domingo, dezembro 30, 2007

Nós, os Zarconianos

José de Pina, das produções fictícias, afirmou que todos aqueles que acham que existe aquecimento global deviam ganhar uma viagem para um qualquer outro planeta à sua escolha.

Pessoalmente, escolho o planeta Zarconian. Se não conseguir voltar de lá com o aspecto do José de Pina, espero pelo menos voltar com a sua subtil e sempre desinteressada ironia.

Palavras que me arranham os olhos e os ouvidos 2

Reviralho. Ver "Bilhete de Identidade" da Maria Filomena Mónica. Partes interessantes do livro: todas aquelas que falam do Vasco Pulido Valente e do João César Monteiro.

A melhor força policial de 2008

A ASAE. Desculpem lá mas, ainda que as leis por que se regem sejam um disparate pegado e devam ser revogadas o mais depressa possível, alguém tem dúvidas acerca da sua eficiência?

Para quando uma ASAE a fiscalizar obras públicas? Isso é que era...

Em antecipação: os melhores jogos olímpicos de Berlim '36 de 2008

Olimpíada de Verão de Pequim.

Claro que há uma diferença de escala enorme, e de tecnologias ao dispor, mas o espírito está lá.

O melhor negócio da China de 2007

A desacreditação da democracia formosa pela E.U..

O maior segredo de polichinelo de 2007

(embora já venha de trás)

A fuga massiva de portugueses para a Europa.
Se a tolíssima campanha de outdoors fosse por lá conhecida, seríamos em breve chamados de 'imigrantes do país d'oeste'.

O pior partido político português de 2007

PNR

O melhor blogue de 2007

Verdade ou Consequência

O melhor filme de 2007 - nacional

"Call girl", António-Pedro Vasconcelos

(e nem o vi)

A melhor notícia de 2007 - nacional

O melhor primeiro filme de 2007

"As vidas dos outros", Florian von Donnersmarck.

A melhor notícia de 2007 - internacional

A abolição da pena de morte no estado de Nova Jérsia.

O melhor especialista em corrupção nacional de 2007

João Cravinho

O melhor James Bond de 2007

Vladimir Putin.

O melhor disco de 2007

Difícil, mesmo que só me apeteça a pop. Posso dizer dois?

"Wincing the night away", The Shins
"Myths of the near future", Klaxons

O melhor livro de 2007

"House of Meetings", Martin Amis

terça-feira, dezembro 18, 2007

inquérito

As miúdas do Oito e coisa pediram-me para divulgar este inquérito.
Serve o mesmo para obter dados que servirão a uma tese de doutoramento em psicologia clínica.
Eu já fiz e não doeu.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Entretanto, na "primeira e única sociedade não-aristocrática do mundo" (*)

No The New York Times, 16XII07.

QUOTATION OF THE DAY

"I might as well just close down the house and go sleep on the steps.
HENRY WREN, a tenant at 1277 Morris Avenue in the Bronx, whose apartment, in one of the worst-kept buildings in the city, has been without steady heat or hot water for months.


(*) segundo Henrique Raposo, do blogue da revista Atlântico

domingo, dezembro 16, 2007

A internet acha que o MAI não é de confiança

O endereço "http/queixaselectronicas.mai.gov.pt" (sic, DN), para fazer queixas à PSP pela internet, devolve a seguinte mensagem:

"The certificate for this website was signed by an unknown certifying authority."

Prémio "O materialismo dialéctico do século 21 andou na escola austríaca"

JoaoMiranda no DN de ontem:

Quem actualmente manda na escola são os professores e os funcionários, que escolhem os conselhos executivos, e os burocratas do Ministério da Educação, que decidem o que é que os conselhos executivos podem fazer. O contribuinte, na prática, não manda nada. Quem paga não manda, quem manda não paga. (...)

Os encarregados de educação já participam na eleição do conselho executivo das escolas.

