiar irmãmente as partes rivais. Alternativamente, a filiação obriga à concentração de capital. Que é o mesmo com se financia o partido dos seus olhos noutras ocasiões. Partidos que estão impedidos de financiar campanhas presidenciais para garantir a independência do futuro presidente.
Enfim, uma risota.
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