sábado, julho 15, 2006

A resolução 1559/2004 da ONU

O Conselho de Segurança da ONU queria a retirada de todas as forças estrangeiras do Líbano, o desarmamento das milícias, incluindo os xiítas do Hezbollah, e a restauração da soberania do governo libanês sobre o território.

Mas "soberania" é um conceito demasiado vago num país com dois exércitos, dois governos e nenhum estado.

A Síria, que tinha até há pouco tempo governado o Líbano, fez regressar contra-vontade parte das suas tropas mas não retirou totalmente do país. Apesar disto, os optimistas vislumbraram no gesto uma nesga de paz sem pensar que seria impossível de todo desarmar a milícia apoiada por Damasco: não só o governo libanês é ele próprio constituído também por membros do Hezbollah civil como precisaria de um milagre para convencer um exército com um número significativo de xiítas nas suas fileiras a executar a resolução 1559.

Entretanto, e a oeste, apesar dos "raptos" palestinianos e "ataques" israelitas, a verdade é que o Hamas (como se previa após a sua eleição) não deixou de manifestar a intenção de reconhecer a existência do estado judeu (1). As recentes escaramuças entre israelitas e palestinianos seriam, no entanto, o cenário de fundo perfeito para a provocação de novos confrontos na fronteira norte de Israel.

E o que por ali acontece é a "guerra aberta" desejada tanto pelo líder da milícia xiíta Hassan Nasrallah (um lunático raivoso) como pelos conservadores israelitas (uns raivosos lunáticos).

Lentamente, começam a (re)criar-se as condições para o regresso dos militares sírios ao sacrificado Líbano. Tolo será quem não vir nestas manobras uma concertação perfeita com os objectivos de Teerão (2). E o eixo xiíta não encerra aqui o seu ciclo...

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(1) Uso a terminologia comum na imprensa embora não atribua ao estado constituído de Israel o grau secular ou racial que os seus vizinhos muçulmanos atingem: 60% da população nativa jordana, por exemplo, não pode votar, exercer professorado, medicina, engenharia ou advocacia, assumir propriedade de bens imóveis ou meios de comunicação social pelo simples facto de ser palestiniana.

(2) Vêr a posta que se segue.

2 comentários:

Anónimo disse...

A resolução 1559/2004 da ONU é meio utópica vejam porque.

Não sei como pode ser aceita pelos libaneses (se é que podem opinar), de qualquer forma já apresenta graves impedimentos e como se sabe apenas um, é suficiente para invalidar o conjunto todo.

Como esperavam que os libaneses se livrassem do exercito Hezbollah?

É impraticável, se aqui no Brasil por exemplo não se consegue acabar com uma quadrilha organizada, o que pensar então de um exercito como o Hezbollah?

Só se o confronto fosse com Israel diretamente, mas isso levaria anos e causaria muitas mortes.

Outra pergunta interessante é sobre esse confronto programável; Como fariam para que a Síria abandonasse a região antes que a resolução caducasse? ou Como fariam para que a Síria abandonasse a região para que o exercito israelense cobrasse a resolução?

A resposta é uma só.

ASSASSINANDO o PRIMEIRO MINISTRO HARIRI e culpando a Síria.

Nesse sentido líbano reconhecendo o exercito do Hezbollah pode considerar cumprida parte da resolução sá falta mesmo a Síria acusar Israel do assassinato do primeiro ministro Rafic Hariri.

Anónimo disse...

A resolução 1559/2004 da ONU é meio utópica vejam porque.

Não sei como pode ser aceita pelos libaneses (se é que podem opinar), de qualquer forma já apresenta graves impedimentos e como se sabe apenas um, é suficiente para invalidar o conjunto todo.

Como esperavam que os libaneses se livrassem do exercito Hezbollah?

É impraticável, se aqui no Brasil por exemplo não se consegue acabar com uma quadrilha organizada, o que pensar então de um exercito como o Hezbollah?

Só se o confronto fosse com Israel diretamente, mas isso levaria anos e causaria muitas mortes.

Outra pergunta interessante é sobre esse confronto programável; Como fariam para que a Síria abandonasse a região antes que a resolução caducasse? ou Como fariam para que a Síria abandonasse a região para que o exercito israelense cobrasse a resolução?

A resposta é uma só.

ASSASSINANDO o PRIMEIRO MINISTRO HARIRI e culpando a Síria.

Nesse sentido Líbano, reconhecendo o exercito do Hezbollah pode considerar cumprida parte da resolução, só falta mesmo a Síria cobrar de Israel o assassinato do primeiro ministro Rafic Hariri e tudo voltará a ser com Dante "o purgatório" se é que ainda pode se chamar esse INFERNO.

para xingar ariel-sharon@bol.com.br