O debate
Foi um debate animado, com uma arbitragem difícil mas surpreendentemente talentosa de Fátima Campos Ferreira, que soube controlar os contendores.
Agiu de forma decidida quando, logo no início do confronto, Negrão tentou rasteirar Costa de forma desastrada. Este reagiu depressa e aplicou um hippon em Negrão. Campos Ferreira admoestou os contendores mas enquanto Costa recebeu um merecido amarelo, Negrão teve de receber um vermelho e saiu imediatamente de jogo, ainda antes de o poder começar, perante o sorriso de Buda de Costa.
Diga-se que, durante o resto do jogo, Costa ocupou gradualmente o centro, sem mostar ideias mas com a serenidade de quem sabe que o jogo estava ganho à partida.
Mais atrás, Carmona praticou o seu habitual jogo de sofrimento, protegendo a bola tanto quanto podia, evitando que lhe a roubassem e sofrendo muitas faltas. É esta capacidade de sofrimento que vale a Carmona o carinho de boa parte da massa associativa, mau grado a notória falta de talento que exibe.
Roseta esteve muito bem, jogou ao ataque, exibiu boas ideias, que soube concretizar num golo merecido.
Na esquerda, destacou-se Sá Fernandes, esclarecido, experiente e conhecedor do jogo, ocupando bem o espaço à esquerda mas deambulando frequentemente para o centro, para ocupar o espaço deixado livre pelos outros jogadores. Acabou também por marcar.
Ruben Carvalho jogou no seu estilo habitual, fechando bem a esquerda, embora sentisse as habituais dificuldades resultantes das incursões de Garcia Pereira, extremamente regular, sempre ao seu estilo, ora ocupando a extrema esquerda ora ultrapassando Ruben pela direita, num estilo mais agressivo mas raramente eficaz.
À direita presenciaram-se algumas evoluções surpreendentes. Telmo Correia exibiu as dificuldades típicas de um jogador emprestado, profissional, mas que nem sempre se sai bem no jogo contra a equipa do seu coração.
Mais à direita, Pêra PNR começou surpreendentemente na posição de interior direito, sem o seu estilo agressivo habitual. Foi então que Monteiro assumiu o lugar vazio de extremo direito, num jogo de convicção e agressividade. Esta evolução permitiu que Pêra PNR se libertasse e reocupasse a extrema direita, com a desenvoltura habitual e agressividade excessiva, o que lhe valeu vários avisos e uma admoestação de Campos Ferreira. Pareceu que Pêra PNR perdeu a vergonha de jogar entre tantas estrelas, acabando por eleger Costa, por razões óbvias, como a principal vítima das suas faltas.
Finalmente, uma nota para os outros outsiders da contenda.
Câmara Pereira, que justificou o nome, não virou a cara à luta, sempre presente nos lances mais disputados, lembrando a raça do saudoso Sá Pinto e partilhando essa raça em campo com Pêra PNR.
MêPêTê jogou um jogo discreto, consciencioso, próprio de quem não está habituado a jogar a este nível. Pode, no entanto, vir a ser uma peça importante em jogos de escalões secundários. Boas ideias, falta-lhe o estofo para vôos mais altos.
No jogo possível, o entretenimento não faltou e os assistentes seguiram com interesse o desenrolar dos acontecimentos.
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