JoaoMiranda organiza, como sempre, o seu raciocínio à volta de dados que favoreçam a conclusão preferida. Mas nem isso é importante tendo em conta a subversão do costume: para JoaoMiranda não há cidadãos, apenas contribuintes.

(publicado em simultâneo como comentário no blogue da revista Atlântico)

sábado, dezembro 15, 2007

Prémio "e não se pode trocar de população?"

Henrique Raposo no blogue da revista Atlântico:

"Qualquer país gostava de viver ao lado desta Holanda que fala castelhano. Mas Portugal, reconhecidamente, não é um país normal. É uma esquizofrenia com mais de 800 anos."

Presume-se então que a Bélgica não é uma esquizofrenia de 200 e tal anos e goza de uma riqueza que, sempre que que nasce, é para todos.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Da superioridade moral dos comunistas



(tirado do musical "Avenue Q")

terça-feira, dezembro 04, 2007

Uma gaivota voava, voava...

quem se entusiasme com as vitórias de Chávez nas eleições e referendos. E esqueça que Putin usa ainda piores métodos sem deixar de obter os mesmíssimos resultados.
São eleitos e isso basta-lhes.

Esgotada assim a democracia, o tirano será o rei, por supuesto.

domingo, dezembro 02, 2007

Para não chatear ninguém

É para isso que eu escrevo neste blogue, claro.

Eu enfio a carapuça que a Clara Hilário Quevedo aqui há tempos ofereceu na revista "Atlântico".

Já agora: porque é que cada vez mais as gajas escrevem acerca de blogues, sociedade, relações humanas e assim e cada vez escrevem menos sobre política, economia, diplomacia, etc?

Onde é que anda a Eng.ª Pintassilgo?

Ainda a época Natalícia

Nas peixarias dizem que a globalização dos mercados retira poder aos governos nacionais.
Curiosamente, o princípio não se aplica aos governos da Rússia e da China, dois dos países mais beneficiados pela situação económica actual.
Aplica-se sim, ao governo dos Estados Unidos, pela simples razão de que quem quer ser eleito Presidente precisa de arranjar um bilião de dólares.
A globalização tira poder a um presidente destes, claro.
Mas não basta limitar ou restringir os financiamentos partidários e os custos das campanhas. O financiamento das carreiras políticas é practicamente impossível de ser proibido e oferece, a quem aceite os fretes, prémios tão generosos como a Presidência da Comissão Europeia.
Na Europa, os estados democráticos esvaziam alegremente os seus poderes em benefício de uma não entidade, parecida com o Sacro Império. Desta forma acreditam escapar ao nojento escrutínio dos eleitores, menos dóceis e susceptíveis a manipulações (por enquanto) que os robustos patriotas do Texas.
A Inglaterra passa ao lado deste esvaziamento, claro. Produtora de petróleo, nunca a sua tradicional estratégia de dividir e enfraquecer (politicamente) a Europa foi tão bem sucedida como agora.
Acho que é preciso fazer qualquer coisa.

A estória da Carochinha

Acreditar que a inovação e as tecnologias de ponta equilibram uma balança de pagamentos frente ao dumping no preço das commodities é a mesma coisa que acreditar que a economia Indiana do século XIX/XX seria capaz de compensar a importação dos bens industriais baratos produzidos em Inglaterra.

Realpolitik

O realismo, nas relações internacionais, não deve ser confundido com ganância (imprudência) ou desespero (fraqueza).

sábado, dezembro 01, 2007

Dia da Renovação

Das Cortes de 1641 saiu a nova doutrina: o poder provinha de Deus através do Povo, que, por sua vez, o transferia para o Rei. Em caso de usurpação ou tirania, o Povo tinha o poder de destituir o Rei, precisamente como aconteceu com Filipe III.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Emoções puras!

Não interessa se é bem cantado ou não.

A velha e a nova.

Trabalho de equipa

A canção tem de ser perfeita para que vários artistas a possam cantar em conjunto.

quarta-feira, novembro 28, 2007

E já agora, porque não prendê-la?

