Direito e Justiça
Muita gente lá anda entretida a discutir exames e pedagogia (!) por causa da falta de tato de um professor da Faculdade de Direito de Lisboa e da falta de tino dos seus meninos. Um escandalozinho da treta que só se justifica pelo mediatismo a que a causa implicada foi sujeita nos últimos anos.
Sendo público o seu activismo recente contra o casamento entre homossexuais, devia o professor saber que um exame acerca de casamentos seria sempre interpretado como tentativa de propaganda de causas perdidas. Por outro lado, aos estudantes de Direito tinha competido trazer a argumentação para dentro da sala de exame e deixar a sensibilidade à porta. Alguns deles preferiram fazer exatamente o contrário. Desculpa-os a falta de experiência (estão no primeiro ano) mas revela que há algo de profundamente errado na educação de quem acede ao nosso sistema de ensino superior.
Em suma, pode dizer-se que estiveram bem um para os outros.
Completamente alheio a esta palhaçada de diletantes, o tribunal da relação absolveu o pato-bravo de Braga pelo crime de tentativa de corrupção de José Sá Fernandes. Razão: o vereador, como tal, não teria poder para prestar o favorzinho solicitado.
Como diz o próprio, mais valia ter aceite os 250 000 euros.
Agora adivinhem com qual dos dois abusos de direitos constitucionais se choca mais a minha alminha hipersensível.
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