quarta-feira, dezembro 13, 2006

Vou para casa...


... Até para o ano.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Separados à nascença? (2)

As golden shares dos outros


Dizia eu, num comentário a uma posta de André Azevedo Alves do Insurgente (transformado apropriadamente em posta própria para que seja lido pelo menos por mais de três pessoas):

"A fábrica belga [da VW] fechou para que o neto de Porsche não tivesse que despedir ninguém na Alemanha. Não por acaso, acontece que o land da Baixa-Saxónia detém 20% da empresa e direito de veto na administração: uma pequena golden share da qual [o governo estadual] faz uso quando entende que estão em causa os interesses dos seus próprios accionistas, perdão, cidadãos."

Nota: o contexto pode ser lido também aqui.

O Pravda em Português


Entre a informação pertinente e a opinião descomplexada, um polvilhar de fotos 'de interesse humano' pelas páginas, acompanhadas por respectiva e sucinta estória; nunca o 'Verdade' fez tanta justiça à composição da sua alegoria.

Sem dúvida, um exemplo de imprensa a seguir e a prova que o capitalismo também trouxe coisas boas à Rússia.
Eu fiquei fã: o Pravda em Português, aqui.

Foto: sessão aeromoças da Varig © Playboy Brasil, 2006

"Um post à Lobo Antunes"

"- Que te disse a Vitória? perguntas entre duas rotações da Bimby e da cebola a refogar como se a tua voz fosse Deus poderoso e omnipresente
- Que te disse a Vitória? e eu, faço-me de parvo e respondo como se fosse a primeira vez dessa noite
- Que te disse a Vitória? e eu lembro-me da Tia Rosa - És a minha cruz! Não era eu. Era ele, aconchegado na cadeira da sala e no gato pardo, com vista para a Fábrica onde moeu os ossos e o cacau - És a minha cruz!
- Que te disse a Vitória? ainda ontem te disse… lembro-me como se fosse hoje. Só não me lembro do almoço do teu dia de anos faz agora anos.
- És a minha cruz! dizia a Tia Rosa."



Com a devida vénia ao Quionga 6

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Começo da arenga que iremos dar aos nossos netos


"Quando eu tinha a tua idade, Plutão era um planeta..."

"12.º ano geral garante menos emprego que 9.º"

Adianta-nos hoje o DN, num artigo que analisa a causa directa do descrito na reportagem referido na posta anterior. Porque o título é uma falácia que esconde o que só aparece no final do texto: o emprego para quem só tem a escolaridade obrigatória é pouco vinculativo e mal-pago. Apesar de insatisfeitos, a razão por que se notam menos trocas de posto de trabalho nesta faixa deve-se ao facto de quem o tem não ter qualquer alternativa ao mesmo.
A não ser, claro está, emigrar.

"Ninguém controla os anúncios que prometem salários de sonho no estrangeiro"

Obrigatório lêr o destaque dado hoje no Público à emigração moderna dos portugueses.

domingo, dezembro 03, 2006

O caso Litvinenko

Um pobre diabo com ilusões de grandeza, a viver em Londres às custas de um mafioso russo, tencionava chantagear os serviços secretos russos em 10 000 libras quando foi assassinado com uma quantidade de polónio radioactivo no valor de 20 milhões.

Acredite quem quiser.

Quem tramou o 1.º de Dezembro?


Sem televisão que me acuda, percorro as edições de sexta-feira na internet mas, para além do fait-divers monárquico da praxe (1), só uma notícia "séria" aborda a causa responsável pelo fim-de-semana prolongado.
Como quase tudo o que se tornou referência no Portugal de hoje aquela faz matéria de um espanhol: Rafael Valladares, historiador, e autor do livro "A Independência de Portugal - Guerra e Restauração 1640-1680".

Porquê?...

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(1) Não é nenhum espanto que a ocasião que celebra a restauração da independência seja aguerridamente celebrada por monárquicos e ostensivamente desprezada por republicanos. Aos primeiros, já nada mais resta senão a evocação do passado e da última dinastia; por outro lado, a frente revolucionária que triunfou no cinco de Outubro reunia as mais variadas facções que se opunham ao regime, de nacional-socialistas a democratas e anarco-sindicalistas, mas incluía também os iberistas herdeiros de Antero de Quental.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Conspiração a mais?

"TOO MUCH CONSPIRACY?" no original, por Peter Barron, editor do programa televisivo Newsnight, BBC2

"Para onde quer que se uma pessoa se volte hoje em dia dá de caras com teorias da conspiração.

Recentemente, emitimos no nosso programa uma peça do cineasta Shane O'Sullivan no qual se mostrava um novo vídeo provando que três agentes da CIA estavam presentes na noite em que Bobby Kennedy foi assassinado.

Imediatamente, a revelação gerou um debate apaixonado na internet. Depois, temos os assassinatos de Pierre Gemayel and Alexander Litvinenko, e as teorias abundam. Também o relatório de Lord Stevens acerca da tão teorizada morte da Princesa Diana está para sair ao público proximamente, e quase todos os dias emails e ficheiros anexos aterram nas nossas caixas de correio electrónico apontando para alegadas discrepâncias na versão oficial do 11 de Setembro, com títulos como 'The South Tower Napalm Bomb Seventh View'.

Embora tenhamos toda a vida convivido com teorias da conspiração acerca de quase tudo, a internet permitiu-lhe tornar-se uma indústria de crescimento tão explosivo quanto intrigante. Mas quanto de tanta rama deveria ser levada ao público?

Quando Shane veio até nós dizendo estar na posse de novas provas no caso Bobby Kennedy, a minha primeira reacção foi 'hã-hã, certo...', mas quando ele me mostrou o material em causa, incluindo o testemunho de de antigos colegas que identificaram os tais três agentes, fiquei convencido de que, pelo menos, as suasprovas trazem novas questões em relação ao sucedido - sem ser preciso acreditar totalmente numa grande teoria que explique exactamente o que se passou.

Ontem à noite, conversei com um cineasta amador que me confessou a sua crença no encobrimento dado pelos relatórios oficiais do 11/9 e do 7/7. Por que razão, perguntou ele, a BBC não descreve as inúmeras contradições e factos estranhos que rodeiam os relatos destes acontecimentos tão significativos?

De facto, no Newsnight temos até examinado brevemente algumas destas informações, mas estamos conscientes de que mal roçamos a superfície dos icebergues de material que flutuam pela web.

E a razão por que não fomos mais longe na investigação é que, seguramente, e por mais intrigantes que se mostrem algumas circunstâncias, não existe nenhuma outra explicação racional para os ataques que não seja que estes foram perpetrados por dois grupos de terroristas islamistas.

Eu diria que o facto de uma teoria da conspiração ser criada à volta de uma história não é motivo suficiente para levá-la a público ou rejeitá-la.
Vejam, por exemplo, as histórias acerca do fósforo branco em Fallujah e o 'Código de Da Vinci' de Dan Brown. Uma verdadeira, a outra lixo. Mas teria sido um erro tremendo ter decidido numa direcção ou noutra sem ter, pelo menos, deitado uma olhadela por ambas."