«Perante a persistente intenção de usurpar um mandato que lhe não pertence, o PCP reafirma que o respeito por princípios éticos e políticos pautados pelo elementar critério de dignidade pessoal e respeito pelos valores colectivos, exigem que Luísa Mesquita coloque à disposição do Partido que a elegeu os lugares que exerce em sua representação, restituindo assim o mandato à força política e ao projecto que lho facultou.»

O 'centralismo democrático' colcado claramente acima da Constituição da República.

Via Arrastão.

terça-feira, novembro 27, 2007

Momento de altíssima cultura


A canção da mosca-do-vinagre.

ATENÇÃO: contém referências a "The Other Place".

domingo, novembro 25, 2007

quinta-feira, novembro 22, 2007

Uma pergunta blasfema

Depois de aceitar sem reservas que um tribunal inglês perceba mais de geofísica que o conjunto dos cientistas que escrevem para a Nature ou Science, concordará também João Miranda com um tribunal português quando este decide que o HIV se transmite na cozinha?

sábado, novembro 17, 2007

Assim se vê a força do PRD

Benvindoà esfera.

segunda-feira, novembro 12, 2007

O arruaceiro sentou-se à mesa do rei

A idéia era serem todos iguais para melhor conversarem. Havia até um moderador consensual, como é normal nestas ocasiões.
Perante a timidez desse último, o arruaceiro mostrou porque nunca será rei, mesmo querendo; o rei, por seu lado, mostrou porque nunca será arruaceiro, mesmo que outros tenham querido que o fosse.

A democraticidade não brota miraculosamente da existência de eleições mas da cultura cívica de quem a defende. Tenha sido ou não eleito para o ofício.

domingo, novembro 04, 2007

Pelos bancos de jardim

Aqui há tempos, consultando online os movimentos da minha esquecida conta num banco português saltou-me um débito aos olhos: 12.50 euros por "comissões de gestão de conta". Por trimestre. Ora isto por ano dá... 50! Então eu empresto-lhes o meu dinheiro e ainda tenho de pagar por isso?
Como sou parvo, queixei-me. Por email também (somos todos modernos) a minha gestora de conta, uma 'dra.' Vanessa, respondeu-me dois dias depois, naturalmente ocupada que estaria a justificar os 12.50 euricos angariados (houvera sido mais lesta e eu desconfiaria da veracidade da medida).

Explicou então que a minha conta dava mais trabalho que outras porque eu não recebia o meu ordenado por ela.
Tive de concordar. De facto, isso tornava-lhe a tarefa de gestão mais difícil; como é que uma pessoa pode manipular o dinheiro de alguém sem saber quando e quanto o cliente irá depositar na sua própria conta? Para dor de cabeça já bem bastam as variações dos mercados de derivados.

Ora, na impossibilidade de lhes "domiciliar o meu ordenado", perguntei à Vanessa (isto tudo por email, para não me sair impertinente) o que poderia eu fazer para facilitar a vida ao banco e amenizar o seu dia-a-dia sem que fosse necessário assistir à delapidação compulsiva de parte do meu pecúnio. Assim, meia-hora depois tinha o telefone a tocar - no estrangeiro!: "salamaleques, patati-patatá, as alternativas são simples: aumenta o património ou reforça o seu grau de compromisso para com o banco".

Os montantes aconselhados remetiam as sugestões da excelsa gestora para as seguintes soluções: ou mato uma tia-avó daquelas e deixo a riqueza herdada à guarda do comprovado ladrão ou me endivido até ao pescoço, presumo que com um "crédito à habitação" de alto rendimento, para gáudio dos mesmos agiotas. Pena é que a compra de tês é negócio que nunca me fascinou pois prefiro pagar renda à mui simpática senhoria que aos tubarões do banco. Ademais, gosto muito de todos os meus ascendentes e não me passa pela cabeça fazer mal a ninguém.

