segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Celebração cor-de-rosa


Deixa ver...

Quando, dezanove* anos mais tarde, os patriotas da bandeira ibérica tomaram o poder, atiraram-se aos ingleses como leões, certo?

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*que desatenção!

7 comentários:

luís Vintém disse...

Bandeira ibérica? Dorean, faz-me lá um desenho, por favor.

dorean paxorales disse...

o desenho e a palavra ("federal") já ali está em cima...

luís Vintém disse...

Eh pá, acho que desta vez os espanhóis não têm nada a ver com isto. Estes eram federais porque estavam contra os republicanos de Lisboa (que até condenaram o golpe).

luís Vintém disse...

«Assim aconteceu o golpe de 31 de Janeiro de 1891 no Porto. Foi uma iniciativa em contracorrente. Deu-se quando o país, como reconheceram os Republicanos, estava outra vez na mais "completa tranquilidade, e numa cidade onde tinham pouca força. Teve sobretudo a ver com a história interna do Partido Republicano, sendo "mais dirigido contra o [directório] do que contra a própria monarquia". Em 1890, a agitação do ultimato não derrubou D. Carlos, mas José Elias Garcia. A 13 de Novembro, aparecera um manifesto em Coimbra, assinado por 120 estudantes revolucionários, a acusar os líderes do Partido Republicano de serem "velhos" acostumados à "tranquilidade". José Elias acabou por ser apeado do poder no congresso Republicano de Lisboa de 5 de Janeiro de 1891. O advogado Manuel Arriaga e o tenente Francisco Homem Cristo tomaram conta do partido. Era a vitória dos "revolucionários" sobre os "evolucionistas". José Elias resolveu então apanhar os revolucionários no seu próprio jogo. Para os embaraçar, animou uma conspiração no Porto, chefiada por um maçon, o advogado Augusto Manuel Alves da Veiga, e por um jornalista de escândalos, Henrique Santos Cardoso. O novo directório do partido foi mantido à margem. Mas se a conspiração progrediu, isso deveu-se menos "à iniciativa dos elementos civis Republicanos" do que ao "imprevisto concurso dos militares da guarnição do Porto", sobretudo os sargentos. O que os motivou? Segundo um deles, "um ódio fundo ao inglês - desde que me conheço", e a recusa em aceitar que o rei fosse "irresponsável", isto é, que a lei não fosse igual para ele. Para além deste patriotismo jacobino, no entanto, pesou mais uma lei de 17 de Janeiro de 1891, que dificultou a promoção dos sargentos a oficiais. Foi assim fácil de manobrar entre sargentos descontentes, levá-los para cafés cheios de fumo, onde se berrava abertamente contra a monarquia. […]

Nos dias seguintes, toda a gente tentou diminuir a importância do acontecimento. As mais destacadas figuras do republicanismo, incluindo o directório do partido, condenaram o golpe como uma aventura mais ou menos irresponsável. Até a maçonaria irradiou Alves da Veiga. […]

As manifestações de fidelidade dinástica também não foram óbvias. As ordens do exército censuraram sobretudo a violação da disciplina, a "luta fratricida" e o "crime de lesa-patriotismo". […] A Câmara Municipal do Porto, logo no dia 12 de Fevereiro , dirigiu uma mensagem ao rei a pôr as culpas na "doçura dos nossos costumes".»

RAMOS, Rui - D. Carlos. Lisboa: Temas & Debates, 2007, pp. 100-102

dorean paxorales disse...

casal ribeiro, oliveira martins, sampaio bruno, teófilo braga... chega-te?

a corrente nacionalista-centralista acabou por se tornar dominante, sim, mas o federalismo dos de cima era essencialmente ibérico, pugnando pela divisão de toda a península numa federação de estados.
o modelo era o da recém-desaparecida primeira república espanhola (federal), essa sim, escolhida pelo povo em sede de parlamento, após abdicação do rei.

obviamente nenhum historiador é completo, nem mesmo o rui ramos ;)

luís Vintém disse...

OK, assim o desenho fica mais completo.
E até já gosto mais deles e tudo ;)

dorean paxorales disse...

isso sei eu, "manolo" :)

mas, como disse, quem depois ganhou o directório foi quem hoje em dia não estaria muito longe dos ideais do pnr...