terça-feira, janeiro 30, 2007

Preconceitos ferroviários

Há pessoas a quem só dei um beijo e há pessoas a quem dei dois; a outras uns internacionais três, e ainda houve a quem dei tudo e mais alguma coisa.

É tudo uma questão de diplomacia e vontade de agradar.

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Era bom demais para ser verdade

No Público de hoje: Associação de municípios nega estar a negociar portagens à entrada das cidades.

Só não percebo é porque é necessário negociar seja o que fôr com essa súcia; cada cidade que decida por si e em proveito dos seus próprios munícipes.

domingo, janeiro 28, 2007

09 - 03 - 2007

Marque este dia na sua agenda.

We're in for one wild night.

A Teoria da Bala Mágica

Segundo os investigadores ingleses, quem manuseou o polónio 210 que matou Litvinenko em Novembro último absorveu o suficiente para ele próprio morrer dali a três anos. Posto isto, o melhor mistério de espionagem pós-Guerra Fria já tem data marcada para a sua conclusão: ao primeiro infeliz que naquela altura se fine radioactivo fica o caso resolvido.

Nota aos Subsídios para uma decisão sobre o aborto/interrupção voluntária da gravidez

A gravidez é contada a partir do primeiro dia do último período e não desde a fertilização, a qual ocorreu num intervalo de duas semanas depois desse dia.
Por isso, quando alguém se refere ao desenvolvimento do embrião dizendo com convicção, e.g., "às X semanas já tem um coração a bater" não sabe do que está a falar (até porque isso do "coração" tem muito que se lhe diga mas não quero complicar).

Subsídios para uma decisão sobre o aborto/interrupção voluntária da gravidez (4)

Entretanto, o ovo (uma vida humana) que sobreviveu divide-se em mil e uma células (mil e uma vidas humanas, portanto). Estas iniciam um bailado louco que dará forma à substância e é por isso que temos às 7-8 semanas um feto agarrado ao útero, com "cabeça", "tronco" e "membros" e "coração a bater" e tudo.
Mas nem sempre isto o embrião consegue fazer com unhas e dentes - isto é, com desde as hormonas que segrega, com a sua placenta, et c. - e, lá está, sempre se poderá dizer que se perderam mais mil e uma vidas humanas.
Ou só uma, conforme a profundidade das paixões.

Subsídios para uma decisão sobre o aborto/interrupção voluntária da gravidez (3)

Às vezes, com ou sem consentimento dos geradores, aquele óvulo é fecundado. Feliz ou infelizmente, conforme o tal consentimento dos geradores, acontece que durante os próximos dias que esse ovo também pode vir a ser expelido.
Pode dizer-se que uma vida humana é deitada fora mas, que fazer?, é o DIU, a pílula do dia seguinte, ou simplesmente o pH intra-uterino.

Subsídios para uma decisão sobre o aborto/interrupção voluntária da gravidez (2)

Todos os dias, milhões de espermatozóides residentes em território nacional e saudáveis são expelidos para o vazio.
Pode dizer-se que metade de uma vida humana é deitada fora mas, que fazer?, é a masturbação.

Subsídios para uma decisão sobre o aborto/interrupção voluntária da gravidez (1)

Todos os meses, milhões de residentes em território nacional saudáveis, expelem um óvulo.
Pode dizer-se que metade de uma vida humana é deitada fora mas, que fazer?, é a menstruação.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Os murchos

Primeiro foi o pasquim de J.A.S. que inaugurou a sua prensa com uma provocação de taberna: 28% dos portugueses queriam ser espanhóis. Fez furor, garantiu as vendas do primeiro número e, previsivelmente, deu-se a conhecer ao El País dos vizinhos.

Depois, o vetusto DN, entrando na mesma onda niilista, mandou publicar aqui há semanas uma sondagem que dava como certo que 24% de compatriotas preferiam uma Madeira independente. Claro que deu polémica mas por motivos menos óbvios: só foram consultados residentes no continente; os principais interessados, por assim dizer, não tiveram voto na matéria.