Pensei no exercício em cartel que me impede transitar para a concorrência. Flecti nos records de lucro entre as empresas que a banca portuguesa sempre bate todos os anos. Absorvi a prepotência automática com que o cérebro lavado da recém-licenciada em qualquer coisa de inútil atirava propostas ao ar. Despedi-me atenciosamente da dra. mas não me dei ao trabalho de conter o riso. Aliás, duvido que percebesse por que o fazia.

OPAs e fusões não me despertam paixões; que o filho deste ou daquele se livre de compromissos com o dinheiro da batota generalizada também me é indiferente. Mas, não se pode depois ir lá e prendê-los a todos?

E já agora, precisamos da banca comercial para quê mesmo?

quinta-feira, novembro 01, 2007

Esse sabe-a toda

Um taxista lisboeta na noite de 26 de Outubro

É assim, meu amigo. Eles comem franguinho de aviário, bebem gasosas, andam muito engravatados e luzidios, mas depois não cumprem. Uma mulher gosta de homem machão. Eles quando são novos ainda remedeiam e, vá lá, duas vezes por semana e tal, mas depois já nem isso. E uma mulher gosta de homem machão. Um homem que a sastisfaça. Dá uma e depois mais, mesmo que ela já esteja toda partida. A mulher quer sempre. Mesmo que não lhe apeteça, basta abrir a perna, tirar a cuequinha. E se o homem é machão, ela nem olha para mais niguém. Já dizia o meu avô, que morreu aos 112 anos, é preciso ser homem a sério, fazer com que elas revirem os olhos, que fiquem sastisfeitas. Não é agora estes moços novos, de gravatinha e luzidios, que só bebem cola-cola e comem iogurtes. E frangos de aviário, que os pintos crescem em mês e meio, com comida a toda a hora e uma luzinha para os bichos não dormirem. E os homens comem aquela porcaria e andam ali todos espertos mas depois querem e não conseguem. Porque a mulher consegue sempre. Mesmo que não lhe apeteça, tira a cueca e já está. Ele cumpre, até ela não aguentar mais. Uma mulher gosta de homem machão. Mas eles, de gravatinha, luzidios, comem frangos de aviário, e quando são novos ainda remedeiam, duas vezes por semana, vá lá, mas depois não conseguem. Porque as mulheres estão sempre prontas, mas o homem? está quieto. E por isso elas livram-se deles. Agora se eles comerem grão e favas e bacalhau, isso é outra conversa, já dizia o meu avô, que morreu aos 112 anos e tinha partido a bacia aos 109 e ainda aguentou três anos, e ele ia a festas de casamento e dizia às moças novas: «arranjem homem que seja machão». E elas: «machão, como?». E ele: «um homem em boa condição física e que esteja sempre preparado, capaz de vos arregalar os olhos e de vos deixar sastisfeitas». E elas riam, mas ele ficava muito sério e dizia: grão, favas, bacalhau, dois copos de vinho. Tinto, amigo, tinto. As mulheres gostam de um homem machão. Um homem que as sastisfaça. Não é estes meninos de gravatinha, luzidios, que é de vez em quando, e elas isso não, se eles fossem machões elas nem olhavam para outro homem, até tinham ciúmes dele, «homem como este não há», nem olhavam para outros. Por isso é que elas agora se divorciam logo, porque a malta nova come frangos de aviário e iogurtes, e depois não dá. É como lhe digo, meu amigo. É como lhe digo.



Com a devida vénia ao Estado civil

Tablóides ingleses

Tony Parsons, colunista do Daily Mirror (*), dirigindo-se ao embaixador português:

"(...) And I would respectfully suggest that in future, if you can't say something constructive about the disappearance of little Madeleine, then you just keep your stupid, sardine-munching mouth shut."


Aqui.

