segunda-feira, junho 27, 2011

A doutorice não é fado nosso

Eduardo Pitta por causa de Álvaro, o ministro:

Portugal é o único país da Europa, sendo as excepções do vasto mundo o Brasil e Angola, em que toda a gente é tratada por doutor.

Discordo. Em Itália, estatuto social dá direito a doutoramento. De brinde, ainda listam comendas e outros cavaliere, medalhões felizmente menos populares aqui na pátria.

Conheço melhor os germânicos, hierarquizados, onde o uso de títulos académicos está hermeticamente regulamentado mas a obsessão por eles é paixão para escapar a qualquer recalcamento. A ajudar na caricatura, as bizarrias "Doktor Doktor", o qual não é eco mas sim acumulação; e o famoso "Frau Doktor", que se refere a uma senhora quando esta é sua esposa.
Também aqui em tempos fiz menção de um cartão de visita onde se podia ler «Magister Dipl.-Architekt» (em português, Mestre, Diplomada em Arquitetura). Era seguido do nome da empregada de loja que me vendeu a máquina de lavar roupa.

Embora muitas vezes constrangedor, omitir os prefixos continua a ser impensável na, por exemplo, Viena do séc. XXI. Nomes de batismo, só mesmo ao fim do dia e entre proseccos no Engländer.

1 comentário:

Anónimo disse...

Viena é, por exemplo, do século XXI? Poderia, hoje em dia, ser do século XX?