A conclusão a que consigo chegar só pode ser peremptória: existe pelo menos um quarto de portugueses que não quer sê-lo e, na falta de tanto, não quer que outros o sejam. Sim, porque tenho cá para mim que os bananas de um lado são exactamente os mesmos murchos do outro.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Sabor da semana de hoje

Apesar da delicada e criteriosa escolha de imagens (à excepção, talvez, da própria) e de um grafismo, chamemos-lhe assim, mediterrânico, José Mateus Cavaco Silva (?), nascido a 25 de Abril (??), comenta com algum espírito no seu blogue sobre aquilo que ele aparenta saber e nós não.

Por trazer mais informação que aquela a que estamos limitados sem nunca se aproximar do modelo blogueiro-apocalíptico leva com uma entrada directa para o top: o Claro.

E agora esperemos que não me caia um Cessna em cima...

terça-feira, janeiro 09, 2007

Emigrantes

"Parece que, nos últimos tempos, 70 ou 80 ou 100 mil almas desertaram do país e foram para o estrangeiro procurar melhor modo de vida. O Governo, naturalmente, achará que é uma traição por parte desses cidadãos que se recusam a testemunhar as luminosas etapas do crescimento português."
Francisco José Viegas in Jornal de Notícias, 08-01-07, via Público

Caro F. J. V.,

Não são 100 mil, nem sequer 200 mil; estima-se que só no Reino Unido vivam hoje cerca de 800 mil portugueses emigrados para ali na última década e meia. 800 000. Quase um milhão. Tantos quantos os queridos muçulmanos que tanto barulho fazem no multiculturalismo das notícias copy-paste nacionais.

Fogem aos salários baixos e à inflexibilidade laboral; correm para o operariado temporário mas cumpridor, e para a mobilidade que na pátria evitam como o diabo a cruz. Ali não lhes exigem a alfabetização que abandonaram antes do 9.º ano e não necessitam de concorrer com a exploração de imigrantes ilegais. Se tanto, alguns tornam-se no país de acolhimento eles mesmos os exploradores desses infelizes. À laia de engajador, claro está.

O Grande Porto industrial é quem contribui mais para este derrame: não foi pela beleza das Pedras Rubras que a Ryanair inaugurou essa rota a partir de Londres-Stansted; Norwich, Bolton, só para citar algumas cidades, vivem dos embaladores de carne, dos apanhadores de fruta e legumes com pronúncia do norte. Nas cafeterias do aeroporto de Gatwick não se fala outra língua, da cozinha à mesa do freguês.

Ou ainda alguém acredita que a taxa de desemprego se tem mantido quase constante este tempo todo por milagre de N.Sr.ª de Fátima?

sábado, janeiro 06, 2007

Choque fecnológico


Bem podem os New Socialistas pregar directivas escandinavas aos peixes que a turba só se levanta ao esganiçar do modelo mexicano.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Não vale a pena entrar em pânico

Ao contrário do que ajuramentam certas as agências noticiosas, ainda não somos 6 500 000 000 000 (seis bilhões e meio) mas sim apenas 6 500 000 000 (seis mil e quinhentos milhões) de macacos.
Dizei lá que isto não vos deixa um pouco mais reconfortados.
Ora essa, de nada.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Como 2006 acabou

Acabou mal, numa partida triste, como todas as partidas antes desta o foram. Quase seis horas de voo depois, numa troca de comboios confusa, acabou tambem com um saco abandonado no banco de fumadores do cais 4 da estacao de Pasing.
Nao me custa imaginar os mais de cem euricos de marlboros nos pulmoes de algum factor bavaro, ou as cronicas do MEC (no fundo, um desistente) no papelönen reciklaven; aquilo que me deixa mal-disposto por estes dias e por aqueles que se seguirao e' ter perdido para sempre aquele cachecol preto do meu amor.
Fiquei doido de raiva comigo mesmo, acreditem. A tal ponto que, se este ano que hoje comeca nao se portar bem comigo e nao me trouxer os milhares de alegrias que obviamente mereco, nao respondo por mim.