(*) o jornal britânico de referência d'O Insurgente

quarta-feira, outubro 31, 2007

K.O. técnico



Stone Roses, She bangs the drums

quarta-feira, outubro 24, 2007

Não chega aos calcanhares da Madonna mas sempre tem mais conteúdo



Cornelius, Fit song

Aquecimento Global

Não, não discuto o aquecimento global. Nem preciso. Todas as medidas para o reverter trazem benefícios, independentemente da ocorrência ou não do fenómeno. Os mesmos que aprendemos na escola desde a descoberta do efizema pulmonar e que nos levavam no dia da árvore ao campo para plantar mais uma.

Daí que os argumentos dos detractores da "teoria", por mais inteligência ou infalibilidade que tentem botar na sua elaboração, me parecerem sempre um bocado pífios.

domingo, outubro 21, 2007

Recursos e tendências

O degelo dos glaciares no Oceano Ártico, sem dúvida causado pelo arrefecimento global, está a aguçar a dentuça das potências árticas para reclamarem espaços oceânicos para além do limite das 200 milhas, em via do grande manancial de recursos a ser explorados.

Se estas reclamações forem bem sucedidas,Portugal está em condições de reclamar todo o território oceânico delimitado pelo continente, Açores e Madeira com eventuais vantagens económicas para o país.

Será por isso que a Britânica Madeira e os Americanos Açores reclamam agora uma autonomia aprofundada?

Mais uma liberdade

Existem aqueles tolos que defendem o criacionismo como teoria científica. Fazem-no porque têm liberdade para isso.

Existem aqueles que os criticam e os ridicularizam. Fazem-no porque têm liberdade para isso.

Existem depois aqueles que criticam e ridicularizam aqueles que criticam e ridicularizam os criacionistas.

Mas o argumento destes últimos é estranho e bem Anglo-Saxónico: todos têm direito á sua opinião, por muito disparatada que seja, e todos são obrigados a "respeitá-la", isto é, a exprimir polidamente a sua discordância, mostrando um profundo respeito intelectual pelo interlocutor, mesmo que este esteja a defender que Fátima foi resultado de fenómenos com extra-terrestres ou que a luz do sol é preta.

Não podem caçoar dos palermas e os palermas podem, na sociedade, lidar com as suas taras da mesma forma que os outros lidam com a ciência.

Podem, por exemplo, fundar uma Universidade onde se ensina as inexistentes bases científicas do criacionismo.

Existe aqui uma supressão de liberdade, a liberdade de ridicularizar o que é ridículo. Mas esta abordagem tem ainda alguns efeitos interessantes: suprime o conceito de verdade objectiva, suprime a ciência, de um ponto de vista conceptual (exclusivamente um produto do método científico), e, ao premiar a ignorância, promove uma sociedade de palermas onde os aldrabões e vigaristas se mexem à vontade, dentro da lei e da legitimidade.

A ideia é confundir trigo com joio, para desorientar os tolos e os ignorantes.

Pura ideologia

O Claro, neste artigo, fala de quem ponha em causa a competência da engenharia na China e na Índia.

Pois é, acontece que a deslocalização da engenharia para a China e para a Índia não tem uma fundamentação de engenharia, ou mesmo financeira. Tem uma fundamentação ideológica, é uma espécie de vingança dos mercados de capitais contra os privilégios das classes médias ocidentais, que esses mercados consideram pura e simplesmente abusivos.

A política Portuguesa explicada às criancinhas

Tudo começou em Felgueiras, há uns anitos atrás.

Francisco Assis era presidente da distrital do PS do Porto, candidato a substituto de Jorge Coelho e normalmente considerado um político de qualidade, fora do circuito do futebol, rotundas e arguidos em casos que nunca acabam.

Apesar das notórias ilegalidades praticadas pela autarca de Felgueiras, o povão ( poboum-e ) mostrou a Assis o que pensa da legitimidade, da lei e da justiça do estado Português.

Assis quase levou porrada e teve a sua carreira política acabada.

O PS aprendeu a lição que Jorge Coelho lhe deu, ganhou pela primeira vez a maioria absoluta na Assembleia da república e apoiou com sucesso nas últimas autárquicas tudo quanto era autarca arguido e suspeito da prática de crimes.

