sexta-feira, fevereiro 22, 2008

12 palavras

Em resposta atrasada ao pedido do Oito e coisa (estava em trânsito, meninas).

Estucha - gosto de palavras sem tradução possível e esta é uma delas; e rima com 'puxa', a sua gémea tropical.

Carrapatoso - o apelido, ele méme; se a progenitura me tivesse deixado por herança semelhante apodo, o meu primeiro impulso seria orfanar-me; ora, no entanto, todavia e contudo, o procedente é hoje transfiguração da mais altíssima capitania industrialista (ainda que seja por via matrimonial mas desenrascanço é desenrascanço) e, pelo neologismo, merece o meu eco.

Sanefa - que muitas vezes confundo com 'safona', que muitas vezes confundo com 'safada' e, se querem que vos diga, acho que é tudo a mesma coisa.

Manageiro ou managêro - só para mostrar que os alentejanos já dominavam o inglês técnico no tempo do Beresford.

Pérgola - porque me faz sentir como um puto a tentar sair-se com vocabulário de gente grande.

idem para Tanatório

Sofá-cama - parafraseando o La Serna, "sonhos em cima, conversa em baixo" (como se este exercício não fosse ele todo uma grandessíssima gregueria).

Adstringência - uma meta-palavra: ao dizê-la se la sente.

Kaiserschmarrn - com leite directamente fresco da produtora (todo o culinário que nas línguas abusadoras das sibilantes soa a delicioso, é-o); ora, se era bom para a Sissi, é bom para mim e para si.

Punção - porque, no fundo, somos todos uns fanhosos.

Amnésia - mas não ‘amnistia’: esquecer, tudo; perdoar, nada.

Gongórico - e embandeirando em arco.

Para que a cadeia não morra comigo, convido qualquer dos 8 ou 9 leitores desta xafarica a dar-lhe seguimento.

1 comentário:

nove e tal disse...

verdadeiras per(g)olas as tuas palavras. gostei muito.