Porque o Médio Oriente é sobrevalorizado 3
As alusões ao perigo potencial que o Irão constitui para a segurança na região são um exemplo clássico de como se continua a ignorar as lições da história. Como se poderia deduzir pelo caso do Egipto, antes da Guerra dos 6 Dias, e também com Iraque, antes da primeira Guerra do Golfo.
Um país islâmico produtor de petróleo, com 70 milhões de almas e um governo autocrático, deveria ter um exército fortemente equipado e uma população moralizada e voluntariosa.
Ora, o arsenal aéreo iraniano, entre outras coisas, é em boa parte constituido por variadíssimos aparelhos de origem americana que há 20 anos que não vão à revisão porque o concessionário 'deslocalizou'. O mesmo se passa com a sua marinha de guerra. Até, para compor o ramalhete, existe propagada a idéia de uma guarda 'de elite', os Pasdaran, à imagem e semelhança da Guarda Republicana de Saddam. Só esquecem as pessoas que na única guerra que este corpo entrou em combate, perdeu-a. Contra, precisamente, a Guarda Republicana de Saddam...
Depois há a questão da unidade do povo iraniano em torno do seu governo. Bem, metade da população não é persa e enquanto turcos e curdos não só não vivem muito felizes naquela cultura como não morrem de amores uns pelos outros, meia-volta a minoria árabe detona uma bomba algures. Como se isso não bastasse, os aiatólas e o sr. Ahmadjian ainda têm de se ver às aranhas com os 'puros', visto que a muitos deles ou já não lhes agrada o proibicionismo teocrático ou então pertencem a seitas inimigas do xiísmo, como os sufitas ou os sunitas.
Ah, o programa nuclear? Pois sim. Mais um cartoon para dinamarquês ver.
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