This Time Tomorrow
Ainda não se sabe se os Kinks vão mesmo voltar à estrada ou não, e se essa estrada passa por Portugal. A última vez que cá estiveram eu era puto mas lembro-me dos cartazes em Lisboa: a union jack com o nome "The Kinks" e, por baixo, a frase "a maior banda de rock do mundo". Impressionou-me. Tanto que fui ouvi-los e concluí que a frase era um bocadinho exagerada... Mas não desgostei. E ficaram para mim como uma espécie de actor secundário da história da música popular. Uma espécie de Walter Brennan do pop rock, discretos mas indispensáveis.
Como o coro das tragédias gregas, são a voz da consciência, os representantes omniscientes dos deuses que pontuam a acção, e sobre quem muitas vezes a desgraça cai, nas narrativas modernas, para poupar a "vedeta".
Philippe Garrel escolheu-os para banda sonora de uma cena do seu "Les Amants Reguliers" (um filme cheio de actores secundários).
Espero que venham, o Ray Davies e os outros, agora que já tenho idade para perceber que nenhuma história pode contar-se só com John Waynes e Humphrey Bogarts.
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