O PSD, herdeiro da honestidade ditatorial de Salazar, enveredou pela via contrária com Marques Mendes à proa e foi clamorosamente derrotado, principalmente nas eleições contra aqueles arguidos que se recusou a apoiar.

A eleição de Meneses voltou a mostrar o que as "bases" partidárias em Portugal pensam ácerca de coisas como legitimidade, lei e justiça.

A queda


Into dust, Mazzy Star

sábado, outubro 20, 2007

sexta-feira, outubro 19, 2007

Admiração

Cecilia Sarkozy pediu o divórcio. As razões oficiosas falam de abuso e maus-tratos; as oficiais, sem dúvida acordadas para a prossecução tranquila do mandato do (futuro) ex-marido, aqui.

A minha admiração por uma Senhora que não se vergou à hipocrisia dos costumes sociais e se despede de cabeça erguida de um anão furibundo.

quinta-feira, outubro 18, 2007

Imprensa de referência


Portugal é o único país que eu conheço onde se coloca sistematicamente e sem critério a loucura da bola na primeira página de jornais não-desportivos.
E fica tudo dito quanto à "imprensa de referência".

segunda-feira, outubro 15, 2007

Um petroblogue

Sempre passei o olho ao de leve por aquilo que o Pedro Lomba escreve e não posso dizer que me inspire reacções apaixonadas. Já das das sublimações do Pedro Mexia nunca fui menos que devoto madrugador.

E também porque o filme homónimo está no meu top 2, têm entrada directa para o top 40 e picos ali ao lado: o Gattopardo já está em linha.

domingo, outubro 14, 2007

Adeus


Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mão à força de as apertarmos,
gastámos o relógio
e as pedras das esquinas em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias:
os teus olhos são peixes verdes!
e eu acreditava.
Acreditava, porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.



Eugénio de Andrade, "Poemas 1945-1965"

Ora comentemos

Passei agora pelo Blasfémias. As caixas de comentários desapareceram. Recauchutagem ou renovação? Tomara que não tenham ficado ofendidos com a singela homenagem ali abaixo.

Todos diferentes, todos iguais

Depois das fianças do jovem Bernardino à Coreia do Norte, o Abominável Comentador das Neves faz do Irão exemplo da sua definição de democracia.

P.S: se continuam a dar tribuna pública à opinião de mercearia não se poderão admirar que não haja por cá algum jornal de referência para amostra.

sábado, outubro 13, 2007

A ciência à luz de um juiz biotecnólogo

A notícia caiu como uma bomba de fragmentação enriquecida a urânio empobrecido.
Na blogosfera dita "liberal", os apelos sucedem-se. Contra a ignomínia, chefiados pela voz do porta-voz dos investigadores em biotecnologia, JoaoMiranda, a fúria dos famélicos da terra sem direito a automóvel atira contra o comité internacional o supra-sumo juízo científico de um juíz de um supremo tribunal nacional: parece que o filme de Gore tem 9-nove-9 erros científicos. Não é dez nem é oito, são nove, ó freguesa.

(eu estou acostumado a erros menos exactos, do género +/-0.5 unidades à escolha, mas pelo que li, o aquecimento global não seria determinístico mas aleatório. Ora, como o mesmo não existe, a negação dessa afirmação será "o não aquecimento global é determinístico, não aleatório". E assim encontramos a exactidão dos números)

Mas a blasfémia dos politicamente correctos não se ficou por aqui. Imagine-se que os comunas da academia da sueca ainda por cima tiveram o desplante de premiar um painel científico da ONU. E isto não pelo método da sua actividade mas pelas suas... CONCLUSÕES.

É de ficar de boca aberta. Um prémio Nobel pelas conclusões de um estudo científico? Tudo política, como nos dizem os iluminatos. Se é assim, onde é que isto vai parar?? Qualquer dia ainda nos impingem com, sei lá, o Nobel da Paz a quem se opõe a testes nucleares ou o da Literatura dado a quem fez guerra.