terça-feira, abril 20, 2010

Novas do Extremo-oriente

O oligarca Thaksin Shinawatra é o líder do movimento "vermelho" que ciclicamente ocupa as ruas de Banguecoque, exigindo o seu regresso ao poder.

Dono de cadeias de televisão e telecomunicações, entre outras (rede móvel em monopólio, a Shinawatra Computer and Communications Group, a Shinawatra Satellite, a Universidade Shinawatra, a estação iTV, o Siam Commercial Bank e, inclusivé e por um par de anos, o clube de futebol inglês Manchester United), Thaksin ficou milionário à custa do contribuinte e o seu percurso parece uma cópia decalcada daquele de populistas como Berlusconi ou qualquer um da nova classe de dirigentes do Cáucaso.
Em particular, Thaksin soube capitalizar o descontentamento das populações rurais perante a modernização imposta pelas elites urbanas, tornando-se primeiro-ministro da Tailândia em 2001. Mas, cinco anos depois, perante as acusações de corrupção e peculato (entretanto provadas in absentia) e a hostilidade que criou junto dos militares e restante classe dirigente, acabou sendo deposto num golpe de estado que, curiosamente, destituiu o primeiro-ministro mas não dissolveu o parlamento que o suportava.

Na sequência da sua queda, Thaksin refugiou-se primeiro no Reino Unido mas acabou por fugir para o Camboja, onde foi contratado como "conselheiro económico" pelo governo de Hun Sen. Em Outubro de 2008 e outra vez em Abril do ano passado, depois do templo de Preah Vihear ter sido declarado património universal, as tropas cambojanas voltavam a entrar em confrontos com o exército tailandês pela posse daquele e do território envolvente.


Tudo isto porque, hoje de manhã, em Banguecoque, discutia-se a possibilidade do exército fazer uso de fogo real contra os manifestantes. Parece que, entre velhos e crianças trazidos em autocarros pagos pela fortuna de Thaksin, começaram a aparecer outro tipo de "vermelhos", de armas em punho.
E estas já não seriam pedras de intifada ou bambús afiados; outrossim, AK-47, diretamente vindas do Camboja.

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